1 outubro 2025

As 5 estradas mais perigosas em Portugal

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As estradas mais perigosas não são, por si só, responsáveis pela maioria dos acidentes rodoviários. A sinistralidade está frequentemente associada ao estado do veículo e, sobretudo, ao comportamento do condutor. Ainda assim, existem troços onde os cuidados devem ser redobrados. Nem sempre a velocidade máxima permitida pelo Código da Estrada é adequada às condições reais do pavimento. Cabe, por isso, a quem conduz avaliar todos os fatores em jogo e adaptar o estilo de condução à realidade de cada momento.

Nos últimos dois anos, Portugal registou uma ligeira oscilação nos principais indicadores de sinistralidade rodoviária. Em 2024, ocorreram 38.037 acidentes com vítimas, dos quais resultaram 477 vítimas mortais, 2.756 feridos graves e 44.618 feridos ligeiros. No ano anterior, em 2023, contabilizaram-se 36.595 acidentes com vítimas, 479 mortos, 2.646 feridos graves e 42.890 feridos leves.
Apesar de a mortalidade ter diminuído ligeiramente, o número total de sinistros aumentou, o que reforça a importância da adoção de comportamentos preventivos e de uma condução responsável, especialmente nos troços mais críticos da rede viária nacional.

Entre as principais causas dos acidentes de viação em Portugal destacam-se o excesso de velocidade, a condução sob efeito de álcool e as manobras perigosas. Trata-se de fatores diretamente dependentes do comportamento do condutor, que deve redobrar a atenção em determinadas vias. É precisamente nesses locais que se identificam os chamados “pontos negros” da sinistralidade rodoviária.

De acordo com a definição da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), um ponto negro é um troço com extensão máxima de 200 metros onde, num período de três anos, tenham ocorrido pelo menos cinco acidentes com vítimas e um indicador de gravidade igual ou superior a 20.

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De acordo com o mais recente levantamento da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, divulgado em 2023, foram identificados 175 pontos negros em Portugal Continental. Estes localizam-se sobretudo em estradas nacionais e vias urbanas, concentrando-se em distritos como Lisboa, Porto, Braga, Setúbal e Aveiro. Nestes troços, o risco de acidente é significativamente superior à média, o que exige dos condutores uma atenção redobrada.

Estradas mais perigosas em Portugal

IC 2

A estrada nacional IC2, que atravessa o país de norte a sul, lidera atualmente a lista das vias com maior concentração de pontos negros. Entre Coimbra, Leiria e a zona da Grande Lisboa, foram identificados 13 troços com elevado índice de sinistralidade. Alguns dos mais críticos situam-se junto a zonas urbanas com acesso frequente, cruzamentos sem separadores e fraca visibilidade. Nos últimos anos, o IC2 foi palco de dezenas de acidentes com vítimas, incluindo vários feridos graves e algumas vítimas mortais. A elevada intensidade de tráfego, associada a zonas de transição urbana e ausência de separadores centrais em alguns segmentos, torna esta estrada uma das mais perigosas de Portugal.

EN 125

A Estrada Nacional 125, que percorre o Algarve de leste a oeste, continua a ser uma das vias mais referenciadas em relatórios de sinistralidade. Apesar das obras de requalificação em diversos troços, os cruzamentos diretos, a circulação mista com veículos agrícolas e ciclomotores e o elevado volume de tráfego, sobretudo em época alta, mantêm a EN125 no radar das autoridades. Vários segmentos da estrada, especialmente entre Lagoa e Olhão, registaram um número significativo de acidentes com feridos graves e vítimas mortais, o que leva à recomendação de redobrada precaução por parte dos condutores.

IC1

Ligando o Algarve à zona de Lisboa, o IC1 tem sido alvo de diversas queixas e alertas nos últimos anos devido ao seu estado de conservação e traçado sinuoso. Os acidentes tendem a concentrar-se em zonas mal sinalizadas, com curvas apertadas e visibilidade reduzida, particularmente entre Ourique e Alcácer do Sal. A sinistralidade elevada levou à inclusão desta via nos relatórios da ANSR como uma das mais críticas do país. São frequentes os relatos de despistes e colisões frontais, motivadas em grande parte por ultrapassagens mal calculadas e velocidade excessiva.

A1

A Autoestrada do Norte, principal eixo rodoviário entre Lisboa e Porto, surge também na lista das vias com mais pontos negros identificados. Apesar de ser uma autoestrada com boas condições gerais de circulação, o elevado volume de tráfego, sobretudo pesado, contribui para uma maior frequência de acidentes, nomeadamente colisões em cadeia e choques traseiros. Alguns dos troços mais problemáticos localizam-se na zona de Santarém e Albergaria-a-Velha. Foram registados vários acidentes graves nos últimos anos, alguns deles com vítimas mortais.

EN109

A Estrada Nacional 109, que percorre grande parte do litoral centro, de Figueira da Foz até Vila Nova de Gaia, encerra o top das estradas mais perigosas com vários pontos negros identificados. A EN109 atravessa zonas urbanas densas e áreas industriais com elevada circulação de veículos pesados. Troços sem separadores, passagens de peões mal sinalizadas e cruzamentos diretos contribuem para a ocorrência frequente de acidentes. Vários deles envolveram peões e ciclistas, o que levou à intensificação da fiscalização em zonas específicas como Estarreja e Ovar.


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