subida do preço carregar carros eletricos nao afasta compradores

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Subida do preço para carregar carros elétricos não afasta compradores

O arranque de 2022 não trouxe boas notícias aos proprietários de carros elétricos, com o anúncio de novas tarifas para a utilização dos postos de carregamento. Cinco meses depois, qual o balanço?

Ano novo, preços mais altos. A lógica que existe para tantos bens (alimentares e não só) e serviços (como portagens) atingiu duramente os proprietários de veículos elétricos ou “plug-in” quando deram de caras com o enorme aumento nas taxas de utilização dos postos.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) divulgou, ainda no fim do ano anterior, as tarifas a aplicar pela Mobi.e a partir de 2022 e o aumento registado foi na ordem dos 79%, de 0,1657 euros para 0,2964 euros, um valor que deverá ser mantido até 2025 e que foi aplicado aos restantes operadores de pontos de carregamento (OPC).

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O mesmo aumento foi verificado na taxa aplicada aos comercializadores de eletricidade para a mobilidade elétrica (CEME). Já a tarifa aplicável aos Detentores de Pontos de Carregamento de acesso privativo passou a ser de 0,0496€ por dia e ponto de carregamento, o que refletiu um aumento de 29%.

Na prática, isto implicou para o utilizador um aumento no preço final a pagar de cerca de 60 cêntimos mais IVA por cada carregamento.

O apoio do Fundo Ambiental para os carros elétricos

No entanto, dada a pressão existente para que seja realizada uma transição energética, o Governo entrou em ação: o Ministério do Ambiente e da Ação Climática decidiu compensar o aumento através de um desconto, nas faturas dos utilizadores de carros elétricos, pago pelo Fundo Ambiental. “Este apoio é decisivo para Portugal atingir os objetivos a que se vinculou. Na atual conjuntura de incerteza da tarifa de energia, importa manter estabilidade nos preços de carregamento na rede, através de um apoio aos utilizadores de veículos elétricos”.

Artigo relacionado: Fundo Ambiental 2022: 10 milhões de euros para a mobilidade elétrica

Mas o problema com o preço dos carregamentos não se fica pelas taxas e tarifas. É que não nos podemos esquecer que a própria eletricidade também aumentou com o virar do ano. E, depois do aumento previsto, que entrou em vigor a partir de 1 de janeiro, o preço da energia voltou a ser penalizado após a invasão russa da Ucrânia: logo em março, foi comunicado um aumento das tarifas em 3% os clientes do mercado regulado. “O atual contexto internacional intensificou esta instabilidade e provocou uma subida no preço de aquisição de eletricidade, que é atualmente cerca de três vezes superior ao que foi registado no último trimestre do ano passado”, justificou, na altura, a EDP em comunicado. E, dez semanas depois da invasão e sem paz à vista, nada nos garante que ficará por aqui.

Certo é que depois de anos de acesso livre aos postos de carregamento, os utilizadores de carros 100% elétricos já perceberam que para compensar verdadeiramente um BEV (battery electric vehicle) deve ser carregado em casa, onde as tarifas domésticas são mais apetecíveis.

No entanto, isso não significa que, quando colocado ao lado de um carro com motor de combustão interna, um elétrico não continue a revelar-se bem mais poupado. Até porque a guerra trouxe aumentos à eletricidade, mas não só: gasóleo e gasolina atingiram máximos históricos, com o preço do litro de qualquer um dos combustíveis a ultrapassar os 2€ (o GPL Auto chegou a comercializar-se acima de 1€). E, mesmo com todas as medidas que tentam manter o valor dos combustíveis abaixo do patamar dos 1,80€, não é difícil estimar que, com a continuidade do conflito no Leste europeu e com a inflação a disparar, o preço do litro da gasolina e do gasóleo sofra mais dissabores.

Por isso, mesmo com os aumentos dos carregamentos dos carros elétricos, a opção continua a ser mais económica quando se analisa o custo de cada cem quilómetros: os mesmos 10€ que custarão tal distância num carro com motor térmico darão para percorrer, dependendo do local de carregamento, o dobro ou o triplo num carro elétrico. Isto, em ambos os casos, se se tiver contenção no acelerador – qualquer excentricidade far-se-á pagar na altura de reabastecer ou recarregar.

Compra de carros elétricos em Portugal

A aquisição de um carro elétrico é cada vez mais equacionada pelos portugueses e os números estão aí para o comprovar: no primeiro trimestre de 2022, as vendas de carros 100% elétricos cresceram 134,3% face ao período homólogo, com um total de 3699 unidades comercializadas. E só em março o crescimento registou 146,9%.

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