Chinesa Geely plataforma Volvo conquistar mundo

4 min

Chinesa Geely usa plataforma Volvo para conquistar o mundo

Quando, há uma década, a chinesa Geely, que no seu currículo tinha o facto de ter sido a primeira construtora de automóveis independente da China, fundada em 1986, comprou a sueca Volvo, um emblema europeu conceituado e com uma história que atravessou a maior parte do século XX, o mercado global tremeu. Afinal, aquilo que a maioria julgava difícil estava a acontecer: uma marca chinesa, graças a um investimento de 1800 milhões de dólares (1520 milhões de euros), estava a conquistar terreno num negócio que, até então, tinha estado vedado a qualquer companhia proveniente daquele país.

Mas, praticamente nada aconteceu. A Volvo reinventou-se, aproveitando a entrada de capital do Zhejiang Geely Holding Group Co., Ltd, e a maioria esqueceu-se que por detrás do crescimento dos suecos estava uma empresa chinesa que também construía os seus próprios automóveis.

Até que, agora, a Geely deitou as garras de fora: anunciou que planeia utilizar uma plataforma desenvolvida com o contributo da Volvo para construir novos modelos na Malásia para a sua marca Proton e, dessa forma, tornar-se o primeiro gigante automóvel global da China. Em simultâneo, o projeto da Geely inclui a renovação das fábricas na China, mas também noutras localizações, onde passará a utilizar as plataformas que tem vindo a aperfeiçoar com a Volvo desde 2013.

Artigo relacionado: Conheça as principais marcas automóveis chinesas

Mesma plataforma, carros mais baratos

Baixar o custo dos automóveis tem sido o objetivo da Geely – é que, mais do que a qualidade de construção ou os features de segurança, uma grande fatia do mercado chinês privilegia o preço do carro. Mas a Geely queria isso e muito mais; queria ombrear com as marcas globais e, para tal, sabia que tinha de oferecer pelo menos o mesmo que elas.

Assim, optou por desenvolver plataformas modulares que lhe permitem construir diferentes tipos de automóveis com uma mesma solução. Ou seja, a existência de módulos permite a utilização de uma grande parte de componentes comuns, mesmo em veículos de segmentos diferentes, o que diminui radicalmente o custo de produção. Em conjunto com a Volvo, a Geely dispõe agora da Arquitetura Modular Compacta (CMA) e da Arquitetura Modular do Segmento B (BMA) que irá colocar ao serviço da Proton, aproveitando as tecnologias do fabricante sueco.

“O CMA será o núcleo do futuro design da arquitetura da Geely”, confirmou o vice-presidente do Geely Automobile Research Institute, numa entrevista à agência Reuters. Parece pouco, mas a ambição do objetivo da marca é enorme, sobretudo se se tiver em conta que a China é o maior mercado automóvel do mundo, responsável por quase um em cada três automóveis de passageiros vendidos em todo o planeta.

Além disso, o mesmo responsável, um engenheiro cuja carreira passou pela Ford, avançou que está a ser desenvolvida uma nova arquitetura para acelerar o lançamento de veículos 100% elétricos e com um elevado nível de autonomia de condução.

Primeiro, a China. Depois, o mundo?

Conquistar uma posição predominante no mercado automóvel chinês é uma ambição assumida pela Geely, mas os planos parecem ser bem mais arrojados, estando atualmente em conversações para fundir o negócio da Volvo Cars com a Geely Automobile, empresa cotada em Hong Kong, com um valor de cerca de 22 mil milhões de dólares (18.570 milhões de euros). Além disso, o grupo, liderado pelo multimilionário Li Shufu, agrega uma participação maioritária na marca britânica de automóveis desportivos Lotus e uma pequena, mas significativa, fatia de 9,7% na Daimler AG.
 

Procura um carro elétrico? Veja os modelos disponíveis no Standvirtual

 
Enquanto isso, em Taizhou, na província de Zhejiang, a 300 quilómetros sul de Xangai, a primeira unidade de produção conjunta Geely/Volvo, de onde saem os elétricos Polestar 2 para os Estados Unidos e Europa, já se começam a delinear estratégias para que as próximas gerações de alguns modelos populares existentes, como o Borui e o Emgrand, assentem nas plataformas modulares. E ainda este ano é bem possível que a Europa oiça um pouco mais sobre a Geely, com a chegada do SUV Lynk & Co 01, fabricado na China.


Leia também:

 

Mais artigos da mesma categoria

Que combustível escolher?

Para comprar um carro ponderamos vários fatores: as dimensões, o design, a finalidade, a marca, entre outros. Uma das questões obrigatórias passa pelo tipo de…

Quais os carros mais económicos em Portugal?

Cada marca de automóvel tem os seus centros de reparação e manutenção. Os preços que aplicam variam de marca para marca. Existem também oficinas e…

Os carros mais baratos das marcas premium

Ter um carro de uma marca mais conceituada não só significa ter mais conforto e prazer enquanto estamos a conduzir. Representa também um estatuto perante…

Carros híbridos: tudo o que precisa saber

Os carros híbridos estão cada vez mais em voga. São potentes, económicos e amigos do ambiente. Mas será que conhece todas as características destes carros?…
X

Quer receber as nossas comunicações por e-mail?

Email Marketing by E-goi

É proprietário de um Stand?

Crie uma Conta Profissional