A Alemanha proibiu a Tesla de usar termos considerados como publicidade enganosa no que diz respeito às capacidades dos sistemas de assistência ao condutor e o nível de condução autónoma. Em causa está a designação Autopilot o que levou Elon Musk a tecer algumas piadas sobre a decisão: “O Autopilot da Tesla foi literalmente batizado com o termo utilizado na aviação” e tendo qualquer avião piloto automático é sabido que não voa sem pilotos de carne e osso.
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O caso foi apresentado pelo Wettbewerbszentrale da Alemanha, um organismo patrocinado pela indústria encarregado de policiar práticas que prejudiquem a lei da livre concorrência, e um tribunal de Munique deu razão aos argumentos, proibindo a Tesla Alemanha de usar nos materiais publicitários frases como “todo o potencial de condução autónoma” ou “Autopilot incluído”. Tudo porque, explicaram, estas ideias podem induzir a conclusões de que o automóvel se move sem intervenção humana, algo que seria inclusive ilegal nas estradas germânicas.
A contribuir para a decisão alemã estiveram ainda as críticas de que o sistema de piloto automático foi alvo pelo Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos. O organismo não considerou o sistema seguro o suficiente sobretudo pelo facto de conseguir executar tarefas de condução em troços extensos com pouca ou nenhuma intervenção humana, o que poderá levar os condutores a negligenciarem a sua atenção à estrada e ao veículo.
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A Tesla defende-se, sublinhando informar sempre os seus clientes de que a tecnologia disponível nos seus carros não substitui ainda o condutor, mas esse é um caminho que a empresa está a trilhar.
Tesla mais perto do nível 5 de condução autónoma
Na designada condução autónoma, há cinco níveis: o primeiro inclui um ou mais sistemas de ajuda à condução, que não prescindem da intervenção do condutor; o nível 2 já admite que o carro decida determinadas tarefas sozinho, como acelerar, travar ou desenhar uma curva; o terceiro consegue detetar e desviar-se de obstáculos; o nível 4 admite uma condução perfeitamente autónoma, sendo o condutor chamado a intervir apenas em situações extremas; e, por fim, o nível 5, que não carece que qualquer ser humano.
É este último nível que a Tesla deseja alcançar, com o seu presidente Elon Musk a dizer que está muito perto de o conseguir. “Estou extremamente confiante de que o nível 5 ou essencialmente a autonomia completa irá acontecer e penso que irá acontecer muito rapidamente”, disse Musk numa mensagem em vídeo que marcou a abertura da Conferência Anual Mundial de Inteligência Artificial de Xangai (WAIC) e na qual adiantou que ainda “este ano” haveria novidades sobre o nível 5 da condução autónoma.
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A condução sem qualquer intervenção humana tem sido um dos focos da indústria automóvel, sobretudo de empresas que têm o seu principal negócio no transporte de passageiros, como a Uber Technologies. No entanto, ninguém tem arriscado uma data para começar a ser possível ver carros sem condutores.
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