“Segundo os meios de comunicação franceses, França vai abandonar os radares de velocidade média. A razão é simples… não são rentáveis! O sistema é caro na aquisição e manutenção, e são necessárias várias câmaras de registo das matrículas. Do que se sabe, estes radares registam uma média de 5.000 infrações por ano, quando outro tipo de radares pode alcançar as 14.000 infrações anuais.”
A informação, que se espalhou como um vírus pelas redes sociais e por vários órgãos de comunicação social, parecia indicar que, numa altura em que Portugal começava a adotar o sistema de radares de velocidade média, que calcula a velocidade de um veículo entre dois pontos, recorrendo ao tempo despendido, um dos países que mais cedo o pôs em prática (foi em 2012 que França estreou as primeiras máquinas) estaria prestes a abandoná-lo por ter percebido que não era rentável.
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A ideia teve origem num grupo de condutores franceses que, em março, afirmava que os radares de velocidade média estavam a ser substituídos por não gerarem suficientes multas por excesso de velocidade. O grupo acusava as autoridades responsáveis pela segurança rodoviária de preferir o lucro à segurança, já que a substituição dos aparelhos seria feita por modelos mais baratos. E detalhavam que os radares de velocidade média a precisarem de manutenção iriam ser trocados por câmaras individuais, que registam a velocidade num ponto específico.
A suposta iniciativa mereceu críticas da associação de automobilistas 40 Millions d’Automobilistes, avaliando que os radares de velocidade média não só são os mais eficazes, como os mais respeitados por quem usa a estrada. E a opção por radares de velocidade fixa não reuniu simpatia: “As autoridades estão mais preocupadas com a rentabilidade destas máquinas [de velocidade média]: em média, menos de 5.000 flashes por unidade e por ano, contra 14.000 de uma câmara autónoma. Simplesmente não geram dinheiro suficiente”.
No entanto, a decisão de substituir radares de velocidade média por radares de velocidade fixa não foi confirmada pela autoridade de segurança rodoviária do país. “Não há vontade da delegação de segurança rodoviária de retirar os radares de velocidade média para dar preferência a radares fixos”, disse o organismo, citado por um jornal francês. No entanto, foi confirmado que haverá mudanças nas máquinas, sendo “substituídos os dispositivos antigos por dispositivos de nova geração”.
A Segurança Rodoviária vai mais longe, acusando a ideia da substituição de não ter fundamento e falando em modernização dos aparelhos, muitos com mais de uma década de existência.
Radares em França
Em França existem cerca de uma centena de radares de velocidade média e mais de 2500 radares de velocidade fixa.
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A localização tanto de uns como de outros é escolhida tendo por base o risco de sinistralidade das zonas: quantos mais acidentes tiverem ocorrido em determinado ponto, maior a probabilidade de ser colocado um radar nesse sítio.
Em 2018, o país introduziu ainda outro tipo de câmara, moderna, capaz de ler vários carros ao mesmo tempo, independentemente da direção. Estes radares podem ser encontrados em vias portuguesas desde há um ano.
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