12 julho 2025

Carros híbridos ou elétricos: qual a melhor escolha em 2025?

Diferença carros híbridos PHEV e HEV

Com o avanço da mobilidade sustentável, a transição dos motores a combustão para tecnologias mais limpas tornou-se inevitável. Em Portugal, a adoção de veículos com baixas ou zero emissões tem vindo a crescer, impulsionada por incentivos fiscais, restrições ambientais e maior consciencialização ecológica. No entanto, muitos condutores continuam indecisos entre duas opções populares: os carros híbridos e os elétricos. Em 2025, qual deles será realmente a melhor escolha?

Carros híbridos ou elétricos: o que distingue cada um?

Os híbridos combinam um motor a combustão com um motor elétrico. Existem duas variantes principais: os híbridos convencionais (HEV), que recarregam a bateria através da travagem regenerativa e do próprio motor térmico, e os híbridos plug-in (PHEV), que podem ser carregados numa tomada elétrica e oferecem maior autonomia em modo 100% elétrico.

Já os carros elétricos (EV) funcionam exclusivamente com eletricidade. Não têm motor de combustão, nem emitem gases poluentes durante a condução. A sua utilização depende da existência de uma infraestrutura de carregamento adequada e de hábitos de condução compatíveis com a autonomia oferecida.

Vantagens e desvantagens de cada tecnologia

Os híbridos são vistos como uma solução intermédia, oferecendo maior flexibilidade. São ideais para quem percorre longas distâncias com regularidade ou vive em zonas com poucos postos de carregamento. O abastecimento é rápido e fácil, feito num posto de combustível tradicional, e o consumo pode ser mais baixo do que num carro exclusivamente a combustão, especialmente em percursos urbanos.

Por outro lado, os elétricos destacam-se pela eficiência energética e custos de utilização reduzidos. Além de não emitirem CO? durante a condução, beneficiam de vantagens fiscais importantes, como a isenção de Imposto Sobre Veículos (ISV) e do Imposto Único de Circulação (IUC). A manutenção é também mais económica, dado que não têm embraiagem, filtro de óleo ou sistema de escape.

No entanto, o tempo de carregamento e a autonomia continuam a ser pontos a considerar. Embora existam modelos com mais de 400 km de autonomia real, os elétricos ainda exigem alguma adaptação de rotinas, especialmente em viagens longas ou quando não é possível carregar o carro em casa.

A infraestrutura em Portugal: estamos preparados?

Portugal tem feito progressos significativos na expansão da rede de carregamento público. De acordo com a Mobi.E, no início de 2025 existiam mais de 4.500 pontos de carregamento ativos em todo o território nacional, com um crescimento notável dos postos de carregamento rápido e ultrarrápido. Ainda assim, a distribuição não é totalmente homogénea, e os distritos do interior continuam a ter menos opções face às zonas urbanas do litoral.

Para quem vive em Lisboa, Porto ou outras grandes cidades, a utilização de um elétrico torna-se cada vez mais prática. Já em localidades mais remotas ou com menor densidade de carregadores, os híbridos continuam a oferecer maior comodidade.

Custos de aquisição e manutenção

Embora os preços dos elétricos estejam a descer progressivamente, continuam, em média, mais elevados do que os dos híbridos ou modelos a combustão. No entanto, esta diferença tende a ser compensada ao longo do tempo através de menores custos de manutenção e carregamento.

A DECO Proteste estima que, ao fim de cinco anos, o custo total de utilização de um elétrico pode ser até 30% inferior ao de um híbrido, desde que o carregamento seja feito maioritariamente em casa e com tarifa bi-horária. Os híbridos, por combinarem duas motorizações, acabam por ter custos de manutenção intermédios: inferiores aos carros térmicos, mas ainda dependentes de revisões mecânicas regulares.

Incentivos à compra em 2025

O Governo português mantém, em 2025, incentivos à aquisição de veículos elétricos. Para particulares, o apoio pode atingir os 4.000€ na compra de um carro 100% elétrico novo. As empresas beneficiam de dedução do IVA e de uma tributação autónoma reduzida.

Além disso, continua em vigor a isenção de ISV e IUC para veículos exclusivamente elétricos, o que representa uma poupança significativa a médio prazo. Já os híbridos plug-in, que em anos anteriores beneficiaram de alguns apoios, deixaram de ser abrangidos por incentivos diretos para particulares desde 2021, permanecendo apenas algumas vantagens em contexto empresarial.

Impacto ambiental: uma questão incontornável

A redução da pegada ecológica é um dos principais argumentos a favor dos veículos elétricos. A Agência Europeia do Ambiente estima que um elétrico emite cerca de 30% a 40% menos dióxido de carbono ao longo do seu ciclo de vida, mesmo considerando a produção da bateria.

Apesar disso, é importante reconhecer que a produção de veículos elétricos, especialmente das baterias de lítio, ainda tem impactos ambientais relevantes, nomeadamente ao nível da mineração e do consumo energético. Os híbridos, sendo uma solução intermédia, representam uma melhoria face aos veículos a combustão, mas não eliminam completamente as emissões durante a condução.

E a autonomia?

A autonomia dos elétricos é hoje bastante superior à de há poucos anos. Modelos como o Tesla Model 3, Hyundai Kona Electric ou o novo Peugeot e-3008 já oferecem autonomias reais acima dos 400 km. Com os carregadores rápidos a permitir carregar até 80% da bateria em cerca de 30 minutos, a mobilidade elétrica começa a tornar-se viável mesmo em trajetos mais exigentes.

Nos híbridos plug-in, a autonomia elétrica ronda os 40 a 70 km, o que pode ser suficiente para deslocações diárias em contexto urbano. No entanto, para se tirar total partido desta tecnologia, é fundamental ter acesso a carregamento regular, idealmente em casa ou no local de trabalho.

Conclusão

Em 2025, tanto os carros híbridos como os elétricos apresentam argumentos válidos. A escolha certa dependerá sobretudo do perfil de utilização e das condições de carregamento disponíveis.

Para quem circula maioritariamente em cidade, tem acesso fácil a carregamento e procura reduzir custos e emissões, o carro elétrico surge como a melhor opção. Já para quem percorre longas distâncias com frequência ou vive em zonas com pouca infraestrutura, o híbrido - especialmente o plug-in - continua a ser uma escolha sensata.

A mobilidade está em transformação, e seja qual for a opção, é positivo ver cada vez mais condutores a fazerem escolhas informadas e sustentáveis.

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