Xiaomi lança YU7, um SUV elétrico de 690 cv

A berlina SU7 não foi apenas mais um automóvel elétrico a chegar ao mercado. Foi uma extensão do universo Xiaomi, um veículo que comunica com os outros dispositivos da marca, desde “smartphones” a sistemas de “smart home”. Imagine chegar a casa e o carro, com base nos seus hábitos, preparar automaticamente o carregamento ou ajustar a climatização. Esta integração, aliada a um preço competitivo (a partir de 27.500€ na China), garantiu-lhe 258.000 encomendas em apenas 14 meses, incluindo 28.000 entregas só no mês de abril.
Mas a Xiaomi não quis ficar por aqui. O recém-apresentado YU7, o primeiro SUV elétrico da marca, chega em julho e promete ser ainda mais ousado. Com linhas exteriores que alguns comparam ao Ferrari Purosangue e detalhes aerodinâmicos inspirados em superdesportivos, salta à vista a frente “nariz de tubarão”, ladeada por faróis em forma de “gota de água” — não só estéticos, mas funcionais: os canais integrados direcionam o fluxo de ar para saídas no capô. Falando nele, a Xiaomi orgulha-se de ter o maior capô de alumínio em formato “clamshell” entre os veículos de produção em série.
A marca revela que o modelo tem dez canais de fluxo de ar internos e 19 aberturas otimizadas para gerir turbulências. Juntam-se a isto as jantes aerodinâmicas e uma grelha dianteira ativa que se ajusta conforme a velocidade. Resultado? Um coeficiente de arrasto (Cx) de apenas 0,245 — número raro num SUV, mais próximo de uma berlina desportiva.
Ecrã panorâmico sem botões
Mas o YU7 não é um mero exercício de estilo: é uma declaração tecnológica, com assinatura Xiaomi — onde cada detalhe serve um propósito. No habitáculo, destaca-se o imponente sistema HyperVision, um ecrã panorâmico que se estende de um pilar a outro, eliminando o tradicional painel de instrumentos e a permitir a personalização total da informação, enquanto um ecrã central de 16,1 polegadas controla o entretenimento e as funções do veículo.
E não fica por aqui. Os passageiros traseiros têm direito aos seus próprios ecrãs táteis, e até a climatização é gerida através de uma interface dedicada. Os botões físicos? Quase inexistentes. A Xiaomi aposta numa experiência minimalista, onde tudo é controlado por toque ou comando de voz.
Mas o verdadeiro diferencial está no que não se vê. Enquanto a concorrência ainda debate sistemas de assistência, a Xiaomi instalou no tejadilho um olho que tudo vê: um LiDAR acompanhado por radar 4D, onze câmaras e doze sensores ultrassónicos. Juntos, formam uma rede de segurança que antecipa perigos como um vigia noturno em estado de alerta máximo.
Em termos de dimensões, o Xiaomi YU7 apresenta 4,99 metros de comprimento, 1,99 metros de largura e 1,60 metros de altura, com uma distância entre eixos de três metros. Comparando com o Tesla Model X, o SUV da Xiaomi é 5,8 cm mais curto, mas oferece 3,5 cm a mais de distância entre eixos – um fator crucial para maior espaço interior e estabilidade em andamento.
No porta-bagagens traseiro oferece 678 litros de capacidade, espaço que pode ser ampliado para 1.758 litros ao rebater os bancos traseiros. Para completar, inclui ainda um porta-bagagens dianteiro (frunk) com 141 litros de capacidade – ideal para guardar cabos de carregamento ou malas pequenas.
Desempenho e autonomia que impressionam
O Xiaomi YU7 não é apenas impactante nas dimensões e na imagem ou a nível tecnológico – também promete performances de alto gabarito. A Xiaomi preparou três versões do seu SUV elétrico, cada uma com personalidade própria. A entrada de gama, simplesmente designada YU7, conta com um motor elétrico traseiro que entrega 320 cv e um binário robusto de 528 Nm, permitindo acelerar de 0 a 100 km/h em 5,9 segundos e atingir uma velocidade máxima de 240 km/h. A autonomia promete não desiludir, com os seus 835 km (ciclo CLTC) garantidos por uma bateria de 96,3 kWh.
Para quem quer mais adrenalina, a versão Pro surge com tração integral, 496 cv e 690 Nm de binário, reduzindo a aceleração para 4,3 segundos – mantendo a mesma velocidade máxima, mas com uma autonomia ligeiramente mais contida (760 km). Já o topo de gama Max, com 690 cv e 866 Nm sob o pedal direito, dispara até aos 100 km/h em apenas 3,2 segundos e não para até aos 253 km/h, tudo isto com uma bateria de 101,7 kWh que assegura 770 km de autonomia.
As baterias, desenvolvidas em parceria com a CATL, utilizam a tecnologia CTB (Cell-to-Body), integrando as células diretamente na estrutura do carro para maior eficiência e espaço interior.
Uma recarga ultrarrápida permite ir de 10% a 80% em apenas 12 minutos – desde que, claro, encontre um carregador compatível com os 350 kW de potência suportados.
Xiaomi YU7: Estilo Ferrari ao preço Tesla
Os preços ainda não foram oficialmente anunciados para mercados fora da China, mas estima-se que a versão base ronde os 38.000€, enquanto o modelo topo de gama poderá chegar aos 51.000€. Valores que, se confirmados, colocarão o YU7 em competição direta com o Tesla Model Y, o BMW iX e outros rivais “premium”.
Todas as versões do Xiaomi YU7 chegarão com uma suspensão avançada de duplo triângulo à frente, “multilink” de cinco braços atrás e molas pneumáticas que elevam a altura ao solo até 222 milímetros.
Com este pacote, a Xiaomi está a redefinir o que esperamos de um SUV elétrico – e a Tesla terá resposta à altura?
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