O Classe E sempre foi um dos modelos mais importantes dentro da família Mercedes, mas aquilo que a marca da estrela fez com o W214 vai muito além de todas as expetativas.
O novo sedan executivo da Mercedes está mais tecnológico do que nunca, permitindo que os passageiros façam video-chamadas, ou até, imaginem só, utilizar o TikTok através do sistema do próprio sistema de infoentretenimento, mas também dá cartas em vários outros capítulos como a segurança e o conforto.
Na sua 6ª geração, Classe E está agora disponível apenas nas versões sedan e carrinha, sendo que versões cabrio e coupé desta “família” deram origem ao CLE, uma espécie de spin-off destas variantes tanto do Classe E, como do Classe C.
Neste W214, as alterações feitas face à geração anterior são várias, e estamos perante, provavelmente, a geração do Classe E com o maior salto tecnológico nos tempos recentes.
Começando, desde logo, pela parte frontal, com uma nova assinatura luminosa, que nas versões com faróis Digital Light têm a capacidade de projetar linhas, símbolos e coreografias, e também encontramos uma grelha totalmente redesenhada, que pode assumir várias formas em função do gosto de cada um.
Nas versões AMG, tal como esta, encontramos o logo da Mercedes em grande destaque na zona central da grelha, estando ladeada por uma constelação de pequenas estrelas que se estendem a toda a largura, não só da grelha, mas do pára-choques.
Quem preferir um look mais executivo, existe também uma versão do Classe E com uma grelha cromada, com linhas longitudinais, semelhantes às que encontramos no Classe S, e com a famosa estrela no topo do capot, sendo que a título opcional, as grelhas podem ser retro-iluminadas.
De resto, na verdade, o novo Classe tem uma silhueta que o aproxima bastante do Mercedes Classe S, podendo até por vezes ser confundido pelos olhares mais desatentos. Mas a forma mais fácil de os distinguir é mesmo na traseira, graças à também nova assinatura luminosa deste novo E, que integra duas estrelas em cada lado do faróis, e que, sobretudo, à noite, ganham enorme proeminência.
E não é só o exterior que fica ainda mais atrativo à noite. O interior, fortemente inspirado no Mercedes EQE, é uma das principais montras do novo Classe E.
Nos dias que correm, a tecnologia avança quase à velocidade da luz, e graças a isso, atualmente, este Classe E é o mais tecnológico dos Mercedes equipados com motor a combustão. Sobretudo quando equipado com o MBUX Super Screen. O HyperScreen de 17,7’’ não está disponível no Classe E, mas contamos ainda assim com um ecrã central de 14,3’’, ladeado por mais 2 ecrãs de 12,3’’. Ecrãs esses que, a título de curiosidade, têm um toque português, porque são feitos nas instalações da Bosch, em Braga.
O ecrã central integra a 3ª geração do MBUX, que conta agora sistema de conectividade Apple CarPlay através de ligação sem fios, e que continua a ser um sistema bastante denso, com muitas funcionalidades e menus, mas com a particularidade de ter sempre à mão as funções que utilizamos com maior frequência, e que nesta última versão ficaram ainda mais intuitivas.
E é claro que se estivermos a conduzir e não quisermos tirar os olhos da estrada para realizar alguma operação, podemos contar sempre com a ajuda da assistente Mercedes Me, muito bem calibrada, e dotada agora de inteligência artificial para aprender com as nossas rotinas.
O grande destaque deste Super Screen é mesmo a adição de um display à frente do passageiro, que não só permite regular algumas funções do infoentretenimento, mas permite também ao passageiro assistir a vídeos no YouTube, plataformas de Streaming, no TikTok, ou até jogar Angry Birds.
E o melhor é que o sistema é inteligente o suficiente para funcionar apenas quando está alguém sentado no banco do passageiro, e o habitáculo do Classe E está repleto de câmaras e sensores que conseguem detetar se o condutor tira os olhos da estrada e olha para o ecrã do passageiro, e se o fizer, este apaga-se imediatamente.
Aliás, existem várias câmaras no interior do Classe E. A câmara que lê a nossa atenção e a direção do nosso olhar está localizada imediatamente em cima do Super Screen, existindo uma outra em cima do tablier, com muito boa resolução, que permite fazer alguns retratos em família ou até mesmo videochamadas por ZOOM, sendo que esta câmara apenas funciona quando o carro está totalmente imobilizado.
O Classe E está dotado de inteligência artificial, e se colocarmos o nosso perfil no MBUX, as câmaras vão ler e reconhecer o nosso rosto, e sempre que entrarmos no carro, vai automaticamente ajustar a temperatura, o volume, a estação de rádio, a posição do banco e do volante, de acordo com as nossas preferências.
Registando o nosso perfil de utilizador através da aplicação Mercedes Me, também não será mais necessário utilizar a chave para entrar ou ligar o Classe E. Pode tudo isso ser feito através do nosso smartphone.
Quanto à posição de condução e ao conforto, estes bancos, aquecidos, ventilados e com sistema de revitalização, são tudo aquilo, se não mais, do que podemos esperar de um Mercedes. O luxo e o conforto são uma das assinaturas da casa de Estugarda e estes são, sem dúvida, dos melhores bancos que encontramos em qualquer automóvel, não só do segmento, mas de toda a indústria, e é de salientar a inexistência de qualquer plástico no interior deste habitáculo. Até mesmo nas zonas mais baixas encontramos apenas materiais de toque mais nobre.
Atrás, os passageiros não são tratados de forma diferente, contando com amplo espaço para a cabeça e pernas, e com várias saídas de ventilação, controladas de forma independente para cada zona. É um Mercedes perfeito não apenas para quem gosta de conduzir, mas também para quem prefere ser conduzido.
A bagageira oferece 370L nas versões híbridas Plug-in, e 540L nas versões apenas com motor a combustão.
Ao volante
O novo Classe E aposta também forte na eletrificação, sendo agora capaz de percorrer até 114km em modo 100% elétrico, segundo a Mercedes. As versões híbridas plug-in contam agora com uma bateria de 25.4kWh de capacidade, o que é praticamente o dobro da geração anterior.
O E300e conta com uma potência combinada de 313cv e 550Nm de binário, extraídos a partir de um motor térmico 2.0 de 204cv e de um motor elétrico de 220cv. Números iguais aos da versão DE, o híbrido plug-in diesel da Mercedes. Sim, porque a Mercedes continua também a apostar nos diesel, oferecendo a variante 220d do Classe E, com o tradicional bloco 2.0 de 197cv. Uma aposta que se justifica totalmente neste automóvel fruto das suas virtudes como estradista.
Esta versão híbrida plug-in a gasolina impressiona, sobretudo, pela sua eficiência. Com o motor a gasolina a ser mais leve que o homólogo diesel, a autonomia 100% elétrica anunciada é uma meta realista e alcançável, tendo no nosso ensaio percorrido 102km antes de se esgotar toda a bateria.
Quando isto acontece, o 2.0 escala os seus consumos para a ordem dos 8L/100km.
Mas, todos sabemos, os híbridos plug-in apenas fazem sentido se os carregarmos com frequência. E para termos uma perspetiva, numa viagem entre Lisboa e o Porto, e partindo com a bateria totalmente carregada, é possível, rodando dentro de velocidades seguras, rubricar uma média na casa dos 5L/100km durante esse trajeto. O motor elétrico permite rodar a velocidades até 140km/h, o que significa que podemos rolar bastante até o motor térmico ser obrigado a intervir.
Pela ordem de grandeza dos números, percebemos que este é um Mercedes muito mais focado na racionalidade do que na performance, mas que ainda assim não envergonha os desígnios da Mercedes. O sprint dos 0 aos 100 km/h cumpre-se nos 6,4 segundos, e a velocidade máxima é de 240km/h.
É um automóvel sem grandes ambições desportivas, mas que não deixa de ser performante, e competente, sobretudo em auto-estrada. Os quase 5 metros de comprimento e as mais de 2 toneladas de peso não o tornam particularmente ágil, mas se optarmos por equipar o Classe E com eixo traseiro direccional, essa dimensão e peso acabam por ficar bem mascarados.
Ainda relativamente à eletrificação, e outro dos fatores impressionantes deste Classe E e que o fazem destacar da concorrência, é o facto de, a título opcional, ser possível equipar este Classe E com tomada para carregamento contínuo, DC, que admite velocidades até 55kW. O que significa que em cerca de 30min, num carregador rápido, é possível repor toda a autonomia elétrica deste carro.
Se optarmos apenas pelo carregador de bordo de 11kW, a totalidade da carga é atingida em cerca de 3h. Numa tomada doméstica, vamos precisar de quase 10h.
Quanto a preços, o Classe E está disponível na secção de novos do Standvirtual a partir dos 63.856€, sendo que os preços das versões híbridas plug-in se iniciam nos 74.045€, para a versão a gasolina, 2000€ menos que a versão equipada com motor diesel. Somando alguns extras obrigatórios no Classe E, a fatura facilmente escala para valores próximos dos 90.000€.
Configurar o novo Mercedes Classe E no Standvirtual
Em suma, pode não ser a Berlina mais entusiasmante de conduzir, e para quem prefere estradas com curvas ao galgar kms na auto-estrada, então o BMW Série 5, ou até mesmo o Audi A6 talvez sejam a escolha mais acertada.
O Classe E, é tudo o que sempre foi, e só surpreende quem não os conhece. Mas esta geração, está realmente melhor, em tudo.
Confortável, espaçoso, luxuoso, tecnológico, seguro, fácil de conduzir e perfeito para quem gosta de ser conduzido, e continua a ser a referência a bater no segmento dos executivos.
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