Toyota Celica carros dos ralis

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Carros míticos dos ralis: Toyota Celica

Com um nome que em latim significa celestial (ou do céu), o Toyota Celica foi uma estrela do Mundial de Ralis e um dos desportivos japoneses mais icónicos de todos dos tempos. Concebido originalmente para o mercado norte-americano seguindo a popular filosofia dos “pony cars”, sobre a base rolante do Carina, o Toyota Celica foi desde o seu lançamento, em 1970, um estrondoso sucesso comercial, convencendo tanto pelo design vincadamente desportivo como pelas credenciais dinâmicas acima da média. Em 1977, com a chegada da segunda geração, a Toyota aprimorou a fórmula, oferecendo mais equipamento e novas possibilidades de personalização, o suficiente para manter os muito elevados níveis de popularidade.

Em 1981, a marca japonesa lançou a terceira geração do Celica, equipado com um novo motor de 16 válvulas que iria garantir os primeiros sucessos no Campeonato do Mundo de Ralis. Mas foi com a quarta geração, apresentada em 1985, que o “samurai” viria a confirmar o estatuto de referência na competição com o GT-Four de tração integral, aliado a um poderosíssimo motor de 2 litros (3S-GTE), com dupla árvore de cames à cabeça, tornando-se uma combinação explosiva para o competitivo universo dos ralis.

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Toyota Celica

Celica ST165 GT-Four Rally (1988 – 1991)

Celica ST165 GT-Four Rally

Baseado no “liftback” Celica de quarta geração, o ST165 GT-Four de estrada (produção entre 1989 e 1993) apresentava um sistema de tração às quatro rodas a tempo integral, mas outro dos seus importantes trunfos era o motor de 2 litros que trazia debaixo do capô, nada menos que o mais potente do Japão com esta cubicagem, a debitar 185 cv e 249 Nm de binário máximo. Facilmente distinguido pelos para-choques dianteiros de maiores dimensões, o GT-Four, com o seu peso muito contido (1.480 kg), assumia-se como a base ideal para a Toyota Team Europe (TTE) atacar a competição.

A estreia no Mundial de Ralis acontece em 1988, no rali da Córsega. Além de ter sido o primeiro carro de rally de competição de tração às 4 rodas, o ST165 Celica GT-Four foi também o primeiro Toyota capaz de competir ao mais alto nível do Campeonato Mundial de Ralis. Após um ano de estreia consistente, em 1988, e conquistando a sua primeira vitória no WRC em 1989, Carlos Sainz venceria o Campeonato de pilotos do WRC de 1990 ao volante de um ST165 GT-Four.

Celica ST185 GT-Four Rally (1992 – 1994)

Celica ST185 GT-Four Rally

Em 1992, no rali de Monte Carlo, a Toyota apresenta a sua arma mais poderosa. Com a sua famosa pintura branca, verde e vermelha da Castrol, o ST185 GT-Four está até hoje cotado como o carro de ralis de maior sucesso da marca japonesa. E o palmarés mágico do modelo, que contava com a evolução do bloco 3S-GTE, começava a escrever-se na edição desse mesmo ano do duríssimo Safari Rally. Era uma das provas mais difíceis e exigentes do calendário, com etapas que passavam pelo Quénia, Uganda e Tanzânia. E a Toyota venceu-a quatro anos seguidos, em 1992, com Carlos Sainz ao volante; em 1993, com o finlandês Juha Kankkunen; em 1994, com o queniano Ian Duncan; e, em 1995, com o japonês Yoshio Fujimoto.

Com este mesmo Celica Turbo 4WD a Toyota também iria conseguir tornar-se na primeira marca japonesa a conseguir sagrar-se bicampeã mundial de Construtores (em 1993 e 1994), interrompendo o ciclo de hegemonia dos construtores europeus.

A este feito, há a juntar três campeonatos do mundo de Pilotos, primeiro por Carlos Sainz, em 1992; depois com Juha Kankkunen (1993) e Didier Auriol (1994).

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Celica ST205 GT-Four Rally (1994 – 1997)

Toyota Celica ST205 GT-Four Rally

Baseado no Celica de sexta geração de “farol fixo”, o ST205 foi a edição do GT-Four mais potente de sempre. Com produção limitada a apenas 2500 unidades, o modelo de homologação possuía um capô de alumínio que o tornava mais leve, travões de quatro pistões aperfeiçoados, 30 cv adicionais, turbo e intercooler melhorados. O objetivo era atacar novamente o título no WRC. Mas, apesar de contar com aerodinâmica superior e um inovador sistema anti-lag exclusivo, à exceção da vitória de Auriol na Córsega, os resultados do Celica estiveram sempre aquém do seu potencial. Pior: com o ST205, a Toyota foi protagonista de uma das polémicas do ano, acusada de utilizar restritores do turbo de dimensões acima do permitido pela FIA no carro que correu no Rali da Catalunha. Decisão que ditou mesmo a afastamento do fabricante por um ano.

Em 1998, a Toyota virou as suas atenções para o novo Corolla. Já o Celica teve ainda uma sétima geração lançada no mercado em 2000, com novos motores desenvolvidos em parceria com a Yamaha. Mas sem a aura do passado. Em 2006, devido à pressão crescente em matéria de emissões de gases poluentes, o modelo foi descontinuado com mais de 4 milhões de unidades vendidas.

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