Uma sondagem realizada pela associação dos utilizadores de veículos elétricos do Reino Unido, a Zap-Map, conclui que a larga maioria dos automobilistas que compra um carro elétrico não tem intenção de regressar aos motores térmicos.
Resolvida a questão da autonomia, com cada vez mais automóveis a revelarem alcances muito razoáveis, acima dos 200 quilómetros, e depois do preço, que se mantém elevado, a indústria dos carros elétricos enfrenta um outro, e talvez mais importante, desafio: convencer os condutores a mudar dos motores a combustão a que recorreram toda a vida para as alternativas de ligar à corrente.
Mas, do Reino Unido surge uma forte cartada de persuasão. É que, segundo um estudo da Zap-Map, associação que reúne a comunidade de utilizadores de veículos elétricos daquele país, 90% dos motoristas não substituirão o seu atual elétrico por um carro a gasolina ou a gasóleo.
De um universo de mais de dois mil inquiridos, apenas um residual 1% declarou estar arrependido por ter comprado um elétrico e ansioso por voltar às mecânicas térmicas. Os restantes ainda não sabem o que irão decidir na altura de trocar de carro, mais pelas condicionantes do tipo de vida e da equação preço vs incentivos à aquisição do que por se manifestarem descontentes com o seu atual automóvel.
Condutores de veículos elétricos são os mais felizes
Quanto à satisfação relativamente ao bólide que se conduz, os utilizadores de elétricos são os que se manifestam mais contentes com a sua decisão, sendo os proprietários dos 100% elétricos mais felizes (92 pontos) dos que os de soluções eletrificadas associadas a motores de combustão (os condutores dos PHEV somaram 84 pontos).
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Já no que diz respeito aos veículos que mais prazer dão aos seus condutores, há três que assumem o pódio com 100 pontos em 100: Volkswagen ID.3, Kia Niro Plug-in Hybrid e BMW Série 3 330e. No seu encalço, Tesla Model 3 (96), Kia e-Niro (96) e Hyundai Kauai Electric (94). Os populares Renault Zoe e Nissan Leaf somaram 92 e 90 pontos, respetivamente.
2021 com mais uma fornada de carros elétricos
A aposta nos elétricos mantém-se transversal a todas as marcas, também pela necessidade de diminuir a pegada ambiental da gama e, assim, evitar pesadas coimas da União Europeia, que deverão começar a chegar por estes dias. Por isso, não é de espantar que o ano que agora acabou de arrancar se paute por uma série de lançamentos de ligar à corrente, seja o carro apenas dependente deste tipo de energia ou case esta com um motor térmico, e que o cenário se repita até 2025, altura em que se prevê a entrada em vigor da restritiva norma Euro 7.
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Entre os destaques de 2021, o Citroën C4 vai incluir uma declinação elétrica, enquanto do familiar Peugeot 308 se espera por uma versão também plug-in. Já a versão PHEV do Hyundai Tucson está prestes a estrear-se nas estradas nacionais, enquanto uma marca a que nos habituámos a ver em modo híbrido abraça a tecnologia 100% elétrica: o Lexus UX 300e promete uma autonomia de mais de 300 quilómetros. Entre os PHEV, é de esperar um novo Jaguar E-Pace, assente numa nova plataforma, um Toyota RAV4, com autonomia elétrica para mais de 70 quilómetros, e um novo Mercedes-Benz Classe C.
Já em modo eléctrico será servido o Porsche Macan EV, enquanto a Audi tem agendados os lançamentos do Q4 Sportback e-tron, para rivalizar com o Tesla Model Y, ou do Audi Q5 Sportback.
Do grupo PSA, vai haver um novo DS4 com derivação híbrida plug-in e o Opel Mokka traz uma solução servida exclusivamente a eletricidade. Também 100% elétrico será o Volkswagen ID.4, que, se seguir os passos do hatchback ID.3, terá carreira de sucesso.
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