29 agosto 2020

Quando mudar o filtro de combustível do carro

Filtro combustível quando mudar

Muitos condutores nem se dão conta da existência do filtro de combustível. E o facto de estar tantas vezes fora do alcance visual (é comum situar-se próximo do depósito) é um bom exemplo de “longe da vista, longe do coração”.

Mas o melhor mesmo é não negligenciar a pequena peça. O filtro retém não apenas resíduos provenientes do combustível ou do depósito (como ferrugem), mas também a água que é produzida através da condensação ou a que pode, por vezes, acompanhar o carburante.

Por isso é importante dar-lhe atenção: um filtro de combustível entupido pode causar vários dissabores e até reparações dispendiosas. É preciso respeitar os intervalos de substituição inscritos no manual do seu automóvel, expressos em quilómetros ou, quando estes não são atingidos, por tempo (dois a três anos). De um modo genérico, nos automóveis modernos, a substituição pode ocorrer a cada 50.000/60.000 km, nos Diesel, e 80.000/100.000 km, nos gasolina.

Como é que o condutor percebe que o filtro de combustível está sujo ou entupido e a precisar de ser substituído? Existem vários sinais a que deve estar atento. Eis os mais comuns:

Dificuldades em ligar o motor

Um dos sintomas pode suceder logo pela manhã: o motor evidencia dificuldades em pegar ou inclusive recusa-se porque a gasolina ou o gasóleo que chega ao motor é insuficiente. Note-se que o filtro de combustível entupido é apenas um dos motivos que dificultam ou impossibilitam o arranque do motor. Nem sequer é o mais comum (a bateria fraca é bem mais habitual).

Perda de potência

O motor do seu carro já não apresenta a mesma resposta, quando carrega no acelerador, de quando era novo e receia que possa já estar cansado? Calma! O problema é, na maior parte das vezes, menos grave do que teme. Como a quantidade de carburante que chega à câmara de combustão é insuficiente, o rendimento desce, evidenciando-se este sintoma mais nas subidas ou com maior carga a bordo.

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Funcionamento irregular ou mesmo paragem do motor 

Quando o fluxo de combustível que chega ao propulsor é insuficiente devido ao entupimento do filtro de combustível, o funcionamento é irregular – o motor “engasga-se”, como se costuma dizer – perde a fluidez habitual e, no limite, pode mesmo deixar de trabalhar. Se um dia tiver a experiência desagradável de ficar parado na estrada e precisar de chamar o pronto-socorro por este motivo, então o mais certo é nunca mais deixar de dar importância a este consumível.

Cheiro a combustível

É uma situação mais comum em carros com alguma idade. Por vezes o cheiro a combustível invade o habitáculo. Apesar desta situação poder ter várias origens, uma delas é um filtro de combustível em deficientes condições.

Baixa da autonomia/aumento do consumo

Pode até pensar-se que, chegando menos combustível ao motor devido ao filtro inoperante, a viatura vai gastar menos. Não é o caso. Uma vez que o carburante que chega escasseia, o resultado é uma maior exigência à bomba de combustível do automóvel, que vai precisar de injetar mais gasolina ou gasóleo para atingir o mesmo nível de rendimento. Ou seja, os consumos aumentam e a autonomia baixa.

Bomba de combustível avariada

Um filtro de combustível a precisar de substituição obriga a bomba de combustível a um esforço suplementar. Este acréscimo de trabalho pode originar uma avaria da bomba que implica a sua reparação ou colocação de uma nova, operações mais caras do que substituir o filtro. Se, por qualquer motivo, necessitar de reparar ou substituir a bomba de combustível, recomenda-se também a mudança do filtro.

Luz do motor ligada

A luz do motor acesa no painel de instrumentos não costuma ser uma boa notícia para o condutor. Esta pode acender devido a várias razões e não é o entupimento do filtro de combustível que a faz ligar diretamente. No entanto, o mau funcionamento do motor provocado por um filtro de combustível abaixo de forma pode acender a luz do motor no painel de instrumentos. Com esta luz acesa, o motor entra em autoproteção, diminuindo o rendimento mecânico.

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Além dos sinais de alerta, saiba ainda que o herói discreto desta história não é algo de importante apenas em carros mais antigos. Mesmo um automóvel novo pode apresentar resíduos no depósito se, por exemplo, for abastecer a seguir ao próprio posto de abastecimento ter recebido um fornecimento de combustível. A pressão do enchimento nesta operação faz remexer as partículas no fundo do depósito do posto. Logo, se vir um camião cisterna a descarregar combustível num posto de abastecimento, é melhor escolher outra altura para abastecer.

Outro conselho: substitua o filtro de combustível se ficar sem gasóleo ou gasolina porque, nessa situação, é sugado o carburante do fundo do seu depósito, incluindo os resíduos e impurezas que aí se encontram.

Como vimos, os veículos a gasóleo precisam de substituir o respetivo filtro com mais frequência, desde logo porque este é mais espesso e menos refinado do que a gasolina. Os depósitos dos motores Diesel são também mais propensos ao crescimento de fungos e bactérias no seu interior.

E lembre-se: os injetores dos modernos motores a gasóleo funcionam a alta pressão e com uma aspersão muito fina. Por isso, substituir o filtro de gasóleo nos intervalos prescritos pela marca significa também zelar pela saúde dos injetores, que são componentes sensíveis e caros.


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