28 agosto 2024

Sustentabilidade no mercado automóvel: o foco em ESG

carros elétricos

Originários da sigla inglesa ESG (Environmental, Social and Governance), que, em Portugal, se traduz para “Ambiente, Social e Governação”, estes fatores surgiram no quadro dos objetivos estratégicos associados à Agenda 2030 e aos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável).

Foram adotados como critérios para a avaliação do desempenho das empresas e instituições em matéria de sustentabilidade, no quadro europeu das finanças sustentáveis.

No setor automóvel, os fatores ESG transcendem a esfera dos veículos em si, estendendo-se desde a etapa de produção até ao consumidor final. As empresas estão cada vez mais comprometidas com práticas sustentáveis, na procura pela redução da sua pegada ambiental.

Além da produção de viaturas, os fatores ESG influenciam, também, a oferta de produtos sustentáveis, atendendo à procura crescente por veículos cada vez mais “amigos do ambiente”.

Os fatores ESG não são apenas uma métrica, mas um guia integral que premeia toda a cadeia produtiva automóvel, promovendo a sustentabilidade ambiental, a responsabilidade social e a governação corporativa.

Práticas responsáveis

ESG mercado automo?vel

O conceito ESG consiste numa abordagem de avaliação que teve origem nas décadas de 60 e 70, embora o termo tenha ganho força a partir de 2004, quando a ONU o mencionou, pela primeira vez, num dos seus relatórios. O propósito é analisar e medir o impacto ambiental, social e a qualidade da gestão corporativa de uma empresa.

Esta metodologia ultrapassa fronteiras, sendo aplicada globalmente como um indicador distintivo da procura por práticas empresariais responsáveis. Os fatores ESG destacam-se como uma métrica essencial para avaliar o compromisso de uma empresa com a sustentabilidade, a responsabilidade social e a eficácia de sua governação.

O foco do ESG recai sobre três pilares fundamentais: o ambiente, as relações sociais e a eficácia da gestão. Nesse sentido, proporciona uma visão holística das práticas empresariais.

A sua aplicação não conhece fronteiras, sendo adotado à escala mundial como um indicador de comprometimento com práticas empresariais social e ambientalmente responsáveis.

A abordagem realça-se no cenário empresarial como um meio eficaz de destacar e reconhecer organizações que procuram, ativamente, práticas responsáveis com a questão ambiental nas suas operações.

Pilares ESG

pilares ESG

Em termos de reporte de informação não financeira, o que podem as empresas enquadrar em cada um dos pilares ESG? Desde logo, o ambiente: atividades relacionadas com política ambiental, sistemas de gestão ambiental, programas ambientais e de formação e sensibilização ambiental, gestão de resíduos, reutilização de matérias-primas ou sua substituição por materiais mais ecológicos e menos prejudiciais para o ambiente, medidas para redução da intensidade energética e das emissões de Gases com Efeito de Estufa, gestão do consumo de água, prevenção da biodiversidade e riscos climáticos, economia circular.

Depois, social: políticas de contratação e de direitos humanos, igualdade salarial, sistemas de saúde e segurança no trabalho e bem-estar, medidas para aumentar a diversidade e inclusão da força de trabalho, igualdade de género, qualificação de trabalhadores, medidas de conciliação entre a vida pessoal e profissional, ligação à comunidade, redes e parcerias locais.

No caso da governação: medidas relacionadas com valores de ética, transparência e conformidade legal, política anticorrupção, política salarial, códigos de ética e de conduta, diversidade de género na gestão, políticas de compras responsáveis, códigos para fornecedores e medidas de diligência nas cadeias de abastecimento, gestão de riscos.

Mitigar impactos ambientais

No contexto do mercado automóvel, o ESG adquire um significado crucial ao manifestar-se na transição para carros elétricos e movidos a biocombustíveis (provenientes de fontes renováveis).

Essa mudança é impulsionada pelo objetivo de reduzir a pegada de carbono, representando uma resposta concreta à crescente preocupação ambiental no setor automóvel.

O compromisso com práticas ESG não se traduz apenas na eletrificação dos veículos, mas, também, estimula inovações abrangentes em mobilidade urbana sustentável, por intermédio da descarbonização.

O setor procura não apenas cumprir padrões ambientais mais rigorosos, como, também, contribuir, ativamente, para a mitigação dos impactos ambientais, alinhando-se com os princípios ESG.

As práticas não apenas obedecem aos princípios ESG. Também contribuem para o desenvolvimento sustentável do setor automóvel. Convém frisar que o ESG não é apenas uma tendência, mas uma necessidade imperativa para empresas que procuram prosperar com responsabilidade ambiental e social, destacando-se como líderes conscientes no mercado.

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