O que gasta mais: AC ou vidros abertos?
O preço dos combustíveis, embora longe dos valores recorde que atingiram no ano passado, continuam a impor respeito e uma urgência em economizar consumos. E, nestes dias frios, o ar condicionado torna-se amigo não só para tornar o habitáculo mais confortável como para desembaciar vidros.
No entanto, há quem defenda que a maneira mais barata para conseguir desobstruir a visibilidade passa por abrir a janela, mesmo tendo de conduzir com um casaco extra.
Será verdade? Afinal, o que pesa mais na carteira: rolar de vidros abertos ou ligar o sistema de climatização?
Para chegar a uma conclusão, melhor compreender primeiro o que cada um influencia no consumo do combustível.
Ar condicionado
O ar condicionado do carro não é um sistema que funcione paralelamente ao motor. Antes, funciona através e por causa do motor.
O que acontece quando se liga a climatização é que se dá o movimento das correias ligadas ao virabrequim graças ao compressor que é acionado pelo motor. Para tal, o motor terá de dispensar alguma da sua potência nessa operação – geralmente, cerca de 10% da potência total.
Na prática, isto não significa que o carro fique mais molengão, mas que vai necessitar de mais combustível para funcional a um ritmo semelhante ao que teria sem o ar condicionado ligado. Assim, é uma questão de fazer contas: se o automóvel consome 5 litros por cada cem quilómetros, a utilização do ar condicionado vai inflacionar o consumo em meio litro; se for um portento que regista 10 l/100km, então o consumo passará a rondar os 11 l/100km.
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Vidros abertos
Tudo o que implica aumentar a resistência ao ar influencia negativamente a aerodinâmica. Assim, sempre que se abre um vidro, a passagem do ar sob a superfície do automóvel é prejudicada.
De janelas abertas, será registado um maior atrito, o que exigirá ao automóvel usar mais força para “cortar” o ar. E mais força implica maior consumo de combustível. Algo que a velocidades baixas passa despercebido, mas que se torna evidente assim que se começa a pressionar o acelerador.
Ou seja, se em cidade, a velocidades inferiores a 50 km/h, o aumento de combustível é impercetível, até porque o atrito não é significativo, em autoestrada, a velocidades superiores a 100 km/h, o peso no consumo faz-se sentir de forma notória, podendo aumentar as necessidades de combustível em até 25% (se se tratar de um elétrico, a consequência será uma menor autonomia da bateria). E o desconforto nestas situações é imenso.
E, afinal, qual o mais gastador?
Se esteve atento ao ponto sobre os vidros abertos, já terá percebido que a análise a qual gasta mais combustível dependerá da sua condução. Ou seja, se rolar maioritariamente pela cidade ou por estradas a velocidades inferiores a 80 km/h, ligar o ar condicionado poderá ser apenas um contributo para aumentar a conta na hora de abastecer. Nestes casos, abrir as janelas irá, no inverno, manter a visibilidade impecável e, no verão, refrescar o habitáculo.
No entanto, a lógica inverte-se se as suas viagens forem maioritariamente em autoestrada. A velocidades acima dos 100 km/h, um vidro aberto irá ser o suficiente para fazer o consumo disparar e de forma menos controlada que o ar condicionado. Além de criar uma turbulência no interior do carro que resulta em distração. Nestas condições, prefira ligar a climatização, que consegue ser mais poupada, e ter uma viagem mais tranquila.
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Como tornar o AC menos gastador?
Agora que já concluímos que na cidade o que gasta menos é a janela aberta, enquanto na autoestrada é o ar condicionado, importa aprender a controlar os gastos da climatização.
Muito importante é manter o sistema limpo, trocando os filtros com regularidade, o que irá limitar a propagação de bactérias, fungos e vírus, três dores de cabeça para a saúde humana.
Depois, quando usar o ar condicionado, mantenha as janelas fechadas. Abrir um pouco a janela, irá deixar escapar o ar frio ou quente desejado e obrigar o sistema a trabalhar mais para manter a temperatura ambiente que, idealmente, deverá situar-se entre os 19 e os 23 graus.
Nos carros que tenham pré-climatização, habitue-se a essa prática de programar o carro para aquecer ou arrefecer o habitáculo antes de o ocupar. Não só irá sentir-se muito confortável quando ocupar o seu lugar, como irá conseguir alguma poupança final.
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