Clássicos americanos: a história do Ford Mustang

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Clássicos americanos: a história do Ford Mustang

O Ford Mustang só chegou a Portugal neste milénio, mas praticamente desde a sua conceção que este clássico americano povoa o imaginário colectivo dos europeus. Para o ano, faz 60 anos.

Qualquer um que viu o “Bullitt” (1968) dificilmente esquecerá Steve McQueen ao volante de um Mustang, numa das sequências mais icónicas de perseguições automóveis no cinema. Outra foi no “60 Segundos”, no original de 1974 com H.B. Halicki ou no remake de 2000 com Nicolas Cage: no centro da ação havia um carro especial, o “Eleanor”. No primeiro, foi usado um Sportsroof de 1971; no segundo, um modelo de 1967, pintado a prata e com detalhes em preto.

A devoção da Sétima Arte ao Ford Mustang não é à toa, na medida em que o automóvel foi lançado como símbolo do sonho americano, ao mesmo tempo que marcava o nascimento de um novo subsegmento, o dos “pony cars”, desportivos compactos, de corpo coupé ou descapotável e de preço acessível (custava desde 2368 dólares, equivalente a pouco mais de 20 mil dólares/18.940€ nos dias de hoje), graças ao facto de conseguir partilhar várias peças e componentes com outros modelos.

O primeiro Ford Mustang saiu da linha de produção a 9 de Março de 1964, distinguindo-se por um capot muito longo, que colocava o habitáculo recuado. Na estética, o desenho do cavalo selvagem das pradarias americanas dava um toque inolvidável.

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O objectivo era vender cem mil unidades no primeiro ano, mas foram comercializadas mais de 400 mil. E o sucesso não esmoreceu: dois anos depois, saía da linha de montagem o veículo um milhão. Atualmente, a um ano de completar 60 anos, o Mustang é o modelo mais duradouro de sempre da Ford, indo na sua sexta geração. E até já se rendeu às mecânicas elétricas, revelando que tem um futuro à sua frente.

Primeira geração (1965-1973)

Ford Mustang primeira geração

A primeira ideia do Mustang surgiu em 1960, quando a Ford se dedicou a desenhar um concept que era um roadster de dois lugares, com motor central. Seguiu-se outro protótipo, desta vez de quatro lugares e um tejadilho baixo.

As primeiras unidades de produção chegaram ao público ainda antes de o modelo fazer a sua estreia no Salão de Nova Iorque, e era proposto com tejadilho rígido ou descapotável, com duas portas e quatro lugares, sendo pouco depois acrescentado um fastback 2+2. A imprensa rendeu-se ao “pony car” e o sucesso do modelo nos filmes da franquia James Bond foram o ingrediente especial na receita.

Nas mecânicas, foram escolhidos os motores de seis cilindros, primeiro de 2,8 litros e depois de 3,3 litros (o que representou um crescimento de potência de 101 para 120 cv), e o brilhante V8 atmosférico, nas primeiras unidades de 4,3 litros e 164 cv e, depois, de 4,7 litros, a debitar expressivos 210 cv. Em 1968, foi introduzido um novo bloco V8 de 4,9 litros para reduzir emissões.

Ao longo desta primeira geração, o carro foi tornando-se maior e mais pesado, mas o que mais sobressaiu foram as melhorias no design, cada vez mais personalizável.

Segunda geração (1974-1978)

Ford Mustang segunda geração

Com a década de 1970, a chegada de mais modelos vindos de toda a parte do mundo e a existência de uma crise petrolífera levaram a Ford a tornar o Mustang mais pequeno e, claro, eficiente. No entanto, a necessária adição de equipamento para cumprir as normas de emissões e segurança nos EUA tornou o carro mais pesado e menos musculado.

Nas mecânicas, um 2,3 litros de quatro cilindros e um 2,8 litros de arquitectura V6. O V8 de 4,9 litros, descontinuado em 1978, juntou-se à gama, mas apenas com transmissão automática e direcção assistida. Em 1978, o King Cobra introduziu a mecânica de 5 litros. O carro estava disponível nas variantes coupé, hatchback, Mach 1 e Ghia.

Terceira geração (1979-1993)

Ford Mustang terceira geração

Assente numa nova plataforma, que dava vida ao Fairmont, o Mustang cresceu em todas as direções, apresentando uma maior distância entre eixos para maior conforto dos passageiros. Com carroçarias coupé, hatchback e descapotável, a Ford dedicou-se a criar vários níveis de acabamentos, que lhe garantiam uma personalidade única.

Os motores e transmissões foram herdados da segunda geração, com grande destaque para o 2,3 litros sobrealimentado que viria a sobressair entre a gama com a introdução do turbo GT de 1983. Neste mesmo ano, foi lançado um novo motor 3,8 litros V6.

Em 1984, o Mustang celebrou o seu 20º aniversário com o GT350 em branco com interior vermelho, mas já não tinha o sucesso das vendas de outros tempos, sobretudo pelo facto de ser um carro gastador numa altura em que o preço do combustível não dava sinais de abrandamento. Ainda assim, um séquito fiel permitiu a continuidade do modelo.

Quarta geração (1994-2004)

Ford Mustang quarta geração

À quarta geração, o Mustang surgiu com as mais acentuadas alterações de design e, pela primeira vez desde o seu nascimento, não estava disponível com corpo coupé.

A entrada de gama era feita com um V6 de 3,8 litros, a debitar entre 145 e 150 cv e acoplado a uma transmissão manual de cinco velocidades (a caixa automática de quatro relações constava nos extras). O motor V8 passou a ser o de 4.6 litros, com uma potência de 215 a 225 cv, dependendo dos anos de produção, mas que na versão GT atingia os 260 cv. As edições especiais incluíram um Bullitt 2001, em homenagem ao filme homónimo, e um Cobra R com um motor de 5,4 litros com impressionantes 390 cv.

Artigo recomendado: Ford Mustang é o desportivo mais vendido do mundo (pela sétima vez)

Quinta geração (2005-2014)

Ford Mustang quinta geração

Sobre a nova plataforma D2C, o estilo da quinta geração do Mustang inspira-se nos fastback da década de 1960. O vice-presidente de Design da Ford chamou-lhe “retro-futurismo”.

O modelo base foi alimentado por um bloco de ferro fundido V6 de 4 litros e 210 cv, enquanto o apimentado GT recorria a um bloco de alumínio de 4,6 litros V8 a produzir 300 cv. Mas as principais mudanças estavam na introdução de um sistema de controlo de tração e estabilidade de série.

Ainda antes da chegada de uma nova geração, o Mustang recebeu um novo bloco de alumínio V6 de 3,72 litros, mais leve, capaz de produzir 305 cv. Os GT incluíam motor de 32 válvulas de 5 litros e 412 cv. Por esta altura, foi ainda lançado um Shelby GT 500, com um V8 de 5,4 litros de 558 cv, com um binário máximo de 690 Nm.

Sexta geração (2015-presente)

Ford Mustang sexta geração

A sexta geração é, por vezes, difícil de distinguir dos últimos facelifts da geração precedente. Certo é que o espírito dos anos 60 veio para ficar, numa simbiose entre o que é moderno e o clássico.

Por esta altura, a Ford também se aventurou no Velho Continente, trazendo para Portugal os primeiros Mustang, disponíveis como fastback ou descapotável e alimentados com um EcoBoost de 2,3 litros ou um Coyote V8 de 5,0 litros.

Já nesta década, assistimos ao renascimento do Mach-1, com o motor Coyote de 5 litros e peças do GT350, e à incursão da Ford no caminho verde dos carros elétricos, com o Mach-E, um SUV que começou por fazer torcer o nariz aos fãs, mas que acabou por convencer grande parte da imprensa especializada, sobretudo na versão GT: 487 cv que vão de 0 a 100 em 3,7 segundos e até se fazem ouvir, graças a um sistema artificial.

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