28 março 2025

Dacia Bigster: Grande em espaço, pequeno no preço

Um degrau acima do Duster, modelo que conquistou para a marca romena do Grupo Renault uma legião de fãs (com direito a clubes de todo o terreno um pouco por toda a parte), o Dacia Bigster, é grande (mais de 4,6 metros de comprimento) e chega com propósitos ambiciosos, de conquistar uma fatia de clientes do segmento C, que privilegiem o formato da moda, mas que não dispensam a versatilidade e o conforto de que uma família precisa.

A Dacia está a apostar no segmento C-SUV com uma estratégia de produto cuidadosamente planeada. A marca romena sabe que custos em crescendo são um problema para muitos compradores que almejam ter um carro novo, mas que não querem comprometer o conforto, o desempenho, o espaço, mas sobretudo o orçamento familiar.

Como é tradicional, o Bigster apresenta-se com um design que vai direto ao essencial, mas que se tem tornado cada vez mais apelativo. Fiel ao seus valores de simplicidade, as linhas geométricas tornam-no com um aspeto robusto e espaçoso, e as características adicionais específicas de cada versão podem torná-lo mais especial para os clientes mais exigentes, onde se incluem a carroçaria bi-tom ou as jantes de 19″.

Com o novo Bigster chega também uma nova cor de carroçaria, o Azul Indigo. Exclusiva deste modelo, esta tonalidade metálica confere um toque de elegância, sugerindo um carácter estatutário, sem deixar de ser simples.

A assinatura Dacia Y sublinha a ligação entre o design exterior e interior do novo Bigster. No exterior, na assinatura luminosa na frente e nas luzes LED traseiras, e no interior, nas saídas de ar, em castanho-cobre no nível Extreme, e no acabamento do puxador da porta.

Interior

Ainda no interior, o pragmatismo toma o lugar do luxo, sem que a Dacia tenha atalhado no que realmente importa. Os materiais que encontramos trocam a nobreza em prol da contenção de custos, mas aparentam ser bastante robustos e capazes de aguentar o tempo e as aventuras mais intensas a que este Bigster se propõe.

Ao novo Bigster, foi dada uma especial atenção aos estofos dos bancos. Consoante o nível de equipamento, a tónica é colocada na simplicidade e na atração, nos casos das versões Bigster Essential e Expression, na durabilidade e na facilidade de limpeza, na versão Extreme ou no acrescido conforto, na versão Journey.

A digitalização também dá mote à agradável disposição do ecrã de 10,1’’ polegadas, de série em todos os Bigster, com grafismos de fácil leitura e capacidade de uma muito boa capacidade de resposta, muito bem coadjuvados por um painel de instrumentos também ele 100% digital, de 7″ ou 10″, consoante a versão, e por atalhos físicos dedicados que facilitam a operação de quem está ao volante.

O Bigster reforça o espaço face ao Duster, mas procurou também reforçar os níveis de conforto, melhorando o apoio dos bancos, otimizando o isolamento acústico, oferecendo ar condicionado duas zonas com saídas de ar traseiras, um teto de abrir panorâmico, o banco do condutor elétrico, bem como um sistema multimédia com seis altifalantes e som Arkamys 3D. Sem esquecer, o sistema inteligente YouClip, o novo e engenhoso sistema de acessórios da Dacia. Um sistema simples e engenhoso para fixar uma vasta gama de acessórios em pontos-chave do habitáculo.

Dependendo da versão, o Bigster está disponível com três tipos de consola central à frente: baixa, intermédia ou – pela primeira vez num Dacia – uma consola elevada com um apoio de braço (com compartimento refrigerado), um carregador por indução e um espaço de arrumação generoso.

Ao volante

O Bigster é construído com base na CMF-B, a plataforma que está no centro da estratégia industrial da Dacia e do Grupo Renault, sendo a mesma a mesma usada pelo Renault Captur, Arkana, e também no novo Duster.

Mas apesar de ser o Dacia mais focado no conforto, é modelo que se assume com verdadeiras capacidades todo-o-terreno, estando inclusive disponível numa versão 4×4.

Mas à primeira vista, aquilo que sobressai mesmo neste Bigster é a abundância de espaço. E para todos os ocupantes. O espaço para a cabeça é o melhor da sua classe, tanto à frente como atrás, e este é também o modelo, atualmente com o maior espaço disponível para as pernas dos passageiros traseiros.

Também entre todo os SUV de segmento C, o Bigster é aquele com maior capacidade da bagageira, disponibilizando até 702L. Um atributo essencial para as viagens em família.

Quanto ao comportamento dinâmico, o Bigster, e tal como seria de esperar, não será o SUV mais divertido ao volante, nem tampouco é esse o seu papel a que se apresenta. A direção não é propriamente comunicativa, sendo até ligeiramente mais leve do que talvez gostaríamos, mas aparenta ser notório o salto de qualidade no isolamento acústico face, por exemplo, ao Dacia Duster, sendo este Bigster muito mais compentente nesse capítulo a velocidades mais elevadas.

No entanto, o Bigster dá sobretudo cartas no conforto a quem procura sobretudo viagens mais tranquilas e em família, que é na verdade o principal argumento de um SUV familiar. Embora nas versões mais básicas os bancos possam revelar-se algo firmes, a abundância de espaço ajudará a compensar em viagens de longa duração.

Apesar da taragem de suspensão mais leve, os engenheiros da Dacia conseguiram gerir muito bem o controlo e o típico adornar da carroçaria. A ritmos descontraídos é sempre um automóvel de reações neutras, sem causar surpresas.

Destacque também neste Bigster, não só para a quantidade de ajudas à condução, que graças à nova norma europeia GSR II têm que ser de série em todos os veículos e em todos os níveis de equipamento, mas sobretudo a forma como estes sistemas estão muito bem calibrados.

Para facilitar a vida dos clientes, e quanto a mim, isto é algo que deveria ser replicado por todas as marcas, é a adição do My Safety Switch, que de uma forma muito inteligente, permite ao condutor colocar, imediatamente, determinadas ajudas do sistema ADAS no modo personalizado aquando do arranque, para evitar ter de ajustar cada um no inicio da cada viagem.

Motores

Este é o primeiro automóvel a ser comercializado com os novos motores eletrificados do grupo Renault.

O Bigster estreia a nova motorização HYBRID 155, que combina um motor a gasolina de 4 cilindros com 107 cv, dois motores elétricos, um motor de 50 cv e um motor de arranque/gerador de alta tensão), uma bateria de 1,4 kWh (230V) e uma caixa de velocidades automática elétrica.

Esta tem quatro mudanças para o motor de combustão interna e duas outras para os motores elétricos. Tecnologia possível graças à ausência de uma embraiagem.

Esta unidade de tração completa a gama HYBRID 140 disponível no novo Duster e Jogger. Oferece mais potência (mais 15 cv), mais binário (mais 20 Nm, para os 170 Nm apenas para o motor de combustão) e maior capacidade de reboque (mais 250 kg, para cerca de uma tonelada).

A eficiência também foi melhorada, com uma redução de 6% no consumo de combustível e nas emissões, devido principalmente à gestão otimizada do regime do motor.

Combinando a travagem regenerativa com a elevada capacidade de recuperação de energia da bateria e a eficiência da caixa de velocidades automática, o Bigster é capaz de permanecer em modo totalmente elétrico até 80% do tempo em cidade. Além disso, o automóvel arranca sempre em modo totalmente elétrico.

O Bigster também está disponível com o novo motor de 3 cilindros 1.2 TCe mild hybrid de 140. Um motor baseado no TCe 130 disponível no Novo Duster.

O sistema híbrido apoia o motor de combustão durante as fases de arranque e de aceleração, otimizando o prazer de condução e reduzindo o consumo médio de combustível (5,6 l/100 km) e as emissões de CO2 (129g/km), em cerca de 10%, em comparação com um ICE de potência equivalente. A travagem regenerativa recarrega a bateria de 0,8 kWh num processo totalmente transparente para o condutor.

E claro, no novo Bigster também não podia faltar a versão GPL, que tanto se tem popularizado na marca romena e que representa 70% das vendas da Dacia em Portugal.

Para o Bigster, a Dacia está a inovar com um grupo propulsor que combina o duplo combustível, com um sistema mild hybrid de 48V. Este sistema mild hybrid apoia o motor turbo de 1,2 litros e 3 cilindros, quer funcione a gasolina ou a GPL, durante as fases de arranque e aceleração, para um maior prazer de condução e eficiência.

Com dois depósitos que contêm um total de 99 litros de combustível (50 litros de gasolina e 49 litros de GPL), tem uma autonomia de até 1450 km. Instalado sob o piso da bagageira, o depósito de GPL não tem qualquer impacto no espaço de carga. Um interruptor no painel de instrumentos permite uma transição rápida e sem problemas de um tipo de combustível para o outro.

Por último, o Bigster TCe 130 4×4. O Bigster foi concebido para se aventurar fora de estrada com um sistema de tração integral associado a uma caixa manual de 6 velocidades e um sistema mild hybrid de 48V para maximizar a eficiência. Este sistema híbrido apoia o motor turbo de 1,2 litros e 3 cilindros durante o arranque e a aceleração.

O Bigster TCe 130 4×4 dispõe da transmissão Terrain Control 4×4, com cinco modos de condução:

  • AUTO: a transmissão distribui, automaticamente, o binário entre os eixos dianteiro e traseiro, em função da tração e da velocidade.
  • SNOW: otimiza a aderência em estradas escorregadias, com definições específicas para as funções ESC e controlo da tração.
  • MUD/SAND: para condução em superfícies soltas, como caminhos lamacentos ou arenosos.
  • OFF-ROAD: proporciona a melhor capacidade todo-o-terreno em terrenos e trilhos difíceis. Este modo distribui o binário de forma automática e eficiente, entre as rodas dianteiras e traseiras, dependendo da aderência e da velocidade.
  • ECO: otimiza o consumo de combustível através da regulação do ar condicionado e do desempenho do automóvel. O ECO afina a distribuição do binário do motor, entre os eixos dianteiro e traseiro, para limitar o consumo de combustível, adaptando-se às condições de aderência.

E para os mais aventureiros, além desta versão 4×4, com o Bigster estão também disponíveis Acessórios Dacia InNature, como o Sleep Pack, que inclui uma cama de casal, um estrado e um espaço de arrumação para colocar dentro do habitáculo, Barras de tejadilho, uma Tenda, concebida para se adaptar perfeitamente à traseira do Bigster, ou ainda o apoio de braço nómada no centro da segunda fila, que se transforma numa mochila e pode acompanha os passageiros nas aventuras pela natureza.

Preços

Por último, mas não menos importante, e estou certo que este será um dos principais, se não o principal argumento do Bigster, os preços. As encomendas já estão abertas em Portugal e as primeiras unidades deverão ser entregues em Maio.

Os preços começam nos 24.250€ para a versão Bi-Fuel no nível de equipamento Essential, entendedo-se até aos 32.500€ para a versão mais equipada e potente hybrid 155, nos niveis de equipamento Extreme ou Journey, sendo esta motorização a mais penalizada pela fiscalidade em portugal, apesar de ser a mais eficiente, e menos poluente.

 

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