Xpeng P7: um elétrico “com asas”

Até ao final do ano, o fabricante chinês Xpeng assentará arraiais em Portugal com seis pontos de venda e uma gama que inclui dois modelos com o formato SUV da moda, o G6 e o G9, elétricos de estilo coupé e familiar, respetivamente, e a berlina superior P7, com silhueta desportiva e ares de premium. Não sendo o modelo mais promissor da Xpeng no mercado nacional, por destinar-se a um segmento que atualmente não tem um elevado volume de vendas, o P7 funciona muitíssimo bem como carro de imagem, sobretudo quando equipado com as opcionais portas em forma de asa de abertura vertical.
O sedan de 4,89 metros é mais comprido que um Tesla Model 3 ou um Ioniq 6, mas também não destoa perante um Volkswagen ID.7. O topo de gama alemão chega quase aos 5 metros, mas é mais acanhado que o Xpeng na distância entre eixos: 2.971 mm contra 2.998. Com isto, no novíssimo P7, a habitabilidade nos lugares traseiros é desafogada, e ainda mais a volumetria da bagageira (440 litros, ou 915 litros com os encostos traseiros rebatidos).
Apesar do interior muito espaçoso, no caso do P7, a configuração da carroçaria, mais baixa e longilínea, permite aerodinâmica mais apurada, otimizando ao mesmo tempo as prestações e a autonomia. O modelo da XPENG tem coeficiente aerodinâmico (Cx) de 0,236; só o Ioniq 6 (0,21 Cx) faz melhor na categoria.
Interior digital e conectado
O habitáculo tem qualidade alinhada pelo seu segmento europeu das marcas premium, com laivos de modernidade e muito poucos pormenores a que se pode apontar algum trejeito demasiado asiático – ou mesmo chinês – que desagrade ao gosto-padrão atribuído ao consumidor do Velho Continente.
O acabamento do interior é luxuoso, o ambiente a bordo luminoso (o teto é panorâmico) e a apresentação elegante, com dois ecrãs, um para a instrumentação, com 10,2 polegadas, outro para o sistema de infoentretenimento, de 14,9 polegadas.
Long Range faz mais de 600 km
Em Portugal, o Xpeng P7 está disponível em três versões, com a gama a começar no Long Range, equipado com um motor traseiro de 276 cv e 440 Nm, alimentado por uma bateria de 86,2 kWh. Não é a potência mais alta que irá encontrar no segmento, nem a capacidade da bateria mais generosa, mas o agregado permite declarar uma autonomia de até 650 km (ciclo WLTP).
A versão mais potente, P7 Performance, conta com dois motores elétricos, um por cada eixo, para oferecer quatro rodas motrizes, uma potência combinada de 473 cv e 757 Nm de binário máximo. Nesta configuração, com a mesma bateria de 86,2 kWh, a autonomia desce para um máximo de 570 km entre carregamentos. Mas sobem de tom as prestações, com a marca chinesa a anunciar 0 a 100 km/h em apenas 4,1 segundos e 200 km/h de velocidade máxima.
Todas as versões permitem carregamento rápido das baterias até 175 kW em corrente contínua, o suficiente para recuperar de 10 a 80% da carga em 29 minutos. Já o carregamento em corrente alternada atinge um máximo de 11 kW.
Ainda no topo da gama está a versão P7 Wing Edition, que apenas acrescenta ao Performance as espetaculares portas de abertura vertical, um opcional que terá um custo a rondar os 10.000 euros! Quanto a preços, o P7 arranca nos 54.990 euros.
Segurança de topo
A berlina P7 destaca-se ainda pelo sistema operacional avançado com atualizações remotas (over-the-air), mas também pela farta dotação de sofisticados sistemas de assistência à condução integrados no pacote X-Pilot, que usa um conjunto de câmaras, radares e sensores para auxiliar em três áreas principais: condução, estacionamento e segurança. São ao todo cinco radares de ondas milimétricas de alta-definição, 12 sensores ultra-sónicos, quatro câmaras 360º e sete câmaras de alta qualidade a monitorizar a todo o momento a condução.
Além disso, o modelo da Xpeng, que agora chega ao mercado nacional, obteve as cinco estrelas Euro NCAP. O resultado dos testes nas quatro áreas de avaliação é bastante positivo: 87% para proteção dos ocupantes adultos, 81% para ocupantes crianças, 81% para os outros utilizadores da via e 78% para os sistemas de assistência à condução.
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