Ter um automóvel novo à porta nunca foi, aparentemente, tão fácil e, ao mesmo tempo, complicado. A guerra na Ucrânia somada a dois anos de pandemia de covid, que já tinha causado a disrupção no fornecimento de semicondutores, veio pôr uma enorme pressão sobre as linhas de montagem. E, hoje, o tempo estimado para a entrega de um carro raramente anda em menos de dois ou três pares de meses.
Paralelamente, o aumento do preço do dinheiro, com a subida das taxas de juro, provoca uma sobrecarga às finanças de quem quer ou precisa de ter carro.
No entanto, ultrapassadas todas estas dificuldades, uma dúvida permanece: comprar carro ou fazer um renting automóvel? Conheça os prós e os contras de cada hipótese antes de tomar uma decisão.
Comprar carro
A compra de um automóvel foi, até há alguns anos, um desejo da maioria dos automobilistas portugueses, num país em que, culturalmente, é privilegiada a propriedade privada. Hoje, a tendência já não caminha nesse sentido, mas ainda há quem prefira usar o que é seu. Ou quase.
É que, exceto para uma minoria que terá milhares de euros reservados para realizar o negócio, quem pensa em comprar carro tem que recorrer a algum tipo de financiamento: ALD, Crédito Automóvel ou Leasing.
No caso do ALD, Aluguer de Longa Duração, há uma mensalidade fixa a pagar mensalmente, o implica taxas de juro mais elevadas, mas, nos dias que correm, traz a vantagem de não se andar ao sabor das vontades dos mercados e das instituições bancárias. Para ficar com o automóvel, no fim do contrato, terá de pagar o valor residual acordado pelas partes.
Já em leasing também há uma prestação fixa a regularizar mensalmente, mas o valor a pagar pelo automóvel no fim do contrato é pouco aliciante, sendo uma solução mais adequada para quem deseja manter o contrato e ir buscar carro novo.
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Por fim, o crédito automóvel poderá ser a solução ideal para quem deseja ter um carro em seu nome. O veículo fica, desde o primeiro instante, registado com o nome de quem o adquire, não obstante o facto de muitas vezes persistir uma reserva de propriedade a favor da entidade credora. Já a subida das taxas de juro tem pouco impacto uma vez que regra geral se trabalha com taxas fixas. Além disso, todas as despesas e encargos são conhecidos ainda antes de assinar o compromisso.
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Renting automóvel
O que parecia ser uma tendência crescente vê-se agora ameaçada pela falta de produto.
A solução de renting é ideal para quem desvaloriza a propriedade privada e também não pretende ter responsabilidades sobre o automóvel que conduz. Assim, através de um contrato de renting, é possível ter um carro à porta por um número determinado de meses (a maioria dos contratos pode ser esticado até 60 meses, i.e., cinco anos), mediante o pagamento de uma renda, mas sem responsabilidades na manutenção do veículo. Aliás, a fatura mensal, cujo valor prevê a depreciação estimada da viatura, inclui uma série de serviços, seguro e IUC (Imposto Único de Circulação) incluídos. E, quando o contrato termina, o cliente simplesmente devolve o carro, cujo estado deverá ser o reflexo do desgaste normal, sem sinais de negligência.
Problema: os automóveis não estão a chegar tão depressa quanto se gostaria, o que está a obrigar, em determinadas situações, ao prolongamento dos contratos de renting. Ou seja, o cliente fica com um carro velho em vez de, no fim do contrato, ir buscar um automóvel novinho em folha.
Contas feitas, poderá ser altura para comprar em vez de contratar um renting. Mas antes de tomar uma decisão o melhor é pedir simulações de ambos os casos.
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