Lançado em 2012 como sucessor do Peugeot 207, o Peugeot 208 rapidamente conquistou o seu espaço no mercado automóvel europeu, tornando-se rapidamente num dos modelos mais populares da marca francesa.
Em Portugal, o 208 não apenas seguiu esta tendência, como se destacou frequentemente nos rankings de vendas, ombreando sempre com o eterno rival, o Renault Clio, assumindo-se também ele como um dos favoritos entre os condutores que procuram aliar estilo e eficiência numa proposta de valor justa.
Com a evolução da indústria automóvel e a transição para opções mais ecológicas, o 208 passou também a estar disponível em versões 100% elétricas, muito ajustadas à cidade, e que ajudaram a catapultar ainda mais o número de vendas do modelo.
Mas num momento em que as vendas dos elétricos parecem ter arrefecido ligeiramente, será que esta versão híbrida do Peugeot 208 é mesmo a melhor opção do mercado atualmente?
Na Peugeot, nunca foi tradição lançar segundas gerações de modelos, mas sim adicionar um número ao algarismo final do modelo. Assim nasceu o Peugeot 107, que sucedeu ao icónico 106, ou o mítico 205, que antecedeu o Peugeot mais bem sucedido de sempre: o 206.
Mas algo no Peugeot 208 foi diferente. Graças à forte aceitação do público, e à capacidade de se ir adaptando às exigências de um mercado em constante mudança, a Peugeot dar seguimento à saga 208, lançando a segunda geração deste Peugeot em 2019, com uma imagem bastante arrojada e com um design ainda mais agressivo.
Nesta atualização de meio ciclo da segunda geração do 208, lançada no início de 2024, a Peugeot retocou o exterior, mas manteve intactas as dimensões.
Ofereceu ao renovado 208 uma grelha com imagem semelhante às das mais recentes propostas da marca do leão e colocou o novo logo da marca bem patente sob o capot.
Além disso, esta atualização do Peugeot e-208 distingue-se pela presença de «garras» em vez das anteriores «presas» na assinatura visual dianteira. Atrás, o logo da marca desaparece, tendo sido substituído pelo nome Peugeot, enquanto a assinatura luminosa também foi alterada, passando agora para três linhas horizontais.
A versão GT continua a ser a mais completa e apetecível das três disponíveis para o Peugeot 208, que para além da chamativa cor Amarelo Águeda, esta versão híbrida distingue-se da 100% elétrica graças a designações distintas e uma ponteira de escape dupla, que revela a presença de um motor de combustão.
Interior
No interior, é notório que o 208 recebeu mais tecnologia, mas não rasga totalmente com a versão anterior, seguindo antes um caminho evolutivo.
As mudanças são discretas, com o renovado 208 a receber o novo sistema multimédia i-Connect de 10’’ polegadas, semelhante aos seus companheiros de gama, onde a marca integra as tradicionais conectividades Apple CarPlay e Android Auto, agora com ligação sem fios, e câmeras de estacionamento com melhor resolução.
Esta versão GT é também aquela que apresenta melhores acabamentos no interior, notados, por exemplo, nas inserções em pele nos bancos, que oferecem bom suporte, mas são sobretudo mais ajustados a trajetos urbanos.
As restantes superfícies superiores apresentam materiais de toque macio e montagem sólida, sendo notórios alguns plásticos mais rijos nas zonas inferiores do habitáculo, como seria de esperar no segmento.
Quanto ao espaço, tratando-se este de um urbano e não de um familiar, o espaço atrás é limitado
Ao volante
Quanto aos motores, a gama do 208 inicia-se com o 1.2 PureTech com 75cv, ligado a uma transmissão manual de 5 velocidades, assim como uma versão de 100cv (turbo), neste caso conectada a uma caixa manual de 6 relações.
As novidades desta renovada versão surgem na adição de duas variantes mild-hybrid, uma com 100 ou esta com 136cv, onde a transmissão fica a cargo de uma nova caixa automática de dupla-embraiagem (e-DCS6) de 6 velocidades.
Obviamente o E-208 continua também disponível, com a versão revista de 136 para 156cv e que anuncia agora 400km de autonomia, graças ao aumento da capacidade útil da bateria para os 51kWh, e motores elétricos mais eficientes. O diesel é no entanto a “baixa” desta geração, não tendo mais lugar neste renovado 208.
Mas, foquemos atenções nesta motorização híbrida, e que pode muito bem ser uma alternativa ao 100% elétrico, e até diria substituir o diesel como a versão mais eficiente do 208.
Este sistema mild-hybrid da peugeot tem a particularidade de na verdade, poder funcionar como um híbrido convencional, permitindo fazer o carro rolar apenas com recurso à bateria e ao motor elétrico, desde que a carga no acelerador seja moderada. É composto por uma nova geração do motor 1.2 PureTech; uma inédita caixa de velocidades de dupla embraiagem com seis relações; um motor elétrico incorporado na caixa de velocidades; e, claro, uma pequena bateria.
E todo este jogo e esta dança entre o motor elétrico e o motor a combustão acontecem de forma praticamente imperceptível para o condutor e passageiros.
Esta nova geração do motor 1.2 do grupo Stellantis tem a particularidade de passar a trazer uma corrente de distribuição ao invés de uma correia, e o turbocompressor é agora de geometria variável. O motor passa também a funcionar segundo o ciclo Miller, que permite uma combustão mais eficiente que o tradicional ciclo Otto.
Tudo isto somado permite a esta versão hibridizada do Peugeot 208 fazer consumos facilmente na casa dos 5L/100km em ciclo misto, valores que sobem para a casa dos 6L em condução puramente em auto-estrada.
Graças à dieta de quase 230kg deste 208 face ao e-208, e aos apenas 30cv de diferença entre as duas versões, o tradicional sprint dos 0 aos 100km/h é 1 décimo de segundo mais rápido nesta versão do que na 100% elétrica, fazendo-o em 8.1 segundos e atingindo uma velocidade máxima superior a 210km/h.
Preços
Quanto a preços, o Peugeot 208 inicia-se nos 20.700€ para a versão 1.2 Puretech de 75, e nos 24.259€ para a versão híbrida menos potente.
A versão GT, mais equipada e mais potente, está disponível a partir de 27.000€, e é aqui que está uma das maiores vantagens desta versão face à 100% elétrica, sobretudo quando falamos para clientes particulares, dando que existe um diferencial de quase 13.000€ entre as duas versões.
Além disso, com o depósito atestado o computador de bordo anuncia mais de 800km de autonomia, que é um valor bem agradável, e bem superior aos 400 km anunciados do e-208 e, de certeza, bem mais rápidos de repor quando chega a altura de abastecer.
No caso das empresas com contabilidade organizada e capacidade de deduzir IVA, aí os preços ficam praticamente nivelados, com os elétricos a levarem sempre a vantagem dos vários incentivos fiscais associados.
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