16 novembro 2023

Polestar: de divisão performance da Volvo a marca premium entre elétricos

Polestar, de divisão performance da Volvo a marca premium entre elétricos

A Polestar é hoje uma marca automóvel estabelecida para conquistar um lugar entre os emblemas que se dedicam exclusivamente à mobilidade elétrica, mas com o anseio de se posicionar entre os premium.

Mas nem sempre foi assim: a marca da estrela polar começou por ser uma empresa de desempenho e afinação para os automóveis da sueca Volvo. Hoje, mantém-se sob a alçada da fabricante sueca, sendo resultado da “joint venture” criada entre a Volvo Cars e a sua empresa-mãe, a Geely Holding Group. Ou seja, com um pé na Europa, a Polestar absorve o que de melhor a China tem para oferecer, nomeadamente no campo da tecnologia, onde cabe, claro, os sistemas de bateria.

À procura de um Polestar novo?

A história da Polestar remonta a 1996, quando a Flash Engineering foi criada para apoiar a participação do Volvo 850 Super Touring, construído pela Tom Walkinshaw Racing, no Campeonato Sueco de Turismos. Até que, em 2004, a aquisição da equipa por Christian Dahl dá início a uma nova aventura.

Em 2005, Dahl muda o nome da companhia para Polestar, apesar de manter intacta a sua participação no campeonato sueco. Mas, o sueco tinha os seus próprios planos. E, em 2009, apresenta um concept de um carro de corridas, o C30 S2000, que teve por base a versão de produção do Volvo C30. Pouco depois, passa a responder pelo nome de Polestar Racing e conquista o acordo com a Volvo de preparar as versões desportivas dos veículos da marca sueca, com a divisão Polestar Performance.

Isto levou ao desenvolvimento do Volvo S60 Polestar, um sedan de alto desempenho, e do Volvo V60 Polestar, uma carrinha que seguia os mesmos pergaminhos. E ambos os modelos demonstraram as capacidades da Polestar para melhorar os veículos Volvo orientados para a performance.

Uma empresa da Volvo

A potencialidade da Polestar foi compreendida pela Volvo que, em 2015, compra a Polestar Performance, deixando a Polestar Racing nas mãos de Dahl (passou a chamar-se Cyan Racing) , que manteve a ligação à nova subsidiária da Volvo nas competições (a Cyan Racing mantém-se ainda hoje, sendo a parceira oficial de automobilismo da Geely Group Motorsport).

Por essa altura, ainda não se sabia muito bem o que a Volvo queria da Polestar Performance, mas, dois anos depois, a marca sueca anunciou o nascimento da Polestar como uma marca de automóveis que teria o objetivo de se concentrar na produção de veículos elétricos que beneficiariam da fiabilidade da marca sueca (e de todas os seus gadgets de segurança), da tecnologia da Geely e dos conhecimentos desenvolvidos pela Polestar no sentido de obter carros de elevado de desempenho.

Polestar 1, um plug-in cheio de potência

Polestar 1

A primeira aventura da Polestar foi um carro de duas portas e quatro lugares com tecnologia híbrida plug-in, cujas linhas se inspiraram num desenho de Thomas Ingenlath, na altura diretor de design da Volvo e atual CEO da Polestar.

Tratou-se de uma edição limitada (apenas 1500 veículos foram produzidos) que aliava engenharia de precisão, desempenho e uma impressionante atenção ao detalhe, com estofos de pele Nappa cosidos à mão e alavanca de velocidades em cristal da Orrefors. No fundo, o Polestar 1 era uma declaração de interesses, revelando que tipo de automóveis a Polestar era capaz de produzir.

Em termos de mecânica, incluía dois motores elétricos no centro do eixo traseiro, com tecnologia de vectorização de binário e a enviarem a energia para as rodas traseiras, que se uniam a um motor térmico de 2.0 litros a gasolina, para uma potência combinada de 609 cv. A autonomia elétrica era de 150 km, proporcionada por um conjunto de baterias com capacidade de 34 kWh.

Polestar 2, maturidade elétrica

Polestar 2

O Polestar 2 foi apresentado em 2020, mas só dois anos depois se estreou em Portugal. Trata-se de um sedan estiloso, com linhas elegantes de “fastback”, proposto em quatro versões. Com um único motor é proposta a versão standard, com potência de 200 kW (272 cv) e autonomia de 505 quilómetros (bateria de 69 kWh); e a versão alargada (82 kWh) de até 610 quilómetros, com 299 cv. Com dois motores, um por eixo, e bateria de 78 kWh, há a versão base, com potência combinada de 310 kW (421cv) e um binário máximo de 740 Nm; e a Performance Pack, de 350 kW (476 cv).

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Polestar 3, SUV sustentável

Polestar 3

Parecem dois termos antagónicos, mas a Polestar acredita ser capaz de reunir num mesmo veículo traços da carroçaria da moda e os pergaminhos da sustentabilidade pelos quais quer ser conhecida. Para conseguir o objetivo de ter na sua família um SUV que não fosse agressivo, a Polestar arrumou a bateria entre os eixos e rebaixou o tablier. As mexidas permitiram-lhe desenhar um tejadilho baixo e aerodinâmico, criando um veículo com uma altura de 1,61 metros. Ou seja, com um perfil que lembra um desportivo, a marca conseguiu criar um habitáculo espaçoso em que os seus ocupantes podem sentir que estão de fato numa posição alta.

Com chegada prevista na próxima primavera, o Polestar 3 terá duas versões, ambas de tração integral, com um motor elétrico por eixo e uma bateria de iões de lítio com capacidade de 111 kWh. A versão base terá uma potência de 360 kW (482 cv); a versão Performance, de 380 kW (510 cv).

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