4 janeiro 2023

Porsche 911: uma história de sucesso

Porsche 911 uma história de sucesso

Falar na Porsche e não referir o 911 é quase um pecado capital. Afinal, mesmo depois de tantos outros sucessos (actualmente, em termos globais, o modelo mais vendido do emblema de Estugarda do Grupo VW é o SUV Cayenne), o desportivo permanece a sustentar o imaginário do que é um Porsche.

Desenhado por Butzi, o neto de Ferdinand Porsche, o 911 chegou a ser 901. Foi assim que se apresentou, em 1963, no Salão Automóvel de Frankfurt, palco de excelência para a indústria automóvel alemã.

Mas depressa os franceses da Peugeot reclamaram o direito de exibirem um 0 entre dois dígitos para designar os seus modelos. E foi assim que o 901, sucessor do 356, com suspensão dianteira McPherson nova e travões de disco nas quatro rodas, passou a ser 911.

1963: 911, um amor à primeira vista

Podia ter havido olhares enviesados ou críticas desconfiadas. Mas a revelação do sucessor do Porsche 356 foi recebida com amor à primeira vista.

Com motor boxer de seis cilindros arrefecido a ar com dois litros de cilindrada a debitar 130 CV, o 911 atingia impressionantes 210 km/h. E, a partir daí, foi criando uma história de sucessivos sucessos.

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Em 1966, chegou o 911 S de 160 cv e, no mesmo ano, meses mais tarde, o 911 Targa, o primeiro cabriolet que cumpria requisitos de segurança.

Ao longo dos anos, os motores foram crescendo, assim como a potência. O 911 Carrera RS de 1972 apresentava-se com 210 cv e menos de mil quilos.

1973: A série G

Dez anos depois da estreia, uma nova geração que conseguiu manter a essência do 911, tendo sido a mais longa até à data (durou até 1989).

Com uma série de melhorias na segurança dos passageiros, nomeadamente com a inclusão de série do cinto de segurança de três pontos de fixação, voltou a deslumbrar o mundo automóvel com a revelação, em 1974, do primeiro Porsche 911 Turbo, com um motor de três litros de 260 cv e um enorme spoiler traseiro.

Três anos depois, mais uma novidade: 911 Turbo 3.3 com 300 cv.

Em 1983, o naturalmente aspirado 911 Carrera substituiu o SC, apresentando-se com um motor de 3,2 litros e 231 cv.

1988: 964 estreia quatro rodas motrizes

Nova geração com nova plataforma: mais de 80% dos componentes eram novos e outros foram redesenhados para trazer à vida o 911 Carrera 4 (964)

Com motor boxer de 3,6 litros arrefecido a ar a debitar 250 cv, o corpo era quase igual aos automóveis das gerações anteriores, mas a alma era totalmente nova: com ABS, Tiptronic, direção assistida e airbags, o chassis foi redesenhado e a suspensão alterada para garantir maior conforto. Mas, provavelmente, a maior evolução chegava com a tração integral, até aqui mais associada a ajudar a ultrapassar obstáculos do que a melhorar o comportamento dinâmico no asfalto. O Carrera 2, de tração traseira, chegou ao mercado apenas seis meses mais tarde.

Para além das versões Carrera Coupé, Cabriolet e Targa, a partir de 1990 chegou o 964 Turbo.

1993: 993, o primeiro biturbo

Houve alguma mudança no visual: parachoques integrados, secção frontal mais baixa do que nos modelos anteriores, faróis elipsoidais a substituírem os redondos. Mas as transformações invisíveis prosseguiram, com chassis de alumínio e o primeiro motor biturbo a dar vida ao 911 Turbo.

De sublinhar que o 993, produzido até 1998, foi o último 911 com um motor refrigerado a ar.

1997: 996 traz arrefecimento a água

O 996, produzido entre 1997 e 2005, não virou as costas à sua herança, mas era um carro totalmente novo, que estreava um motor boxer arrefecido a água.

Com o 996, em que o conforto ganhava maior importância, a Porsche alargou a gama. Os mais relevantes: o 911 GT3, que mantinha viva a tradição da Carrera RS, e o 911 GT2, o primeiro carro equipado de série com travões de cerâmica.

2004: 997, uma ode ao individualismo

Em Julho de 2004, a Porsche revelou a nova geração de modelos 911 Carrera e 911 Carrera S, que iam buscar referências de estilo ao passado ao mesmo tempo que aproveitavam o melhor do presente para serem considerados veículos de elevado desempenho: o Carrera trazia um motor boxer de 3,6 litros a debitar 325 cv, enquanto o Carrera S exibia o novo motor de 3,8 litros com 355 cv e chegava, de série, com gestão ativa da suspensão.

Em 2006, a Porsche introduziu o 911 Turbo, o primeiro automóvel a gasolina produzido em série a incluir um turboalimentador com turbina de geometria variável. As melhorias do modelo no Outono de 2008 tornaram o 997 ainda mais eficiente graças à injeção direta de combustível e a uma transmissão de dupla embraiagem.

Ao todo, havia 24 variantes, entre Targa, Cabriolet, Turbo, GTS ou modelos especiais, numa aposta no individualismo.

2011: 991, o abraço tecnológico

Com um chassis completamente novo, que permitiu alterar a distância entre eixos, e um interior trabalhado para o conforto, a geração 991 do 911 era a mais avançada até então em termos tecnológicos, permitindo-lhe diminuir o consumo de combustível ao mesmo tempo que aumentou a potência.

Em 2013, o novo Targa foi acrescentado à família, integrando um tejadilho que podia abrir e fechar com o premir de um botão.

Em 2015, o desenvolvimento de um motor boxer turboalimentado deu ao carro desportivo mais vendido do mundo um impulso significativo na potência, bem como um consumo de combustível consideravelmente mais baixo. O novo motor de seis cilindros biturbo de 3,0 litros desenvolvia 370 cv no 911 Carrera e 420 cv no 911 Carrera S.

2018, um anjo chamado 992

Foi no Salão Automóvel de Los Angeles, EUA, que a atual geração foi desvendada, com o mais poupado, menos poluente, mas mais potente e rápido da família 911. A gama arrancava com o S, servido por motor boxer turbo de seis cilindros a debitar 450 cv, capaz de atingir os 308 km/h.

Quanto custa um Porsche novo?

Entre as novidades levadas à cidade dos anjos estavam um modo de condução Wet, de série, a aumentar a aderência em piso molhado, um assistente de visão nocturna com câmara termográfica (opcional) e uma conectividade que recorria a inteligência de dados colectivos.

A gama à venda em Portugal inclui 26 variantes, incluindo a recém-lançada Dakar, capaz de aventuras off-road.

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