É o carro dos sonhos de qualquer pessoa destemida e que aprecie veículos com múltiplas funcionalidades. Na verdade, quem não gostaria de ter um carro que voa, que dispara mísseis ou que consegue, com segurança, atingir velocidades máximas em tempos mínimos? Existe? Só nos filmes. E em que imaginário o carro tem um papel de protagonista? Batman, pois então.
O Batmóvel – ou Batmobile, como preferem alguns puristas do nome original – é o apogeu dos veículos transformados. Uma espécie de tuning com estilo e classe. Na Batcave, o Batmóvel surgiu pela primeira vez em 1939 e, não tendo grandes semelhanças com o que fomos vendo nos últimos anos, já na altura era um veículo altamente armado, de assalto tático e com todos os dispositivos de que o Batman necessitava para combater o crime.
Batmobile: da imaginação para a realidade
Durante muito tempo, o veículo existiu, apenas, no imaginário de muitos. Mas, quando os filmes começaram a contemplar atores de carne e osso, a coisa mudou um pouco de figura.
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Foram precisos designers, muito engenho e vários materiais resistentes. Além de muitos efeitos especiais, claro. O Batmobile tornou-se um ícone da cultura pop e foi sofrendo upgrades nas suas competências: minilaboratório de análise criminal, transporte de prisioneiros e armado até aos pistões com todo o tipo de engenhos.
Quais os modelos usados para construir o Batmobile?
Em 1943, Batman e Robin usavam um Cadillac Série 75 descapotável. Seis anos mais tarde, o Batmóvel passou a ser um Mercury 1949. Durante os anos 60, a banda desenhada inspirou imensos amantes de carros e super-heróis a desafiarem, por si próprios, a imaginação e alterarem veículos que se integrassem no universo Batman. E assim foram surgindo réplicas privadas do Batmóvel.
Foi nessa década que no filme, e na própria série, o veículo de Batman foi adaptado de um Lincoln Futura, pintado a negro e vermelho. Coube ao designer da especialidade George Barris criar e personalizar o irónico veículo usado entre 1966 e 1968 na série televisiva. A história tem detalhes curiosos porque os produtores da série deram-lhe três semanas para terminar as alterações que custaram 30 mil dólares…
Alucinada criatividade
Em 1989, com o realizador Tim Burton em habitual alucinada criatividade, o Batmóvel ganhou aspetos visuais de art déco, à imagem da própria cidade de Gotham, onde Batman vivia e a ação se passava.
Julian Caldow foi o ilustrador e John Evas a mão de obra real. Muita fibra de vidro e o chassis de um Chevrolet Impala depois, saíram da oficina em Inglaterra dois Batmóveis.
Mas, já se sabe: mudam-se os realizadores, mudam-se os estilos. Por isso, em 1995, com “Batman Forever”, de Joel Schumacher, foram acrescentadas decorações luminosas e as rodas podiam, então, rodar 90 graus, além de beneficiar de um gancho que lhe permitia circular em… paredes.
Nada impossível para o motor que usaram: o ZZ3 de alta performance que deu vida à terceira geração do Chevrolet Camaro. A estrutura de fibra de vidro laminada e fibra de carbono foram a cereja em cima do bolo. “Batman e Robin”, o filme de 1997, apresenta algumas alterações com o mesmo motor. E o Chevy não dececionou ninguém.
De futurista a tanque de guerra
Na trilogia “O Cavaleiro das Trevas”, o Batmóvel ganha contornos de tanque de guerra. No entanto, ele nunca é referido, no filme, como “Batmóvel”. Parecia muito mais um veículo funcional e de terreno do que um veículo de coleção para ser colocado num pedestal e admirado. O próprio produtor do filme descrevia o carro como uma mistura entre um tanque e um Lamborghini.
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Quando, em 2016, o Batman se cruza com o Super-Homem, o Batmóvel do filme é uma espécie de casamento entre os veículos clássicos, a que estávamos habituados a ver nos anos 60, e a construção quase militar da trilogia. Com pneus de trator, ele dá saltos, domina a altura da suspensão, atinge grandes velocidades e mantém um grande arsenal de armamento.
O habitáculo, como sempre, mais parece um cockpit de um avião futurístico, repleto de funcionalidades e design sedutor. Desenganem-se os crédulos: quase sempre, o interior foi filmado num set, separadamente e não correspondendo ao interior real.
Modelos de interesse histórico
Todos os veículos (e em alguns casos foram construídas 3 unidades para o mesmo filme) acabaram em museus ou leiloados por milhares de dólares. Alguns compradores são conhecidos, outros nem por isso, e estão espalhados pelo mundo inteiro.
Além disso, há quem se dedique a transformar carros em Batmóveis capazes de circular em estrada com o aspeto que idealizámos no nosso imaginário.
No início deste ano, foi a leilão um Batmóvel baseado no chassis de um Ford Mustang de 65, mas com um motor V8 atmosférico a debitar 385 cv. A excentricidade foi construída por uma empresa britânica, que, supostamente, a terá idealizado após a encomenda de um empresário inglês por um valor de 175 mil euros.
O objetivo será, claramente, usá-lo em exibições públicas e eventos, preparado para grandes fotos ao lado dos maiores fãs do Batman.
Mas mesmo para quem não tem milhares de euros para esbanjar, há sempre um Batmóvel feito à medida. É que, se o budget não dá para muito, há construções em miniatura que podem ocupar algumas horas e lhe permitem exibir um magnífico Batmóvel na prateleira lá de casa.
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