7 agosto 2024

Bugatti Tourbillon, a nova joia da coroa

Bugatti Tourbillon Standvirtual

Falando-se de automóveis, não existe, provavelmente, nada mais luxuoso, potente, rápido e sofisticado do que um hiperdesportivo da Bugatti.

Criada pelo italiano Ettore Bugatti em 1909, em Molsheim, a marca pertence ao Grupo VW desde julho de 1998, mas só regressou à produção em 2005, após décadas no esquecimento. E daí para cá, só sucessos.

Bugatti Tourbillon traseira

Primeiro com o Veyron, produzido até 2014 em mais do que uma declinação, e depois com o Chiron (2016), nas suas espetaculares adaptações e variantes. Agora, é a vez do Tourbillon, um automóvel 100% novo com um nome inspirado num dos mecanismos de relojoaria mais famosos e complexos de todos os tempos, para simbolizar, exatamente, essa quase obsessão com a precisão e o refinamento que perdura no tempo, inovador desde a base à mecânica híbrida.

Um, dois… três motores elétricos

Bugatti Tourbillon

Pela primeira vez em quase duas décadas, a Bugatti diz adeus ao mítico W16 (lado a lado, duas bancadas de dois V8), colocando no seu lugar um novíssimo motor de 16 cilindros, mas com arquitetura em V, mecânica naturalmente aspirada, mas com eletrificação.

Trata-se de um inédito sistema híbrido plug-in que combina um enorme motor de 8,3 litros a gasolina, que atinge 9.000 rpm, a debitar o número “redondo” de 1.000 cv e 900 Nm, mais três motores elétricos para chegar a uma potência combinada de 1.800 cv e 1.000 Nm de binário máximo.

Muito “músculo”, que se traduz, naturalmente, em performances alucinantes: nas acelerações, 0-100 km/h em 2 segundos, 200 km/h em menos de 6,5 s, 300 km/h em menos de 13,6 s. Apenas para proteção dos órgãos mecânicos, a velocidade máxima apresenta-se limitada a… 445 km/h! Este número absolutamente incrível para um carro de estrada é apresentado num impressionante painel de instrumentos que remete para o mostrador de um relógio de luxo, o que ajuda a explicar o nome escolhido pela Bugatti. Turbilhão é um vento tempestuoso que sopra com força, mas em relojoaria designa um movimento ou dispositivo destinado a melhorar a precisão dos relógios mecânicos.

Aerodinâmica de avião

Novo Bugatti Tourbillon

Para fazer o Tourbillon de quatro rodas voar baixinho na estrada, a Bugatti estreia no hiperdesportivo com configuração de coupé de apenas dois lugares, como acontecia no Chiron, inúmeras soluções importadas da competição.

Com 4.671 mm de comprimento, 2.051 mm de largura e 1.189 mm de altura, o Tourbillon é ligeiramente maior do que o antecessor e com distância entre eixos esticada para os 2.740 mm, de modo a aumentar a estabilidade a altas velocidades e permitir um design mais aerodinâmico, esculpido no túnel de vento como um caça. Entre as novidades, o sistema de abertura e fecho de portas, para cima, tipo asas de gaivota.

Sendo depois mais leve, mais potente e muito mais rápido do que o antecessor, o novo Bugatti ostenta um difusor traseiro enorme e uma asa ativa para ajudar a manter a estabilidade a alta velocidade. Este elemento é acionado para aumentar a força descendente ou para funcionar também como travão de ar. A estrutura do Tourbillon é quase integralmente em fibra de carbono, com exceção, por exemplo, da suspensão, que é em alumínio forjado. E nem a presença de uma bateria de 25 kWh integrada fez aumentar o peso do conjunto: acusa na balança os mesmos 1995 kg do Chiron.

Digital e analógico

Bugatti Tourbillon manómetros

O condutor do Tourbillon senta-se confortavelmente num banco integral com apoios soberbos e fixo na estrutura do carro. Bem como o volante, de apenas dois raios. Só os pedais são ajustáveis eletricamente à posição de condução desejada.

À frente dos olhos, a instrumentação organizada em três visores… analógicos: o velocímetro em posição destacada, naturalmente, ladeado pelos outros ecrãs referentes ao sistema elétrico e do motor a combustão. O conjunto relembra mais uma vez os mostradores de um relógio de pulso mecânico.

Os únicos elementos digitais são o pequeno ecrã na base do painel e o ecrã da câmara traseira, que se eleva no centro do tablier sempre que é engrenada a marcha atrás na caixa de dupla embraiagem de oito velocidades.

Bonito, potente e raro

Bugatti Tourbillon interior

Como os antecessores, o Tourbillon é fabricado no Atelier Bugatti. Naquele centro de Alta-Costura Automóvel trabalham somente duas dezenas de funcionários, que montam, delicadamente, todos os componentes.

O hiperdesportivo será feito à mão e todas as etapas do processo serão monitorizadas para garantia de qualidade, que a exclusividade da peça exige.

Do Chiron, a Bugatti não terá produzido mais de 500 unidades, a última saiu da linha de Molsheim no início deste ano. Mas o Tourbillon será ainda mais raro. A produção está limitada a 250 unidades, com os primeiros clientes, já selecionados, a receberem os seus carros a partir de 2026. Cada um terá pago qualquer coisa como 3,8 milhões de euros…

Um relógio a condizer

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Com sempre acontece a cada lançamento mais relevante, a Bugatti voltou a recorrer aos especialistas da Jacob & Co. para criar um relógio de pulso à medida do Tourbillon, em matéria de sofisticação e luxo. A joia devia reproduzir não apenas os elementos de estilo do novo hipercarro, desde a grelha até ao painel de instrumentos, como teria de incorporar a referência ao novo motor V16.

Dito e feito, em tempo recorde, o Bugatti Tourbillon de pulso, composto por mais de 500 pequenas peças, combinando materiais como carbono e titânio preto, por um preço que ronda os 300.000 euros. Mais do que custa um Ferrari novo em folha.

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