28 setembro 2021

Macal renasce 100 anos depois

Macal renasce 100 anos depois

Vai chamar-se M100 e será limitada a 100 unidades, o mesmo número de anos que passou desde a fundação da Macal, que chegou a ser uma das maiores empresas de construção de motorizadas do país.

O protótipo ainda não foi revelado, mas não deverá tardar até ser exibido, algo que será feito em conjunto com um livro de memórias do século da marca, descontinuada em 2004. A obra relatará todos os episódios da história do emblema, desde a fundação, pela mão do casal Manuel Caetano Henriques e Rosa de Oliveira Baptista, que começou por começou a fabricar componentes para bicicletas, e incluirá o testemunho de funcionários, clientes, fornecedores e até concorrentes, conforme contou o bisneto dos fundadores da Macal, André Caetano, ao “Jornal da Bairrada”.

“Queremos muito apresentar o protótipo até final do ano”, adiantou ao mesmo periódico, acrescentando que o que aí vem é uma duas rodas com motor de combustão a 4 tempos, de cilindrada 125 cc. No fundo, a mota que “se a Macal estivesse a funcionar (…), certamente, estaria a produzir”.

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A Macal, que nasceu para fabricar componentes para bicicletas, acabaria por se dedicar ao fabrico de componentes para ciclomotores depois de, no fim da década de 50, Isaac de Oliveira Caetano, o filho mais novo dos fundadores e ex-campeão nacional de motociclismo na classe de 350 cc (com uma BSA Gold Star), ter entrado para a sociedade. E, na década de 60, a Macal acabaria por se entregar à paixão pelas motas, desenvolvendo os seus próprios ciclomotores, tendo por base tecnologia britânica: ao longo da sua história foram comercializados 58 modelos, entre os quais a Macal Electron, lançada em 1997 e precursora das scooters elétricas (as baterias desadequadas ditariam o fracasso deste modelo).

As motorizadas, cujos quadros, suspensões, guiadores, parafusos, escapes, etc. eram todos de fabrico próprio, conquistaram um grande sucesso nas décadas seguintes. Mas a concorrência era cada vez mais feroz. E, com o aumento dos preços dos motores construídos em território nacional, pela Casal, Famel e SIS, a Macal viu-se forçada a procurar alternativas no estrangeiro.

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Porém, nos anos 80, a Motori Minarelli (o seu principal fornecedor) deixou de produzir os motores utilizados pela Macal e cedeu os moldes e apoio técnico à Macal, que os passou a produzir e incorporar nos seus modelos, que exportou para Espanha, Angola, Grécia, Holanda, Itália, Alemanha, Inglaterra e Áustria.

Apesar do imenso sucesso conquistado principalmente nas décadas de 1970 e 80 a partir da década seguinte, com a forte concorrência estrangeira e outros fatores, a empresa foi decaindo até encerrar.

O início do fim chegaria no fim do século XX, ainda que, já este século, tenha lançado para o mercado algumas unidades, no meio de um processo de recuperação que não chegou a bom porto.

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