SUV híbridos a gasóleo: uma espécie rara no mercado atual

Durante vários anos, os motores Diesel dominaram o mercado dos SUV em Portugal, especialmente entre condutores que procuravam eficiência em longas distâncias. Naturalmente, o surgimento de híbridos levou à expectativa de que os sistemas elétricos fossem integrados com blocos a gasóleo. No entanto, essa previsão não se concretizou da forma esperada.
Hoje, os SUV híbridos a gasóleo são praticamente inexistentes no mercado nacional. A esmagadora maioria das marcas decidiu abandonar esta configuração, optando por desenvolver híbridos exclusivamente a gasolina ou 100% elétricos. Esta mudança deve-se a vários fatores: os custos de desenvolvimento, as regulamentações europeias sobre emissões, a tendência para simplificação das gamas e, sobretudo, a evolução tecnológica dos motores a gasolina de baixo consumo.
Mercedes-Benz: a única marca que mantém híbridos a gasóleo
Atualmente, apenas a Mercedes-Benz mantém dois SUV híbridos plug-in com motor Diesel no mercado português:
Mercedes-Benz GLC 300de 4MATIC
Este SUV médio combina um motor 2.0 Diesel com um motor elétrico, entregando um total de até 335 cv de potência. A autonomia elétrica em ciclo WLTP ronda os 100 km, o que permite uma utilização diária sem emissões em ambiente urbano, mantendo o Diesel para longas distâncias.
A tração integral 4MATIC, o conforto premium e a eficiência combinada fazem deste modelo uma opção versátil para quem não quer abdicar do gasóleo, mas pretende reduzir consumos e emissões.
Mercedes-Benz GLE 350de 4MATIC
O GLE 350de é o irmão maior do GLC, posicionado no segmento dos SUV de grandes dimensões. Usa igualmente uma combinação Diesel-elétrico, com autonomia elétrica superior a 100 km WLTP e consumos reais muito abaixo do habitual para um veículo desta categoria.
Ideal para famílias ou profissionais que percorrem grandes distâncias e valorizam conforto, espaço e tecnologia de ponta.
Porque desapareceram os híbridos a gasóleo?
A resposta está em três fatores principais:
- Complexidade técnica e custo de produção: Integrar sistemas híbridos em motores Diesel é mais dispendioso do que em blocos a gasolina.
- Tendências ambientais: A União Europeia tem vindo a desincentivar o Diesel, promovendo soluções eletrificadas com emissões mais controladas.
- Popularidade dos PHEV a gasolina e dos 100% elétricos: Os consumidores passaram a preferir modelos híbridos a gasolina com mais autonomia elétrica e acesso facilitado a carregamentos.
A aposta das marcas: híbridos a gasolina e autonomia elétrica
A verdade é a maioria dos fabricantes está a apostar em força em SUV híbridos a gasolina, tanto em variantes convencionais (HEV) como plug-in (PHEV). Estes modelos oferecem hoje autonomias elétricas cada vez mais competitivas, frequentemente acima dos 100 km, e apresentam emissões mais reduzidas, ao mesmo tempo que beneficiam de um funcionamento mais silencioso, sobretudo em cidade.
Modelos como o Toyota RAV4 Plug-in Hybrid, o Renault Rafale E-Tech PHEV ou o Volkswagen Tiguan eHybrid são exemplos desta nova geração de SUV híbridos a gasolina, pensados para quem procura eficiência e versatilidade, sem comprometer o desempenho.
Além disso, com a crescente rede de carregamento em Portugal e os incentivos ao uso de energia elétrica, esta transição torna-se cada vez mais lógica do ponto de vista prático e financeiro.
O que esperar do futuro?
O cenário indica que os SUV híbridos a gasóleo estão a caminho da extinção. Os dois modelos da Mercedes-Benz mantêm-se como exceções num mercado que privilegia a eletrificação pura ou os híbridos a gasolina com mais de 100 km de autonomia elétrica.
Se procura um SUV com motor Diesel e emissões mais baixas, estes dois Mercedes continuam a ser boas opções. No entanto, para quem pretende beneficiar de incentivos fiscais, acesso a zonas de emissões reduzidas e custos de utilização ainda mais baixos, os híbridos a gasolina e os elétricos estão a ganhar claramente terreno.
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