Quando, em 1967, a Alfa Romeo apresentou o 33 Stradale homologado para a estrada, inspirado no carro de corridas Alfa Romeo Tipo 33, fez os alfistas (e não só) suspirar. Estava-se diante de um objecto que ainda hoje é tido como um dos carros mais bonitos de sempre. E as suas curvas não foram esquecidas com o passar dos anos: já no século XXI, o 8C Competizione foi beber inspiração ao carro da década de 60 do século passado.
Até 1969, foram feitas 18 unidades (13 vendidas), numa produção essencialmente manual nas instalações da Carrozzeria Marazzi, em Milão, cada qual com a sua própria personalidade. Afinal, o trabalho artesanal permitiu que não tivessem sido criadas duas unidades iguais. Razões para hoje se tratar de um modelo com um valor milionário.
Agora, a Alfa Romeo pretende reproduzir a aventura que foi o 33 Stradale original, recriando o icónico automóvel, sem desvirtuar as premissas que foram um sucesso no passado, como mostrou ao mundo, nesta quarta-feira, a partir do Museu Histórico Alfa Romeo, em Arese, Milão, com transmissão em direto para todo o mundo.
Veja e configure o seu novo Alfa Romeo
Assim, serão montadas apenas 33 unidades, construídas artesanalmente na Carrozzeria Touring Superleggera, segundo os gostos dos seus futuros proprietários (sim!, é verdade: já estão todos vendidos e, para já, a marca recusa-se a revelar os valores acordados das viaturas). Ou seja, primeiro foram encontrados interessados e depois criado uma espécie de “clube” com os clientes a serem tidos e achados na conceção do modelo (podem até assinar o chassis da viatura).
Alfa Romeo 33 Stradale: o respeito pela beleza
Depois de muita especulação de como seria a reinterpretação do modelo da década de 1960, a Alfa Romeo mostrou ter encontrado o equilíbrio entre o respeito pela história e o entusiasmo pelo que o futuro reserva.
O corpo curvilíneo do novo 33 Stradale não engana ninguém, com uma dianteira extremamente volumosa e musculada, um perfil esguio e uma traseira imponente, que, em conjunto, lhe permitem reclamar uma presença de grande sensualidade. As portas abrem como as asas de uma borboleta, criando um efeito elegante.
Já o interior, inspirado na aviação, inclui apenas o essencial, tendo a equipa de designers focado a sua atenção no prazer de condução. É certo que não prescindiram de ter um ecrã para o infoentretenimento, mas este pode ser ocultado, criando uma aura de um puro carro de corridas. Nos materiais, há alumínio, fibra de carbono, pele e a alcantara, enquanto os bancos reinterpretam os do seu antecessor, não deixando o conforto e a ergonomia no esquecimento.
Artigo relacionado: A história da Alfa Romeo
E se o aspeto é de um carro de corridas, o desempenho não desapontará, mesmo que tenham sido pensadas características que lhe permitem reclamar um lugar entre o trânsito quotidiano.
Alfa Romeo 33 Stradale: a gasolina ou 100% elétrico
O novo Alfa Romeo 33 Stradale terá duas almas distintas, também de acordo com os desejos dos futuros donos. Haverá uma versão térmica, com um motor V6 biturbo de 3,0 litros a debitar mais de 620 cv e uma caixa DCT de oito velocidades, tração traseira e diferencial eletrónico de deslizamento limitado, mas também uma 100% elétrica com mais de 750 cv e autonomia estimada de 450 km (WLTP).
Em ambos os casos, o número 3 volta a dar cartas nas prestações: a velocidade máxima será de 333 km/h, a aceleração dos 0 aos 100 km/h será feita em menos de três segundos e, a uma velocidade de 100 km/h, a travagem, apoiada por travões de carbono-cerâmica da Brembo, conseguirá ser cumprida em menos de 33 metros.
A experiência de condução, avança a marca, será ainda melhorada pela decisão de incluir uma suspensão de braços duplos com amortecedores ativos. Além disso, a estrutura em forma de H em alumínio e o monocoque em fibra de carbono garantem rigidez e leveza. Para assegurar as elevadas exigências de rigidez e segurança, foi concebida uma estrutura de tejadilho em fibra de carbono e alumínio, com portas do tipo borboleta com dobradiças especiais, enquanto as molduras das janelas são feitas de fibra de carbono e o vidro traseiro é em policarbonato.
Depois, a forma de usar do carro será uma decisão de quem seguir aos comandos. Há dois modos de condução: Strada e Pista. O primeiro, ativado por defeito quando se dá à chave, garante conforto, controlando a potência e tornando a suspensão macia e transmissão fluida (as válvulas de escape ativas abrem apenas acima das 5.000 rpm). Já no modo Pista, abre-se um mundo mais aguerrido, com toda a potência disponíveis, os pedais mais sensíveis e a suspensão mais firme (neste caso, as válvulas de escape ativas estão sempre abertas). Neste modo de condução, o condutor pode optar por desativar totalmente o controlo de tração.
Leia também:
