Só foram fabricadas 1270 unidades, e nem todas se encontram ainda em circulação. Foi o último dos automóveis totalmente analógicos, onde a ligação entre o Homem e a máquina era feita sem qualquer ajuda, a ser produzido, e é para muitos, o melhor supercarro de sempre. São raros. Muito raros. Cada vez mais raros. Mas existe uma unidade à venda em Portugal.
Porsche Carrera GT à venda em Portugal
A história do Porsche Carrera GT
Não fossem os regulamentos desportivos terem mudado em 1999 e um dos melhores carros do mundo talvez não existisse. A história do Porsche Carrera GT está repleta de infelizes acasos, que levaram a um final muito feliz.
Ao contrário de outras “adaptações” da Porsche do mundo das corridas para a estrada, o Carrera GT foi desenvolvido a partir de um motor já existente, e não de uma carroçaria preparada para corridas.
O motor V10 que equipa este carro foi inicialmente desenvolvido pela Porsche para equipar os carros da Footwork, equipa de Fórmula 1 que participou nos campeonato mundial entre 1991 e 1996. Esta equipa já utilizava motores Porsche na temporada de 1991, mas na época não havia um regulamento que ditasse o número de cilindros que os carros deveriam ter.
A Porsche “emprestava” um motor V12 à Footwork naquela época, mas este era muito pesado e pouco potente, o que levou a resultados desastrosos por parte da equipa com sede em Milton Keynes. A Footwork decidiu então deixar a Porsche e comprar motores V10 à Honda. Motores que deveriam ser menos pesados, e como tal, fazer os carros andarem mais depressa. Mas o resultado foi o mesmo, a Footwork andou sempre na cauda do pelotão.
Anos mais tarde, em 1994 a equipa britânica pediu à Ford para desenvolver um motor V8, e conseguiu assim a melhor temporada de sempre da sua história, conquistando o 9º lugar do campeonato de construtores com 9 pontos somados (naquela época, a vitória apenas valia 10 pontos), mas ao mesmo tempo, a Porsche desenvolvia um motor V10, com 5500 centímetros cúbicos, que prometia dar fiabilidade, potência e competitividade a esta equipa Footwork.
No entanto, em 1995 os regulamentos da Fórmula 1 mudaram, e apesar de ainda não existir uma limitação quanto aos cilindros, existia uma limitação em relação à cilindrada: 3000 centímetros cúbicos era o máximo que cada motor podia ter. Ou seja, este V10 da Porsche foi desenvolvido para Fórmula 1, mas nunca foi usado por nenhum carro, e ficou “arrumado” numa garagem durante 5 anos.
Ora 5 anos mais tarde, a Porsche recuperou este motor para utilizar num protótipo para correr nas 24h de Le Mans, o 9R3, que seria o sucessor do 911 GT1. Mas, em 1999, os regulamentos voltaram a mudar, e os carros do campeonato mundial de resistência passaram a ser equipados com motores V12. Mais uma vez, a Porsche não ia conseguir dar uso a estes motores V10.
A Porsche viu-se então em mãos com várias dezenas de motores fabricados, “arrumados lá para um canto”, mas que não podiam ser utilizados de forma oficial em nenhuma competição.
O sucesso do primeiro (e muito controverso) SUV da Porsche, o Cayenne, permitiu à marca de Estugarda ter alguns marcos (moeda usada na Alemanha antes do euro) para poder investir num mega projecto: e assim nasceu o Porsche Carrera GT.
Apresentado ao mundo em 2003, este hiper carro da Porsche foi produzido até 2006, tendo sido fabricadas no total 1270 unidades.
O motor V10 de 5.5L foi “aumentado” para 5.7L, produzindo 612 cavalos de potência e 590Nm de binário às 8000 rpm.
Pesando apenas 1380kg, e sem quaisquer ajudas ao condutor (sem ESP, sem direcção assistida, sem controlo de tracção e sem ABS), e com uma caixa manual de 6 velocidades, este carro despacha os primeiros 100 km/h em apenas 3,6 segundos, os primeiros 200 km/h ao cabo de 10 segundos, e atinge uma velocidade máxima de 330 km/h.
Por ser um Porsche, por ser uma edição limitada, pela sua potência, pela sua beleza, e sobretudo, pelas suas características totalmente focadas no prazer de condução, este é sem dúvida, um dos grandes carros da história, e um dos últimos verdadeiros “drivers car” a ser construído.
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Único à venda em Portugal
O Porsche Carrera GT é considerado por muitos como o último “verdadeiro carro” a ser fabricado. É um carro muito especial e particular de se conduzir, não fosse o facto de não ter quaisquer ajudas à condução, e de ser movido por um potentíssimo motor V10, acoplado a uma caixa manual que debita toda a potência apenas para as rodas traseiras.
Pelo número muito limitado de unidades, novo, custava pouco mais de 400.000€, e mesmo no seu pico de desvalorização, o seu valor de mercado nunca desceu dos 550.000€, tendo este valor sido registado num leilão, no Estados Unidos, em 2020.
Desde o seu lançamento, é um modelo que esteve sempre em constante valorização, e hoje em dia, é praticamente impossível encontrar um exemplar à venda por menos de 1.000.000€, sobretudo quando falamos de um automóvel com histórico completo, e com pouca quilometragem, como é o caso deste exemplar à venda pela Luxecar.
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