O frio parece ter assentado arraiais e não irá embora tão cedo. Nós, humanos, queixamo-nos que temos mais dificuldade numa série de atividades, mas as máquinas não são muito diferentes de nós nesse aspeto e requerem cuidados especiais quando as temperaturas descem.
No caso do automóvel, é o frio que afeta o funcionamento em geral, a chuva que influencia a segurança da condução e o gelo que dá cabo de uma série de materiais, sobretudo as borrachas. E se houver neve pelo caminho mais cuidados há a tomar.
Cuidados que deve ter com o seu carro no inverno
Atenção aos rodados
Os pneus são dos elementos mais importantes e, não poucas vezes, os mais negligenciados num automóvel. Mas, atenção!, são o único ponto de contacto com o solo e dele dependem a segurança das suas viagens. Por isso, é imperativo verificar a profundidade do piso do pneu com frequência (nunca deve ser menor do que 1,6 mm, no caso de um ligeiro) e tomar atenção para não circular nem com pressão a menos nem com pressão a mais – bastam 2 minutos por semana para garantir que não anda a arriscar um acidente.
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Depois, se residir numa região onde é comum nevar ou haver formação de gelo, poderá equacionar ter um conjunto de pneus de inverno para usar por esta altura (quando o tempo aquece, terá de mudar para um conjunto de verão). E, se as estradas costumam ficar branquinhas, equacione a aquisição de correntes – mais vale prevenir…
No entanto, relaxe: a maioria dos residentes em território nacional não precisa de ter estes gastos extra. Bastará seguir os conselhos do primeiro parágrafo deste ponto para que o inverno não traga problemas.
Vigie a bateria
O que é que qualquer um de nós faz assim que entra no carro quando o termómetro indica menos de 50°C? Ligar o ar condicionado no máximo do quente, claro, sendo que os mais afortunados irão ainda acionar o aquecimento dos bancos e do volante (ao fim de dois ou três minutos não há mãos frias que resistam).
No entanto, este tipo de comportamento tem sequelas. É que, à medida que mais sistemas elétricos são chamados à ação, maior é a pressão sobre a bateria. Se esta for nova, não há preocupações de maior, mas, se já andar a arcar com o seu carro às costas há alguns anos, o melhor é mantê-la debaixo de olho.
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Para manter a bateria saudável, não deixe sistemas ligados, como o rádio ou as luzes, depois de desligar a ignição. Depois, certifique-se que o carro não fica demasiado tempo sem funcionar (se tal acontecer, o melhor será mesmo desligar a bateria, retirando a ligação ao polo positivo). Caso não haja necessidade de andar com ele, mas o tenha por perto, ligue-o pelo menos dia sim dia não e deixe-o a funcionar uns 10 minutos, acelerando entre as 2000 e as 2500 rpm.
Pondere a troca de óleo
Já tirou um minuto para observar o óleo que está na sua fritadeira? No verão, parece água; no inverno, assume um aspeto quase pastoso, como se estivesse a ponto de coalhar. É certo que o óleo que tem no seu automóvel não tem as mesmas propriedades de um óleo alimentar, mas a ideia pode ajudar a entender que um dos elementos do carro que sofre com o frio é o óleo que lubrifica o motor, olhando pela saúde de todos os componentes deste.
É que, à medida que a temperatura desce, o óleo torna-se mais denso. Isto poderá atrapalhar na sua nobre tarefa de colocar tudo a funcionar corretamente, ao mesmo tempo que limpa os detritos e prolonga a vida de cada pecinha pela qual passa. E, no pior cenário, deixar que o motor aqueça para lá do ideal. Por isso, trate de verificar a viscosidade do óleo, retirando a vareta do depósito, e se constatar que está efetivamente muito grosso, opte por mudá-lo.
Mantenha a visibilidade limpa
A falta de visibilidade pode ser causa de acidentes graves. Por isso, independentemente da altura do ano, é sempre importante cuidar para que consiga observar facilmente tudo o que se passa à sua volta. Para tal, há dois elementos fulcrais, com os quais deverá ter mimos extra: as luzes e as escovas do limpa para-brisas.
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No que diz respeito às luzes, verifique se todas as lâmpadas estão a funcionar corretamente, não se esquecendo das de nevoeiro, já que a probabilidade de enfrentar um manto cerrado é maior no inverno.
Quanto às escovas, nem pense duas vezes. Substitua-as o quanto antes, já que o mais provável é que todos os dias de exposição ao sol e ao calor seguido de dias de chuva e frio tenham deteriorado as borrachas a ponto de não limparem o suficiente para que consiga ver com clareza a estrada à sua frente – algo que notará se chover ou se o nevoeiro se acumular.
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