estado investe 15 milhoes na industria automovel portuguesa

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Estado investe 15 milhões na indústria automóvel portuguesa

Os grandes cortes na produção automóvel, a situação atual de guerra e a paragem de grandes fábricas situadas em localizações estratégias para a exportação, culminaram em mudanças drásticas por parte dos fabricantes. Todos estes fatores, aliados à drástica redução de encomendas de automóveis, têm vindo a afetar crucialmente as empresas que fabricam bens para a indústria automóvel.

Um inquérito recente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) aos seus associados mostra que:

  • Mais de 2/3 das empresas sofreram quedas elevadas no mês de março;
  • A tendência é para a situação se continuar a agravar nos próximos meses;
  • À exceção do mês de janeiro de 2022, desde julho de 2021 que as exportações mensais estão sempre abaixo ao verificado no ano homólogo.

Face ao exposto, às necessidades específicas e à importância estratégica desta indústria, a AFIA solicitou ao Governo que fossem tomadas medidas urgentes, flexíveis e eficazes que passam:

  • Pelo regresso imediato e urgente do regime de lay-off simplificado;
  • Pela criação de medidas de proteção dos postos de trabalho.

Ao tomar estas medidas, as empresas conseguem, para além de atenuar a crise pela qual estão a passar, manter a sua competitividade assim que se verifique a retoma gradual da economia.

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Entretanto, o secretário de Estado da Economia, João Correia Neves, anunciou o lançamento de um apoio para formação profissional nos clusters mais afetados do setor automóvel com uma dotação de 15 milhões de euros.

Após uma chamada de atenção por parte da AFIA para a atual situação económica das empresas fabricantes para a indústria automóvel, João Correia Neves visitou uma empresa para conhecer, a realidade atual da indústria.

O secretário de Estado da Economia visitou uma empresa especializada na injeção de plásticos para a indústria automóvel, a MICROplásticos, que tal como outras empresas desta indústria sofreu bastante com o abrandamento da economia e com a redução da procura por automóveis.

Durante a visita à MICROplásticos, o secretário de Estado da Economia, referiu que este apoio é uma medida alternativa ao regime de lay-off simplificado, reivindicado pela AFIA.

Relativamente a esta investimento, João Correia Neves acrescenta ainda que “ao longo do tempo, vamos também avaliando necessidades específicas, pois não vale a pena estar a colocar dinheiro em cima de problemas muito específicos e temporários.”

Reforçando que os contratempos das empresas vão mudando ao longo do tempo, João Correia Neves, para além do investimento em formação profissional, vai também procurar mecanismos em conjunto com o Banco do Fomento que auxiliem à capitalização das empresas, referindo ainda que “há uma retração daquilo que é a procura natural, em função das circunstâncias que se vivem, não apenas em Portugal, mas nos grandes mercados da indústria automóvel e isso causa problemas em cadeia, em Portugal e noutros pontos [do mundo]”.

Esta não é, porém, a primeira vez que existe um apoio por parte do Estado. “Já tínhamos feito uma primeira fase deste tipo de intervenções, em que as paragens das empresas são, sobretudo, aproveitadas para fazer formação profissional”, frisou o João Correia Neves, que considera ainda que esta segunda fase pode servir para corrigir outros problemas, nomeadamente “pode permitir pagar não só os custos de formação, mas os custos diretos salariais dos trabalhadores que ficarem envolvidos nas atividades de formação”.

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“É uma medida alternativa ao lay-off, que teve características muito interessantes na fase em que vivemos de pandemia, quando era praticamente todo o tipo de empresas que estavam nas mesmas circunstâncias”. Para o secretário de Estado da Economia estas medidas “são sempre necessárias para a evolução das indústrias, podem responder na forma mais imediata aos problemas que temos”.

De acordo com José Couto, presidente da AFIA e administrador da MICROplásticos, a indústria automóvel está a passar por uma fase em que os custos são enormes, uma vez que com os aumentos da energia elétrica e do custo das matérias-primas, fica impraticável passar esses custos adicionais para os clientes, o que significa perder margem caso queiram continuar a fornecer os clientes.

Atualmente 98% da produção de componentes automóveis por parte da indústria portuguesa é exportado para o mercado externo, pelo que perder margens nos produtos significa perder competitividade e deixar de criar riqueza para continuar a investir.

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