Novas regras para as trotinetes em Lisboa

Se é da zona de Lisboa, ou se menos trabalha na capital, é provável que nos próximos meses comece a ver menos trotinetes pelas ruas, que as encontre devidamente estacionadas e que as mesmas passem por si a uma velocidade um pouco mais moderada. Isto porque foi assinado, no dia 9 de Janeiro de 2023, um protocolo entre o município de Lisboa e as empresas de trotinetes elétricas partilhadas que operam em Lisboa (Bolt, Bird, Whoosh, Lime e Link), no qual foram estabelecidas uma série de novas regras para a operação deste serviço de mobilidade, com vista a uma maior segurança na capital.
As novas medidas já podem ser postas em prática pelos 5 operadores, no entanto foi-lhes dado um prazo de 60 dias para fazerem a mudança.
Estas são as novas regras para as trotinetes em Lisboa:
Redução para metade do número de trotinetes em circulação
Um dos primeiros pontos discutidos foi o elevado número de trotinetes disponíveis na cidade de Lisboa. Atualmente, a capital conta com mais de 15 mil trotinetes, que é um número bastante superior ao de, por exemplo, Madrid, mesmo tendo significativamente menos população.
Sendo assim, a autarquia decidiu reduzir o número de trotinetes permitidas por empresa. Tal decisão irá reduzir o número de trotinetes em Lisboa para cerca de metade e cada empresa irá poder ter apenas 1750 trotinetes entre 1 de Abril e 31 de Outubro, e 1500 entre 1 de Novembro e 31 de Março.
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Trotinetes vão passar a ter lugares de estacionamento próprios
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, vai passar a ser proibido estacionar em zonas históricas, zonas de acesso a monumentos, nos passeios, nos acessos ao metro e em lugares de estacionamento automóvel.
Para resolver este problema, o município já está a identificar quais os melhores locais para se tornarem estacionamento das trotinetes, que foram denominados por “hotspots”.
Caso um utilizador tente estacionar a trotinete em qualquer outro local para além dos especificamente destinados para tal, a aplicação de aluguer da trotinete não irá permitir terminar a viagem, pelo que irá continuar a cobrar até que a trotinete seja deixada num local adequado para tal.
Velocidade máxima fixada nos 20km/h
Até agora todas as trotinetes elétricas estavam limitadas aos 25km/h, mas foi acordado um novo limite (mais reduzido) pela autarquia e pelas empresas que fornecem estas trotinetes: 20km/h.
Mesmo com uma redução do limite de velocidade, Carlos Moedas afirmou que preferia que este limite “tivesse sido um bocadinho mais baixo”, uma vez que considera que a velocidade excessiva das trotinetes tem vindo a criar um problema de segurança.
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Medidas foram bem recebidas pelas empresas
Do lado das empresas as novas medidas foram bem recebidas, evidenciando o quão necessário é haver um compromisso entre a cidade e as empresas que a servem com este tipo de serviços. João Reis, presidente executivo da Whoosh, garantiu que “Havia um entendimento mútuo de que era importante fazer uma revisão do acordo que tinha sido feito já em 2018 com as principais empresas de micromobilidade”.
No que toca à redução da frota de trotinetes, Frederico Venâncio, Country Manager da Bolt, também se pronunciou, mencionando que o objetivo agora é assegurar que existem trotinetes disponíveis nas ruas para os cidadãos que as usam todos os dias.
Para a concorrente Lime, a preocupação é a mesma: “Ter a certeza de que não vamos diminuir a mobilidade e o serviço para os cidadãos lisboetas”, diz Luiza Garcia, responsável de operações da Lime em Lisboa.
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