Seat faz 75 anos e continua a reinventar-se

A Seat (Sociedad Española de Automóviles de Turismo) foi fundada em 9 de maio de 1950, a partir de uma parceria entre o Instituto Nacional de Indústria do Governo espanhol, um consórcio de bancos espanhóis e o fabricante de automóveis italiano Fiat.
A ideia passava por imprimir algum nacionalismo na mobilidade do país e, pelo caminho, contribuir para a economia.
Exatamente 75 anos depois, o emblema, agora com a designação de Seat S.A., integra o Grupo VW, mas nem por isso perdeu “salero”, dando cartas no arrojo e na forma como os seus modelos rompem com o cinzentismo característico de outras marcas sob o mesmo chapéu.
1950-1965: Do 1400 ao 600
A primeira fábrica da Seat ergueu-se na Zona Franca de Barcelona e, em 1953, o primeiro Seat 1400 saiu da linha de produção, marcando o início da produção automóvel em larga escala em Espanha. Equipado com um motor 1.4 de 44 cv, o 1400 depressa se tornou símbolo de modernidade numa época de reconstrução, mas a popularidade chegou depois, com o segundo modelo da gama.
O Seat 600, lançado em 1957, tem ainda hoje a fama de se ter tornado um ícone nacional. É que podia ser muito básico, com um motor de quatro cilindros, refrigerado a água originalmente, de 633 cm3 a produzir inicialmente meros 19 cv, mas também era muito barato, o que permitiu que uma família de classe média passasse a ter um automóvel estacionado à porta.
Ao longo dos anos 60, à medida que a Seat se consolidava como motor da economia espanhola, o 1500 substituiu o 1400 como topo de gama, e o 850 diversificou a oferta, com versões familiares e desportivas. Em 1965, a marca realizou as primeiras exportações para a Colômbia, dando início à sua internacionalização.
1970-1985: Do 127 ao Ibiza
Nos anos 70, a Seat ultrapassou a marca do milhão de carros produzidos, lançou modelos como o 127 e o 124, e investiu no Centro Técnico de Martorell. Isto, apesar da crise petrolífera que marcou a década.
A década de 80 foi de viragem: após 30 anos de colaboração com a Fiat, a Seat tornou-se independente e, em 1984, apresentou o Ibiza, com design de Giorgetto Giugiaro e consultoria, que permanece como o modelo mais reconhecido do emblema.
É por esta altura que a marca abraça o desporto motorizado, com a Seat Sport, que viria a ser rebatizada de Cupra Racing, a tornar-se uma parte fundamental da sua identidade.
1990-2015: De Espanha para o mundo
Em 1986, a Volkswagen adquiriu 75% da Seat, abrindo-lhe a porta a um dos maiores grupos automóveis do mundo e, em 1990, assume uma participação de 99,99%. Seguiram-se anos de modernização, com a inauguração da fábrica de Martorell em 1993, o lançamento do Toledo e a consolidação da marca nos mercados europeus. A Seat tornou-se sinónimo de design jovem, tecnologia e paixão pela condução, atualizando o Ibiza e lançando novos ícones, como o Leon, em 1999, que marcou a entrada da Seat no segmento dos familiares compactos, e o Alhambra.
2016-2025: O amor pelos SUV
A febre dos SUV demorou a atingir a Seat, mas quando se instalou deu origem a modelos que permitiram aumentar o alcance da marca, assim como o seu carisma. Começou pelo Ateca, mas depressa expandiu a gama de crossovers a outros segmentos, com o mais pequeno e muito estiloso Arona e com o espaçoso Tarraco.
Pelo caminho, deixou a Cupra voar, que se tornou, com sucesso, marca em nome próprio em 2018, sem que isso a impedisse de continuar a crescer: prova disso são as novas gerações do Seat Ibiza e do Seat Leon, que somam prémios e elogios da imprensa especializada.
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