Novo Citroën C5 Aircross, (r)evolução sustentável

Irreverente e acessível. Foi assim que a Citroën se afirmou como marca popular e é a estas ideias que pretende regressar, numa altura em que toda a sua gama foi repensada. E, depois do C3 e do C3 Aircross, chegou a vez do C5 Aircross se apresentar revisto de ponta a ponta, incluindo muitas das ideias de design reveladas com o “concept” Oli, ao mesmo tempo que abraça a estratégia multienergia da Stellantis, sem esquecer uma variante 100% elétrica.
Assente sobre a plataforma STLA Medium do Grupo Stellantis, a segunda geração do SUV de competências familiares tem um comprimento de 4.652 mm e uma largura de 1.902 mm, o que revela um crescimento significativo face à geração de estreia — são mais cerca de 15 centímetros no comprimento e mais seis na largura. Apenas a altura, de 1,66 metros, se mantém praticamente inalterada.
As diferenças são notadas na generosa habitabilidade, sobretudo na segunda fila, enquanto a mala passa a ter uma volumetria inferior, de 565 litros (menos 15l), mas que é sempre a mesma independentemente da mecânica.
Fluidez e conforto
As diferentes dimensões permitiram que a equipa de design realizasse um trabalho quase de sonho: manter alguns códigos do bem-sucedido SUV, transformando-o por completo. Para começar, as linhas perderam os volumes redondos e são agora notoriamente mais fluidas, o que contribuiu para uma melhoria no coeficiente de arrasto e, consequentemente, numa melhor eficiência. Já a silhueta, graças a vias mais largas, transmite, diz a marca, “uma postura confiante na estrada”.
A frente incorpora a nova assinatura luminosa da Citroën, interpretada com segmentos horizontais particularmente esguios e que apresenta os faróis em forma de três pontos, enquanto a traseira, com um portão muito vertical para beneficiar a capacidade de carga, apresenta luzes integradas, as Light Wings, estreadas no protótipo, que, com a assinatura luminosa de três pontos, apresenta os dois pontos de luz exteriores destacados da moldura, parecendo que flutuam como duas barbatanas na lateral do automóvel.
Enquanto o exterior se foca em dar nas vistas, o habitáculo remete-nos para um ambiente de sala de estar, reforçando o conforto em longas viagens. Concebido segundo os princípios da arquitetura C-Zen Lounge da Citroën, o habitáculo inclui mobiliário e tecidos a criarem um espaço acolhedor, sublinhado ainda pela iluminação ambiente, que inclui uma paleta de oito tonalidades, e pela inclusão de bancos Advanced Comfort, com elementos de espuma muito espessos e texturados e que podem ser aquecidos, ventilados e até oferecerem massagens. Na segunda fila, o banco corrido tem encostos equipados com espuma de alta qualidade, que podem ser reclinados entre 21° e 33° e também beneficiar de aquecimento.
SUV multienergia
A nova geração do C5 Aircross é compatível com motores a combustão, híbridos e totalmente elétricos, pelo facto de usar a STLA Medium, mas todas as suas propostas terão algum nível de eletrificação.
A grande novidade é a oferta de grupos propulsores 100% elétricos, que podem adotar uma bateria com capacidade de 73 kWh ou de 98 kWh, mas a restante gama não abdica do poder da eletricidade: há variantes híbridas “plug-in”, para quem ainda se encontra tímido na transição, e “mild-hybrid”, pensadas para o cliente que ainda não podera sequer comprar um automóvel elétrico, seja pela impossibilidade de o carregar, pelo preço mais elevado ou simplesmente por ainda não estar pronto a lidar com a mudança.
A oferta arranca com o Híbrido 145, com tecnologia de 48V, que vive de um motor de 1,2 litros tricilíndrico sobrealimentado, a debitar 136 cv, mas que conta com o apoio de um motor elétrico de 9 kW, integrado na caixa automática de dupla embraiagem eDCS de seis velocidades, e de uma bateria de 0,9 kWh, para reduzir consumos e respetivas emissões.
A meio caminho entre a dependência dos combustíveis fósseis e a adoção de uma vida ligada à corrente está o Plug-in 195, que reúne um bloco de1,6 litros e 4 cilindros turbo de 150 cv a um motor elétrico de 125 cv, que se alimenta de uma bateria de 21 kWh. A potência combinada é de 195 cv e a autonomia elétrica andará em torno dos 85 quilómetros em ciclo misto; em voltas urbanas, a eletricidade de uma carga pode ser suficiente para realizar mais de cem quilómetros, adianta a Citroën.
Já para quem quer contribuir para o crescimento dos elétricos, há duas versões: o 210 Standard, com potência de 210 cv e bateria de 73 kWh, para percursos de até 520 quilómetros; e o 230 Long Range, com 230 cv e bateria de 97 kWh, a permitir ciclos de até 680 quilómetros.
Ambas as versões elétricas podem ser carregadas em corrente contínua a 160 kW — e em corrente alternada a 11 kW.
Veja todos os Citroën C5 Aircross usados disponíveis no Standvirtual
Quando chega o Citroën C5 Aircross a Portugal?
As mecânicas híbrida e elétricas são esperadas no último trimestre do ano; para o “plug-in” será preciso esperar por 2026.
Os preços ainda não foram anunciados, mas é de esperar que se situem abaixo de ofertas semelhantes do mesmo grupo, numa altura em que a marca francesa quer recuperar a fama de popular.
Leia também: