motos a hidrogenio futuro

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Serão as motos a hidrogénio uma possibilidade no futuro?

Enquanto uma grande percentagem das principais empresas de mobilidade continua totalmente focada na utilização de eletricidade, muitos construtores de veículos já perceberam que, no futuro, o hidrogénio terá uma excelente hipótese de superar tudo aquilo em que estamos a investir atualmente. É mesmo só uma questão de conseguir fazer chegar o hidrogénio a uma maior quantidade de pessoas e de uma forma mais simples e acessível. É que a eletricidade já tem uma rede em utilização há vários anos, enquanto o hidrogénio, nem por isso. E tudo isso se traduz em custos.

Em França, por exemplo, já existe uma empresa que começou por produzir scooters elétricas e que, recentemente, mudou para novos modelos que utilizam hidrogénio para se movimentar pela cidade sem emissões poluentes e também sem qualquer emissão de ruído.

Mob-ion AM1 H2: a scooter francesa a hidrogénio

A Mob-ion encontrou uma forma de usar o hidrogénio para alimentar o sistema elétrico usado para locomover as suas scooters e a sua utilização parece ser muito simples, ainda que a sua implementação nem tanto. Aparentemente, trata-se de uma simples scooter como tantas outras que encontramos a deslocar-se pela cidade, mas sob o assento dos modelos da Mob-ion AM1 H2 estão dois ou três cilindros, consoante o modelo, que não são mais do que pequenos cartuchos que armazenam hidrogénio. Cada um deles representa uma autonomia em torno dos 15 quilómetros, sendo que este pode ser carregado milhares de vezes ao longo de uma vida útil prevista em torno dos dez anos. E passado esse tempo, estes cilindros podem ser totalmente reciclados.

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A sua utilização é das coisas mais simples que existe. Numa scooter elétrica, há a necessidade de a ligar à rede para carregar a bateria ou de transportar a bateria consigo para carregar em casa. No caso dos modelos da Mob-ion movidos a hidrogénio, basta substituir os cilindros de hidrogénio num qualquer ponto de venda, tal como se estivesse a comprar uma bebida numa máquina de venda automática. O cilindro gasto ficará a carregar e o utilizador terá acesso a um completamente novo e com carga total. E para o substituir, basta levantar o assento da scooter, trocar um dos cilindros, ou todos, se assim o desejar, e continuar a sua deslocação sem a desvantagem dos tempos de carregamento.

Vantagens e desvantagens do hidrogénio

Entre as principais vantagens de utilização de um sistema movido a hidrogénio está o facto de ser uma tecnologia bastante limpa e que tem apenas água como emissões “poluentes”. E se o hidrogénio for produzido a partir de energias renováveis, como a solar ou a eólica, por exemplo, a pegada de carbono de todo o processo é muito reduzida.

Do lado das desvantagens estão algumas dificuldades técnicas que ainda existem e que continuam a ser aperfeiçoadas para uma posterior utilização em maior escala, mas também a componente dos custos que, uma vez que ainda não é um mercado com uma escala considerável, os valores envolvidos na produção e utilização ainda estão bastante afastados dos que já se registam com o mais competitivo mundo da eletrificação.

Entre os principais desafios, e uma vez que se trata de um gás, está a busca de uma solução eficaz de compressão do hidrogénio, com o objetivo de evitar a utilização de depósitos de tamanho considerável, sendo este um processo industrial que ainda continua a ser desenvolvido. E depois, claro que ainda há algumas preocupações relacionadas com a segurança destes sistemas, uma vez que se trata de algo ainda bastante recente e que não se encontra a ser produzido em grande escala, o que, normalmente, acaba por dificultar os mais variados processos de desenvolvimento.

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Veículos já disponíveis a hidrogénio

Para já, temos marcas como a Mob-ion, que consegue fazer locomover as suas scooters com pequenas cápsulas de hidrogénio, sendo que cada representa uma autonomia de 15 quilómetros e há modelos que conseguem usar três em simultâneo.

Por outro lado, também já temos construtores como a Toyota, que tem um modelo como o Mirai em comercialização, com uma autonomia que consegue superar os 1.350 quilómetros sem paragens para abastecer, o que já é incrível face a todas as restantes ofertas do mercado, independentemente do tipo de combustível que utilizem. Além disso, a Toyota já tem mesmo em fase de protótipo uma espécie de bateria portátil que permite o transporte de hidrogénio para alimentar diversos equipamentos, sejam veículos, casas ou outro tipo de equipamentos, sendo que esta é uma excelente solução para quando, por exemplo, a rede elétrica não pode ser usada, ou haja pessoas em zonas mais remotas com necessidades energéticas.

Portanto, em jeito de conclusão, tudo indica que o hidrogénio será mesmo o futuro, mesmo que, atualmente, ainda existam algumas melhorias técnicas a efetuar e uma rede de abastecimento a implementar. Mas, se pensarmos, há apenas alguns anos era quase impossível encontrar um ponto de carga para um automóvel elétrico e eram raros os modelos que conseguiam percorrer distâncias dignas de registo. E atualmente, o protótipo elétrico da Mercedes-Benz, o EQXX, já superou a barreira dos 1.200 quilómetros percorridos com apenas uma carga. Será tudo uma questão de tempo, e dinheiro.

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