Para a Polestar, uma subsidiária da sueca Volvo, que pertence à chinesa Geely, com um historial de sucesso na aposta eléctrica, o 3 representou um desafio único. Numa marca que ataca sem pudores os SUV (o seu CEO, Thomas Ingenlath, acusa-os de serem “perigosos, agressivos e gastadores”), era necessário criar um para alargar a sua oferta a um número cada vez maior de condutores que prefere sentar-se numa posição mais subida.
O primeiro passo foi perceber o porquê desta preferência. E a Polestar depressa concluiu que quem escolhe um SUV não o faz tanto pelas formas do modelo, mas sobretudo pela facilidade de entrar e sair do veículo, assim como pela sensação de segurança que uma posição de condução mais elevada proporciona.
Assim, construiu “um SUV que não o é”, com uma “habitabilidade de luxo” e uma posição de condução elevada, sem que tenha criado um carro enorme.
Desenhar um SUV com novas proporções
Para conseguir o objetivo de ter na sua família um SUV que não fosse agressivo, a Polestar arrumou a bateria entre os eixos e rebaixou o tablier. As mexidas permitiram-lhe desenhar um tejadilho baixo e aerodinâmico, criando um veículo com uma altura de 1,61 metros. Ou seja, com um perfil que lembra um desportivo, a marca conseguiu criar um habitáculo espaçoso em que os seus ocupantes podem sentir que estão de facto numa posição alta.
Depois, foi trabalhada a aerodinâmica no sentido de tornar o carro o mais eficiente possível. Isso foi conseguido com duas asas: uma, inusitada, no capô e outra a rematar o tejadilho na traseira do carro. O propósito foi reduzir o arrasto, mas também a turbulência na secção traseira.
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Sensação de casulo
Tendo conseguido, graças ao desenho exterior, empurrando as rodas para as pontas do veículo, cotas de habitabilidade muito generosas, a Polestar passou à fase de criar um ambiente que primasse pelo conforto.
Isto porque, explicam os responsáveis, o carro é o sítio onde ainda podemos encontrar alguma paz e tempo para estarmos com os nossos pensamentos sem intrusões. Vai daí, decidiu criar elementos que possam ser interpretados por quatro dos cinco sentidos humanos como focos de prazer: sistema de som surround Dolby Atmos de 25 altifalantes; purificação de ar (a Polestar garante a eliminação de 99% de pólenes, por exemplo); radares, sensores e câmaras que tratarão de propor o relaxamento visual; e o uso de materiais premium nos revestimentos, que primam por serem suaves ao toque.
Sustentabilidade racional
A Polestar pretende ser uma marca sustentável e revolucionar o sistema ao clarificar que nem sempre o que em termos de marketing resulta é realmente uma boa prática ambiental. Por exemplo, os tecidos catalogados de vegan, que acusa serem muitas vezes compostos de microplásticos.
Por essa razão, a marca prefere assumir que usa pele animal, mas ressalva que usará apenas a que resulta do desperdício da indústria alimentar, o que pressupõe seguir todo o ciclo da vida do animal e apenas aceitar pele certificada.
Por tudo isto, sublinha que a pele é cara, mas não tem dúvidas em assumir que o luxo tem de se fazer pagar.
Potência que vai longe
A gama do Polestar 3, que se junta à berlina 2, será composta por duas versões, ambas de tracção integral, com um motor elétrico por eixo e uma bateria de iões de lítio com capacidade de 111 kWh.
A versão base terá uma potência de 489 cv e um binário máximo de 840 Nm, para uma aceleração de 0 a 100 km/h em cinco segundos e uma autonomia de até 610 quilómetros, o que lhe garante viagens grandes sem preocupações.
A versão Performance Pack, de 517 cv, ganha na métrica de 0 a 100 km/h (4,7 segundos), mas perde em autonomia (uns ainda assim muito bons 560 quilómetros). Em ambos os casos, as versões chegam limitadas a uma velocidade máxima de 210 km/h.
Segurança 5 estrelas
Sendo um braço da Volvo, a segurança é algo que é levado muito a sério na Polestar. O 3 vai ser equipado com dez airbags, inovando ao incluir estas proteções também nas portas dianteiras, para os casos em que os embates são laterais.
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O pacote de segurança pode ainda ser apoiado por câmaras, sensores ultra-sónicos e um sensor Lidar, método de deteção remoto capaz de detectar pequenos objectos, centenas de metros à frente, dando tempo para informar, atuar e evitar. Com a tecnologia Lidar, também capaz de ler dados dos carros à volta, o Polestar 3 fica apto para níveis de condução autónoma mais avançados.
A produção do Polestar 3 arranca em meados de 2023, estando previsto que o carro comece a chegar aos mercados onde a marca está presente, como em Portugal, depois do próximo verão.
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