11 outubro 2024

Fiat suspende 500 elétrico por falta de clientes

Fiat500 elétrico

De olho no passado, no presente e no futuro, quando, em 2020, a Fiat introduziu a terceira geração do 500, modelo histórico que contribuiu de forma ativa para a democratização da mobilidade e do automóvel na Europa, os italianos não tinham plano para motores térmicos, mas admitiam a produção de mais versões elétricas, em diferentes patamares de potência e de capacidade das baterias. Agora, é possível que tenha de fazer marcha-atrás.

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A marca italiana do Grupo Stellantis acelera muito comprometida com o cumprimento das metas ambientais na Europa, que impõem empenho na eletrificação do automóvel. Por isso, o 500 moderno não tem motores de combustão interna, encontrando-se apenas equipado com motores elétricos alimentados por baterias de iões de lítio com capacidade suficiente para até cerca de 400 quilómetros de condução entre recargas. Mas o mercado aponta no sentido contrário ao das políticas europeias. As vendas de veículos elétricos estão a abrandar. E a Fiat já produz mais 500 do que consegue vender. A procura está bem abaixo da produção instalada na fábrica da marca.

Elétricos a perder gás

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No arranque da comercialização, o 500 elétrico registou uma performance comercial muito interessante. Na altura, acompanhando o aumento expressivo na procura de soluções de mobilidade individual livres de emissões poluentes. No entanto, o Fiat não derruba nenhum dos principais obstáculos à massificação da tecnologia, nomeadamente o preço. A que se juntam as limitações das infraestruturas públicas de carregamento das baterias. E o certo é que as vendas do 500 elétrico estão a diminuir, levando à suspensão da produção.

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Até meio do mês de outubro, as linhas de produção da Fiat não vão montar qualquer unidade do modelo italiano devido à fraca procura. De acordo com o comunicado oficial divulgado recentemente pela companhia, “a medida é necessária devido à atual falta de encomendas associada às profundas dificuldades sentidas no mercado europeu de veículos elétricos por todos os produtores, em particular os europeus”.

E, segundo a Fiat, não é só o entusiasmo em torno da tecnologia que está a arrefecer; são também os efeitos colaterais de todas as políticas divergentes em matéria de incentivos e apoios à transição, que estão a atrasar o andamento da eletrificação. A Stellantis, consórcio industrial que detém a Fiat, garante que está “a trabalhar arduamente para gerir da melhor forma esta difícil fase de transição”. No imediato, suspende a produção do 500e, até que a procura possa acompanhar a produção instalada na fábrica da marca.

No ano passado, a Fiat produziu apenas 80 mil unidades do 500e, bem abaixo do objetivo original de 100 mil unidades.

Futuro, afinal, é híbrido

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Contrariando o plano inicial, a atual geração do Fiat 500 não será 100% elétrica, devendo receber uma versão com motor de combustão, provavelmente equipado com sistema mild-hybrid, em 2025 ou 2026. Este reforço estratégico vai permitir à Stellantis aumentar a produção do novo Fiat 500 para cerca de 200 mil unidades/ano, a esmagadora maioria a gasolina.

O novo 500 híbrido poderá implicar a adaptação da fábrica de Mirafiori, num investimento que irá rondar os 100 milhões de euros e prevê a dotação de estruturas para a otimização da solução de baterias.

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