10 maio 2021

Carregar carros elétricos: preços sobem em maio

Carregar carros elétricos preços sobem em maio

O carregamento de um automóvel elétrico nos postos da rede pública vai passar a ser mais caro. Não porque a eletricidade vá aumentar, mas porque vai passar a ser incluída uma taxa, que reverte para a Mobi.e, a entidade gestora da rede de mobilidade elétrica.

Em comunicado, a ERSE informou que aprovou as tarifas a cobrar pela Mobi.e e que serão aplicadas ao Comercializadores de Energia para a Mobilidade Elétrica (CEME), aos Operadores de Pontos de Carregamento (OPC) e Detentores de Pontos de Carregamento (DPC).

Tanto os primeiros, que fornecem energia aos pontos de carregamento, como os segundos, que gerem os equipamentos, passarão a ter de pagar à Mobi.e 0,1657€ por carregamento. Já os DPC, isto é, os proprietários dos locais onde se encontram instalados os postos de carregamento, terão de pagar 0,0385€ por dia por ponto de carregamento.

Estes valores, porém, serão suportados pelos utilizadores dos postos e cobrados na fatura final do carregamento.

Nova taxa representa entre 4 a 8% do valor do carregamento

Segundo a ERSE, as novas taxas irão refletir entre 4 e 8 por cento do que os utilizadores passarão a pagar para recarregar o carro, algo entretanto contestado pela UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos, que considera, em comunicado, que as tarifas anunciadas pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos deviam ser revistas.

 

Quanto custa um carro elétrico usado?

 
Segundo a UVE, o valor “deve ser diferente e mais baixo para os carregamentos normais e de curta duração em relação ao valor das taxas a aplicar aos carregamentos rápidos”.

Além disso, a Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos observa, no mesmo documento, que “ainda estamos longe do tempo de suavizar os incentivos à transição energética”, considerando a implementação das taxas “injustificável e contraproducente”.

Entre os pontos a rever, a UVE salienta que a aplicação da taxa deverá ser efetuada por energia (kWh) consumida e não por um valor fixo por carregamento. No entanto, defende a mesma associação, “a comparticipação destas taxas deverá prolongar-se, no mínimo, por mais dois anos para compensar o impacto negativo da pandemia”, devendo ser “suportada por fundos públicos afetos à descarbonização da economia e à eletrificação dos transportes”.

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Já sobre a taxa a aplicar ao DPC, a UVE considera que parece “estar de acordo ao benefício que este tipo de equipamento permite para as soluções a instalar em parques comuns com um único ponto de entrega de eletricidade, como são os condomínios”.

“Vivemos um tempo em que não podemos dar sinais contraditórios às pessoas e ao mercado em geral. A retirada de incentivos, como seria o caso do início do pagamento da taxa da EGME pelos utilizadores, visto que na prática será para eles que este custo dos OPC e dos CEME será transferido – aliás, como já foi divulgado entretanto! – é ainda injustificável e contraproducente.”

Portugal entre os líderes da gasolina mais cara

Portugal é o sexto país da União Europeia onde a gasolina é mais cara, revelou um relatório da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos. E não são só os combustíveis fósseis que são tema quente: recarregar um elétrico na rede pública vai passar, a partir de maio, a ser mais caro, com a introdução de uma nova taxa.

No primeiro trimestre do ano, o preço médio da gasolina 95 simples fixou-se nos 1,50€ por litro, sendo o sexto valor mais elevado entre os 27 Estados-membros da União Europeia. De acordo com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), “o preço praticado corresponde a uma diferença de 55 cêntimos/litro e 17 cêntimos/litro face ao país com os preços mais baratos e ao país com os preços mais caros, respetivamente”.

Quanto ao gasóleo simples, a história repete-se. O preço médio de venda nacional, de 1,32€ por litro, estabeleceu-se acima da média dos 27 Estados-membros da UE, sendo o sétimo mais caro, com uma diferença de 38 e 21 cêntimos/litro face ao país com os preços mais baratos e ao país com os preços mais caros, respetivamente. E, mais uma vez, a razão está nos impostos: “O peso fiscal em Portugal justificou a prática de preços 19 cêntimos/litro mais caros do que em Espanha”, constatou a ERSE que acrescentou que “sem impostos, os preços médios nacionais encontram-se praticamente alinhados aos do país vizinho”.

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Por fim, o gás de petróleo liquefeito (GPL) automóvel foi vendido a um preço médio de 0,67 cêntimos/litro, o que deixou Portugal na sexta posição dos países que reportaram o GPL Auto mais caro na UE, correspondendo a uma diferença de 19 e 17 cêntimos/litro face aos países com os preços mais baratos e com os preços mais caros, respetivamente.

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