21 setembro 2025

Ferrari 849 Testarossa, herança e revolução tecnológica 

Ferrari 849 Testarossa Spider lateral

A Ferrari acaba de revelar o sucessor do SF90 Stradale. O 849 Testarossa irá apresentar-se com um motor V8 biturbo de 4,0 litros na posição central-traseira e três motores elétricos, o que lhe permite desenvolver uma potência total de 1050 cv - mais 50 do que o SF90 que substitui.

A configuração híbrida deriva diretamente da experiência da Ferrari na Fórmula 1, incluindo o motor elétrico traseiro MGU-K com origem nos monolugares da Scuderia e dois motores dianteiros responsáveis pelo vectorização do binário.

A bateria de 7,45 kWh permite até 25 quilómetros de autonomia elétrica, mas o foco está no desempenho absoluto: aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 2,3 segundos e velocidade máxima superior a 330 km/h. 

Design lendário

O design do novo Ferrari 849 Testarossa evoca os lendários Sport Prototipo dos anos 70 do século passado, ao mesmo tempo que garante funcionalidade aerodinâmica: até 415 kg de força descendente a 250 km/h (25 kg mais do que o SF90) e soluções de refrigeração redesenhadas para lidar com os novos níveis de potência e travagem.

Quanto custa um Ferrari novo?

O habitáculo segue uma filosofia minimalista e centrada no condutor. O painel foi reorganizado em relação ao SF90, com comandos redesenhados para facilitar o uso. Existem duas opções de bancos: confortáveis para utilização em estrada ou em fibra de carbono para maior apoio lateral em condução em pista. O volante integra comandos multifuncionais, alinhados com a filosofia de Maranello de manter as mãos do condutor sempre ao volante. 

Engenharia e soluções inovadoras

O Ferrari 849 Testarossa traz um novo sistema de sobrealimentação, com dois turbocompressores maiores e de novo desenho, que permitem maior fluxo de ar e resposta mais rápida, sem aumentar o peso do conjunto. 

Outra novidade é o FIVE (Ferrari Integrated Vehicle Estimator), que cria um gémeo digital do carro em tempo real, prevendo ângulos de guinada e otimizando o controlo do diferencial, do e4WD e do controlo de tração. 

E na travagem a Ferrari não se poupou a nada. Há discos e pinças de maiores dimensões, novos compostos de pastilhas e colaborações com Bridgestone, Michelin e Pirelli. 

Um nome com história

A denominação Testarossa é uma das mais icónicas da Ferrari e carrega décadas de herança. O nome surgiu em 1956 com o modelo Ferrari 500 TR, em que “TR” significava Testa Rossa (cabeça vermelha, em italiano), numa alusão às tampas vermelhas das cabeças do motor. Estes carros de competição dominaram as pistas nos anos 50 e 60, incluindo as 24 Horas de Le Mans, consolidando o prestígio da marca no automobilismo internacional. 

Em 1984, o nome regressou com o Ferrari Testarossa, um dos modelos de estrada mais reconhecíveis e marcantes dos anos 80, que se viria a transformar num ícone cultural, símbolo do auge da performance automóvel da época e presença constante no imaginário coletivo, inclusive em séries de TV como Miami Vice.

Com o seu motor de 4,9 litros e design revolucionário assinado por Pininfarina (com as entradas laterais largas e lamelas horizontais), o Testarossa encarnava a filosofia Ferrari: potência bruta, estilo inconfundível e exclusividade. 

Ao batizar o 849 com este nome histórico, a Ferrari não apenas presta homenagem ao seu legado, mas também reafirma a continuidade de uma linhagem que simboliza ousadia, inovação e velocidade, agora reinterpretada numa era de eletrificação e tecnologia híbrida. 

Assetto Fiorano, pacote de potência

Para tornar o 849 Testarossa ainda mais ousado, a Ferrari criou o pacote Assetto Fiorano, que oferece melhorias dinâmicas adicionais, que permite uma redução de 30 kg, graças ao maior uso de titânio e fibra de carbono. 

Esta versão apresenta ainda suspensões otimizadas com amortecedores especiais Multimatic e a possibilidade de montar pneus Michelin Pilot Sport Cup2R, idealizados para a máxima performance em circuito.

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