Comprar carro usado roubado como se proteger

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Comprar carro usado roubado: como se proteger

Comprar carr­o é, para a maioria dos portugueses, o segundo maior investimento, a seguir à compra de casa. Perante um valor tão significativo, a escolha tem de ser o mais cuidadosa e ponderada possível, mesmo num automóvel novo. Se for em segunda mão, os cuidados necessários aumentam e há um pesadelo que todos querem evitar: a aquisição de um carro usado roubado.

Em outubro de 2020, o “Jornal de Notícias” divulgava que, em Portugal, são roubados 270 automóveis por mês, a maioria dos quais na área do Grande Porto. Se pensarmos que este flagelo aumenta muito à escala do espaço da União Europeia (para não ir mais longe), este é um problema deveras pertinente.

Lá diz o ditado que “homem prevenido vale por dois”. E, se lhe aparecer um carro muito barato, tendo em conta a sua idade e caraterísticas, o melhor é desconfiar. Um ladrão tenderá a vender um carro por um preço abaixo do mercado para poder, por um lado, ver-se livre do produto do delito praticado e, por outro, realizar dinheiro o mais depressa possível.

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Para evitar ser a segunda vítima do criminoso deve procurar reunir o máximo de informação. Desde logo, coisas simples como: está a comprar a um comerciante com bom nome no mercado ou a um desconhecido que vende um veículo na internet? Escusado será dizer que a primeira opção é a mais segura. Tentar conhecer o mais possível o histórico do automóvel é uma boa opção: a quem pertenceu, onde fez a manutenção, se esteve envolvido em acidentes, se existe algum crédito por liquidar em relação àquele carro, etc.

Em caso de dúvida, contacte as autoridades

Não há que hesitar em contactar instituições como a PSP ou o IMT para saber, através da matrícula, se existe alguma situação pendente em relação ao automóvel que quer adquirir. Pode, inclusive, descarregar uma aplicação para o seu telefone, de âmbito europeu, que promete ajudar a rastrear se um carro é roubado ou não. Basta introduzir o número de chassis para verificar se a viatura em causa é roubada ou não. Por isso, se o vendedor se recusar a fornecer o número de chassis, suspeite.

Verificar se o número do chassis que consta do documento de registo do veículo corresponde ao que está inscrito na viatura é um aspeto a que deve mesmo dar importância. Um crime clássico é alguém ter acesso aos documentos de um veículo. Então, rouba um carro com caraterísticas semelhantes e depois tenta inscrever o número de chassis que consta do documento que previamente tinha na viatura que subtraiu. Por isso, já sabe, se as inscrições do número de chassis no carro apresentarem algum sinal de possível adulteração, o melhor é pensar noutra opção.

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Peças homologadas, como os cintos de segurança, também podem ajudar. Neles encontra datas de fabrico específicas, que devem condizer com o mês e ano de fabrico do carro. Se o carro for roubado, os documentos poderão ter uma data diferente do que a encontra nos cintos e aqui está mais um sinal de alarme.

A venda como “engodo”

A PSP recomenda alguns cuidados para evitar comprar bens roubados, sejam eles carros ou outros. Lembra esta autoridade que a venda simulada é uma das fraudes mais frequentes, sendo colocados à venda produtos que não existem, ou que, a existir, não estão de facto para venda, mas que servem como uma espécie de “engodo” para potenciais compradores.

Após o contacto dos compradores, por norma é exigido o pagamento do preço através de transferência bancária ou um adiantamento do preço/sinal. Sucede, contudo, que após esse pagamento, aos compradores nunca chega o objeto que pagaram, na totalidade ou em parte.

Para evitarmos as burlas na internet, devemos suspeitar de negócios que parecem muito vantajosos, ou seja, desfasados do real valor do mercado. O melhor é tentar sempre fazer negócios de forma presencial e, podendo, antes do pagamento, confirmar o produto e testá-lo.

 

Quer comprar em segurança? Faça uma pesquisa no Standvirtual

 
É conveniente recolher o máximo possível de informações sobre o vendedor, recorrendo a pesquisas num motor de busca ou nas redes sociais, pois, muitas vezes, as vítimas deste tipo de ilícitos denunciam dados de burlões em fóruns ou blogues. Peça o máximo de informações possíveis sobre o produto no sentido de perceber se o vendedor tem mesmo acesso a ele (por exemplo, fotos adicionais) e tente pagar solicitando o NIB do vendedor e não através do multibanco por pagamento de serviços.

Lembre-se que os ladrões são, muitas vezes, pessoas astutas e inteligentes, que utilizam métodos cada vez mais sofisticados. Por isso, todo o cuidado é pouco quando adquirir um automóvel usado.

 
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