Como funciona uma caixa de dupla embraiagem

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Como funciona uma caixa de dupla embraiagem

A maioria das pessoas sabe que os carros estão equipados com um de dois tipos de transmissão: manual (implica que seja o condutor a efetuar as passagens de caixa utilizando o pedal da embraiagem e a alavanca de comando) ou automática (o sistema encarrega-se de mudar as relações e dispensa o pedal de embraiagem, graças à presença de um conversor de binário e de conjuntos de engrenagens planetárias).

Mas, depois, existe algo no meio que oferece o melhor dos dois mundos: a caixa de dupla embraiagem, também chamada de transmissão semiautomática, transmissão manual “sem embraiagem” ou transmissão manual automatizada. Para muitos condutores, a escolha entre transmissão manual ou automática está relacionada com fatores de ordem geográfica ou preferências pessoais.

Quem aprendeu a conduzir com caixa manual, rapidamente vai lembrar-se das aulas de condução que teve, onde o mais difícil era mesmo dominar o pedal da embraiagem e utilizar a alavanca de velocidades.

A caixa manual implica que o condutor pressione e liberte o pedal da embraiagem e opere um conjunto de mudanças através da alavanca de comando. Quando tal não é realizado com suavidade e precisão, o carro pode sacudir, fazendo com que os ocupantes se sintam altamente desconfortáveis.

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Por seu turno, a transmissão automática, que há alguns anos era comummente associada aos modelos norte-americanos, substitui a ação do condutor nas passagens de caixa e na utilização da embraiagem, trazendo maior conforto à condução e podendo até baixar o consumo de combustível.

No mundo das corridas, as transmissões semiautomáticas, como a caixa manual sequencial (SMG), há vários anos que são essenciais. Mas no universo dos veículos de produção em série, esta é uma tecnologia relativamente nova que está a ser marcada por um design muito específico, conhecido como caixa de dupla embraiagem (DCT, de Dual Clutch Transmission, em inglês) ou caixa de troca direta (DSG, de Direct Shift Gearbox, em inglês).

Caixa de dupla embraiagem: a importância da competição

A caixa de dupla embraiagem situa-se a meio caminho entre uma transmissão manual e uma transmissão automática. Também conhecida como transmissão semiautomática, este tipo de tecnologia tornou-se numa solução cada vez mais emergente em veículos de produção em série.

Inventada pelo engenheiro militar francês Adolphe Kégresse, antes da Segunda Guerra Mundial, a caixa automática nunca foi por ele muito desenvolvida devido a problemas relacionados com os seus negócios.

O principal problema das caixas manuais da época dizia respeito à dificuldade do seu manuseamento, exigindo força e tempo, o que inspirou Adolphe Kégresse a desenvolver uma transmissão automática suave.

No entanto, foi na década de 1980 que a caixa de dupla embraiagem ressurgiu no mundo das corridas de automóveis, onde cada segundo contava para efeitos de competição.

Apenas no início dos anos 2000 é que a caixa de dupla embraiagem fez a sua estreia num veículo comercial, destacando o facto de esta tecnologia ser relativamente nova e de rápido desenvolvimento na indústria automóvel.

Par(es) ou ímpar(es)?

Embora a vantagem da transmissão automática em relação à manual seja óbvia – retira trabalho ao condutor – por que razão as caixas de dupla embraiagem são uma alternativa cada vez mais frequente aos sistemas automáticos, para mais sendo estes menos dispendiosos e menos complexos?

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A razão prende-se com o facto de as caixas de dupla embraiagem oferecem tempos de passagem mais rápidos e proporcionarem uma maior economia de combustível, melhorando a eficiência em comparação com os outros tipos de transmissão.

Uma caixa de dupla embraiagem utiliza, como o próprio nome indica, duas embraiagens controladas por uma sofisticada rede eletrónica e hidráulica, dispensando o condutor de pressionar e libertar o característico pedal da esquerda (que nem sequer existe nos carros equipados com esta caixa).

Ao contrário de uma transmissão automática “convencional”, numa caixa DCT ou DSG as embraiagens operam de forma independente. Uma delas controla as mudanças ímpares, a outra comanda as mudanças pares mais a marcha-atrás.

Esta tecnologia permite que o carro engrene as mudanças sem que haja interrupção do fluxo de potência do motor para a transmissão como ocorre com uma caixa manual por exemplo, devido à alternância entre os pedais do acelerador e da embraiagem.

Menor consumo, emissões mais baixas

Foram já vários os fabricantes de automóveis que desenvolveram, in house, caixas de dupla embraiagem de seis ou sete velocidades para equipar alguns dos seus modelos, independentemente da sua tipologia.

A caixa de dupla embraiagem contribui para uma condução mais desportiva, uma vez que permite passagens em centésimos de segundo. Além disso, o design, os recursos de conectividade e os sistemas de segurança avançados dos carros de hoje tornam esta integração perfeitamente harmoniosa.

Numa caixa de dupla embraiagem, o condutor pode escolher entre uma operação totalmente automática e passagens manuais do tipo sequencial (seja na alavanca de comando ou através de patilhas atrás do volante). Para uma condução “mais interventiva”, esta última modalidade é mais apropriada.

A economia de combustível de uma caixa de dupla embraiagem face a uma transmissão automática é outra das vantagens. Não raras vezes, ouve-se e lê-se que o ganho de eficiência pode chegar aos 20%, sendo as emissões de CO2 de uma caixa DCT ou DSG mais baixas comparativamente a uma transmissão automática de seis velocidades “convencional”.

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