A história do Rali de Monte Carlo
Os concorrentes partiam de diferentes cidades europeias com destino ao Mónaco, demonstrando as capacidades dos seus veículos ao longo do percurso. O rali consistia num misto de condução e juízos de valor com base em fatores como a elegância do carro, o conforto dos passageiros e as condições em que a viatura chegava a Monte Carlo.
O rali, que teve a sua primeira edição em 1911 por iniciativa de Alberto I, Príncipe do Mónaco, cuja intenção era promover o Principado como destino turístico e centro cultural, realizou-se inicialmente em estradas públicas do Mónaco e arredores, tendo rapidamente conquistado o estatuto de favorito entre pilotos e espetadores.
Hoje, o Rali de Monte Carlos é considerado uma das provas mais prestigiadas do calendário do Mundial de Ralis (WRC) e é conhecido pelas suas condições meteorológicas desafiantes e imprevisíveis.
Ao longo dos anos, o rali sofreu diversas alterações, tanto a nível do percurso como dos regulamentos. No início, era conhecido pelas suas longas distâncias e etapas cansativas, mas à medida que a popularidade do evento crescia, os organizadores começaram a encurtar as etapas e a aumentar o número de especiais.
Uma das etapas mais emblemáticas é o Col de Turini, uma estrada sinuosa de montanha, conhecida pela sua vista arrebatadora e condições desafiantes, que costuma ser efetuada à noite, aumentando a dificuldade e a emoção do evento.
1966: ano da controvérsia
Um dos eventos mais memoráveis da história do Rali de Monte Carlo foi a edição de 1966, que se tornou conhecida pelo seu desfecho controverso. Nesse ano, os Mini Cooper conquistaram os três primeiros lugares, mas foram, posteriormente, desclassificados por supostas infrações às regulamentações sobre faróis.
Em causa esteve a utilização de lâmpadas modificadas em vez de lâmpadas de fabrico normais a que o grande público podia ter acesso. Ainda hoje este incidente continua a ser um dos episódios mais comentados da história do rali.
Ganhar o Rali de Monte Carlo dava ao carro vencedor notoriedade e publicidade. Desde 1973, que este rali tem sido disputado em janeiro, sendo a primeira prova do Mundial de WRC. Mais recentemente, em 1991, os pilotos puderam escolher o ponto de partida de entre as cinco avenidas equidistantes do centro.
As condições atmosféricas são sempre inconstantes, desde o ponto de partida, que tanto pode ter piso seco, como molhado, neve e gelo, até à chegada. Não raras vezes, uma etapa chega a reunir todos os tipos de aderência. A escolha de pneus é, por isso, deveras importante.
O Rali de Monte Carlo decorre de La Bollène para Sospel, ou em sentido contrário, passando pelas estradas das montanhas com muitas curvas em gancho. Nesta rota, passa-se por Col de Turini, que, normalmente, tem gelo e/ou neve no primeiro mês do ano, aumentando o grau de dificuldade.
Além disso, o rali não tem serviço a meio da etapa, o que significa que, partindo as equipas logo pela manhã, devem contar com as ferramentas que transportam consigo para fazer as reparações ou ajustes necessários até regressarem de noite.
A era do WRC
Em 1973, o Rali de Monte Carlo passou a fazer parte do calendário do Mundial de Ralis (WRC), cimentando ainda mais o seu estatuto como um dos mais importantes e prestigiados do mundo.
O Rali de Monte Carlo tem uma história rica e enorme tradição, com momentos memoráveis e controvérsias que ajudaram a transformar o evento no prestigiado rali que é hoje.
Continua a ser uma das provas mais desafiantes e emocionantes do Mundial de WRC, atraindo os melhores pilotos de rali do planeta deliciando legiões de fãs.
Resta acrescentar que, na edição de 2024 (a 92.ª da história, uma vez que o rali não se realizou entre 1912-1924 e, depois, entre 1939-1949), a vitória coube à dupla belga Thierry Neuville/Martijn Wydaeghe, em Hyundai i20 N Rally1 Hybrid.
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