20 julho 2025

Velas de ignição: pequenas peças com grande importância

Velas de ignic?a?o auto

Quando se pensa na manutenção de um automóvel, muitas vezes dá-se prioridade a elementos como o óleo do motor, os travões ou os pneus. No entanto, há componentes mais discretos que desempenham um papel vital no funcionamento do carro. É o caso das velas de ignição, peças pequenas, mas fundamentais, sobretudo nos motores a gasolina. Um mau funcionamento das velas pode originar falhas de combustão, aumento do consumo e perda de potência.

O que são e para que servem as velas de ignição?

As velas de ignição são componentes instalados no topo dos cilindros dos motores a gasolina, responsáveis por provocar a faísca que inicia a combustão da mistura de ar e combustível. Esta explosão gera a força que faz mover os pistões e, consequentemente, o veículo. Sem faísca, não há combustão, e sem combustão, o motor não arranca.

Cada vela tem na extremidade um eletrodo central e um eletrodo de massa. Quando a corrente elétrica vinda da bobina chega à vela, forma-se uma faísca entre os dois eletrodos, inflamando a mistura no interior da câmara de combustão.

Nos motores diesel, este processo não é necessário, pois a combustão ocorre por compressão, mas existe um componente semelhante chamado vela de pré-aquecimento, com uma função completamente distinta.

Porque são tão importantes para o desempenho do motor

Um motor a gasolina depende de uma combustão precisa e regular. Se uma vela estiver em mau estado ou mal calibrada, a faísca poderá ser fraca ou ocorrer no momento errado, resultando em combustões incompletas ou falhadas. Isso afeta diretamente o desempenho, a eficiência e até a durabilidade do motor.

Velas em bom estado garantem uma combustão eficiente, o que se traduz em menor consumo de combustível, redução de emissões e arranques mais rápidos e suaves. Além disso, ajudam a preservar outros componentes, como o catalisador, que pode ser danificado por combustível não queimado.

Com que frequência devem ser substituídas?

A vida útil de uma vela de ignição depende do tipo de motor, da qualidade das peças e das condições de utilização. Como regra geral:

  • Velas convencionais (níquel): devem ser substituídas a cada 30.000 a 50.000 km
  • Velas de platina ou irídio: podem durar até 100.000 km

O mais seguro é seguir o plano de manutenção recomendado pelo fabricante do automóvel, que especifica o tipo de vela e a periodicidade da substituição. Em Portugal, a maioria dos veículos ligeiros a gasolina utiliza velas convencionais, embora muitos modelos mais recentes já recorram a materiais mais duráveis.

Sinais de que as velas podem estar a falhar

Existem sintomas claros que indicam que uma ou mais velas podem estar desgastadas ou com problemas. Entre os mais comuns estão:

  • Dificuldade em ligar o motor, especialmente a frio
  • Perda de potência e aceleração irregular
  • Consumo de combustível acima do normal
  • Vibrações excessivas ao ralenti
  • Luz do motor acesa no painel de instrumentos

Estes sinais podem também ser causados por outros problemas no sistema de ignição ou injeção, mas as velas são sempre um bom ponto de partida para o diagnóstico.

Que tipo de velas existem?

No mercado existem diferentes tipos de velas, adaptadas a várias necessidades:

  • Velas de cobre/níquel: as mais comuns e acessíveis, com boa performance para condução normal.
  • Velas de platina: oferecem maior durabilidade e resistência a altas temperaturas.
  • Velas de irídio: mais caras, mas extremamente resistentes e com desempenho superior, ideais para motores modernos e de alta rotação.

A escolha da vela deve respeitar sempre as especificações do fabricante. Usar velas inadequadas pode provocar pré-detonação, falhas de combustão ou até danos nos pistões.

Substituição: oficina ou faça você mesmo?

Trocar velas de ignição é, em muitos casos, uma tarefa relativamente simples, acessível a quem tem alguma experiência em mecânica e as ferramentas adequadas. No entanto, em motores mais modernos, o acesso pode ser difícil, exigindo desmontagem de componentes e, por vezes, a reprogramação de parâmetros eletrónicos.

Além disso, é essencial aplicar o torque correto no aperto das velas. Um aperto em excesso pode danificar a rosca da cabeça do motor, enquanto um aperto insuficiente pode causar fugas de compressão.

Para maior segurança, a maioria dos condutores em Portugal opta por fazer esta manutenção numa oficina, normalmente durante uma revisão programada.

Velas e consumo: existe relação?

Sim, e muito direta. Quando as velas estão degradadas, a combustão torna-se menos eficiente, obrigando o motor a injetar mais combustível para tentar compensar a perda de potência. Esta condição pode aumentar o consumo em até 10%, além de causar mais emissões de gases poluentes.

A substituição atempada das velas ajuda, por isso, a manter o motor saudável, otimizar o rendimento e evitar gastos desnecessários a longo prazo.

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