Carros clássicos americanos Jeep Willys (1941) o que ia a todo lado fazer qualquer coisa

4 min

Carros clássicos americanos: Jeep Willys (1941), “o que ia a todo lado, fazer qualquer coisa”

Numa altura em que a Europa já vivia os horrores da Segunda Grande Guerra, depois de Adolf Hitler ter invadido a Polónia, a 1 de setembro de 1939 (o que levou a França e o Reino Unido a declararem guerra à Alemanha), os EUA continuavam a olhar para o conflito ao longe. Mas, em junho de 1940, três meses antes de o país começar a prestar assistência aos Estados Aliados, o Exército solicitou propostas a 135 fabricantes de automóveis para um “veículo de reconhecimento ligeiro”, adaptado às necessidades no terreno.

Três empresas responderam: a Bantam, a Willys e a Ford. E, tendo em conta o pouco tempo disponível, as três uniram esforços para, ao fim de um ano, apresentarem o primeiro Jeep, sem provavelmente imaginarem que nasceria nesse momento uma nova marca. E um culto.

Feito para a guerra

O primeiro protótipo, Quad, com sistema 4×4, foi apresentado ao fim de apenas 75 dias. Mas apenas foram concebidas duas unidades. Seguiu-se o Willys MA, com uma série de alterações que lhe permitiram ficar apenas cerca de 180 quilos do desejo ambicioso do Exército: pouco mais de 500 quilos. E, assim, em julho de 1941, o contrato foi adjudicado à Willys-Overland para a produção de 16 mil Willys MB.

Jeep Willys

À procura de um carro novo? Faça uma pesquisa no Standvirtual Novos

A Jeep enaltece o facto de o Willys MB ter “o seu espírito forjado pelo fogo do combate e aperfeiçoado no calor da batalha”. Não é para menos. Além de se revelar muito útil como parceiro, depressa se constatou que o veículo era objeto de culto entre os soldados, a ponto de um ter sido galardoado com o Coração Púrpura, honra outorgada em nome do Presidente a todos os integrantes das Forças Armadas que sejam feridos ou mortos durante o serviço militar.

Na descrição do repórter de guerra Ernie Pyle, o Willys MB “fazia tudo”: “Ia a todo o lado. Era fiel como um cão, forte como uma mula e ágil como uma cabra. Transportava constantemente o dobro daquilo para que foi concebido e continuava a andar.”

Uma fórmula vencedora

O sucesso foi tal que a Willys não tinha mãos para as encomendas, tendo o Governo pedido à Ford que construísse 30 mil unidades. Mas sem mexer em nada do original: desenhos, especificações e características técnicas deveriam ser exatamente as mesmas das unidades produzidas pela Willys.

Jeep Willys volante

Durante a Segunda Guerra Mundial, a Willys produziu 363 mil Jeeps e a Ford cerca de 280 mil. Cerca de 50.000 foram exportados para a URSS ao abrigo do programa Lend-Lease. Já a Bantam interrompeu a produção de jipes e, até à aquisição em 1956, fabricou reboques de jipes de duas rodas.

Artigo recomendado: Jeep Avenger: Elétrico para a aventura

Versátil e desportivo

Discretamente, o MB iniciou uma revolução na utilização de pequenos veículos militares motorizados no Exército dos EUA, pela sua versatilidade. Tão depressa serviam como limpa-neves como podiam ser equipados com metralhadoras de calibre .30 ou .50 para combate. Ao longo da guerra, foram desenvolvidos kits de campo personalizados para todo o tipo de condições meteorológicas: do gelado inverno ao calor impiedoso do deserto.

Jeep Willys lado

Além disso, o baixo peso permitia-lhes ser carregados em aviões de transporte. Aliás, eram tão pequenos que couberam nos grandes planadores, os Horsa, utilizados na invasão da Normandia no Dia D.

O encanto dos Jeeps era tal que nem os generais nazis ficaram imunes. Consta que os cobiçavam e que eram os veículos que mais gostavam de apreender. E Enzo Ferrari, que por altura da II Guerra já criara a sua Scuderia, avaliou o Jeep como “o único verdadeiro carro desportivo da América”.

A dar vida a estes pequenos diabretes estava o Willys L134 (não à toa apelidado de “Go Devil”), um bloco de quatro cilindros em linha, com 60 cv e binário máximo de 142 Nm. O motor, de 2,2 litros, era construído em ferro.

Leia também:

0 min

Carros clássicos americanos Jeep Willys (1941) o que ia a todo lado fazer qualquer coisa

Carros clássicos americanos Jeep Willys (1941) o que ia a todo lado fazer qualquer coisa

Mais artigos da mesma categoria

Que combustível escolher?

Para comprar um carro ponderamos vários fatores: as dimensões, o design, a finalidade, a marca, entre outros. Uma das questões obrigatórias passa pelo tipo de…

Quais os carros mais económicos em Portugal?

Cada marca de automóvel tem os seus centros de reparação e manutenção. Os preços que aplicam variam de marca para marca. Existem também oficinas e…

Os carros mais baratos das marcas premium

Ter um carro de uma marca mais conceituada não só significa ter mais conforto e prazer enquanto estamos a conduzir. Representa também um estatuto perante…

Carros híbridos: tudo o que precisa saber

Os carros híbridos estão cada vez mais em voga. São potentes, económicos e amigos do ambiente. Mas será que conhece todas as características destes carros?…
X

Quer receber as nossas comunicações por e-mail?

Email Marketing by E-goi

É proprietário de um Stand?

Crie uma Conta Profissional