Como escolher um SUV usado: dicas e cuidados a ter

Em época de crise, comprar carro usado é uma oportunidade de poupar dinheiro. Mas onde não pode e não deve poupar é no tempo que vai dedicar à pesquisa, que deve ter sempre em conta o tipo de veículo que pretende adquirir. Se é fã dos SUV, estes são os pontos a considerar.
1 – Andou ou não por maus caminhos?
A imagem aventureira dos SUV está cada vez mais na moda, mas é quase sempre mais estilo do que as verdadeiras aptidões off-road que esse ar de evasão pressupõe. E se, por um lado, a esmagadora maioria deste tipo de automóveis raramente sai do asfalto, há sempre quem confie na elevada altura ao solo para avançar sem medo para os passeios de fim de semana, por trilhos e caminhos em terra batida.
É preciso garantir que não está a escolher um carro que foi muito utilizado em fora de estrada e algumas situações mais precárias, realmente castigadoras para os componentes e a mecânica.
Comece por observar o compartimento do motor, procurando vestígios de areia, lama ou terra nos apoios e nas zonas inferiores do chassis. Desconfie se o carro tiver alguma idade e se deparar com um motor imaculadamente limpo — pode ser sinal de que o vendedor se preocupou em demasia em esconder, por exemplo, alguma fuga de óleo…
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A carroçaria, mesmo depois de bem lavada e limpa, também pode denunciar um passado de aventuras em todo-o-terreno: procure por marcas, arranhadelas ou riscos longitudinais típicos da vegetação; são sinal de que andou no mato.
Procure marcar o encontro durante o dia para aproveitar a luz solar e, se possível, que não esteja a chover (a carroçaria molhada pode encobrir alguns defeitos). Se o carro é um 4×4, deve dar ainda mais atenção a todos estes detalhes, sem esquecer de avaliar se necessita mesmo de quatro rodas a puxar!
2 – Avalie as suas necessidades
Por norma, os veículos equipados com sistemas de tração integral são mais caros e gastadores do que os congéneres de apenas duas rodas motrizes, e a manutenção e as reparações de um 4×4 são normalmente mais caras. Por isso, antes de proceder à compra do seu SUV em segunda mão, é fundamental identificar as suas reais necessidades de transporte.
Tenha em conta que, para uma utilização vincadamente urbana e esporádicas escapadinhas para o campo ao fim de semana, um 4×2 irá cumprir perfeitamente a função. Só terá depois de avaliar se prefere privilegiar o sentido prático e a economia, trunfos dos modelos mais compactos, como o Renault Captur ou o Hyundai Kauai, ou procura o melhor compromisso entre espaço, versatilidade e mala, argumentos dos formatos mais familiares, como o Nissan Qashqai, o Peugeot 3008 ou o Toyota RAV4.
3 – Habitáculo a pente fino
Comece por verificar as portas do veículo. Abra-as e feche-as para ver se estão desalinhadas ou se precisam de muita força para fechar. E ainda que ruído produzem ao fechar e abrir. Tudo o que pode indiciar uma colisão entretanto reparada. Confira que não existem diferenças de tonalidades na pintura, marcas de tinta, faróis mal encaixados, bolhas na pintura e riscos e desníveis dos painéis da carroçaria.
No interior, verifique sempre o estado e a consistência da montagem dos plásticos que revestem as portas, tablier e a consola central, assim como, debaixo dos tapetes, onde se podem esconder diversos tipos de estragos, como a ferrugem.
Aproveite para conferir o número do chassis (habitualmente gravado sob o capot), que deve equivaler ao que está no registo de propriedade do carro. Ao verificar este número, certifique-se se junto à placa de identificação existem sinais de soldadura ou colagem. Por fim, compare a quilometragem do automóvel com os desgastes dos pedais, volante e dos estofos. Confirme que batem certo. Não esqueça de abrir a bagageira e confirmar se existe pneu sobressalente, triângulo e equipamentos para a mudança de pneu.
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4 – Não dispense a condução
O test drive, apesar de ser normalmente o último passo, é um dos mais importantes. Uma vez sentado ao volante, experimente todos os equipamentos: faróis, desembaciador, piscas, buzina, indicadores do painel e todo o sistema elétrico do carro.
Confira o estado dos cintos de segurança. Ajuste o banco e o volante à sua medida e verifique a qualidade de ambos e o funcionamento das suas regulações. O mesmo se aplica ao seletor da caixa de velocidades. Com o veículo parado, teste, antes de mais, a caixa de velocidades e acione todas as mudanças. Num 4×4 é absolutamente indispensável que verifique escrupulosamente o funcionamento da caixa de transferência. É esta que permite ao veículo alterar entre duas e quatro rodas motrizes. Qualquer tipo de falha na engrenagem deste sistema é normalmente sintoma de problemas.
O teste de estrada nunca deve durar menos de 30 minutos. Puxe pelo motor, para ficar com a noção das suas performances, e aplique vigorosamente os travões. Passe por diferentes tipos de pisos e atente a ruídos anómalos, por exemplo nas travagens, sinónimo de pastilhas ou discos degradados.
Atenção a eventuais falhas de aceleração. Enquanto conduz, largue o volante por alguns segundos para ver se a direção foge para algum lado, sinal de que está desalinhada ou as rodas mal calibradas. Por fim, desacelere de forma súbita ou desça uma estrada inclinada com a segunda relação de caixa engrenada: o automóvel deve abrandar repentinamente sem a ajuda dos travões.
5 – Por último, mas não menos importante
Pressione os amortecedores para testar a sua firmeza e resistência. Depois de largar a carroçaria, se esta abanar duas ou mais vezes é sinal de que não estão em boas condições. Verifique o estado dos pneus, se estiverem carecas implica despesa extra. Desgaste irregular sugere direção desalinhada, chassis empenado ou problemas na suspensão.
Atenção! Por muito bom que tenha sido o resultado da vistoria em cinco passos que lhe acabamos de enumerar, é fundamental certificar-se que o veículo teve uma manutenção e revisão de acordo com as recomendações do fabricante, garantia de fiabilidade.
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