Ao volante do novo Toyota Land Cruiser: O futuro, de volta às origens

Num panorama automóvel em constante mutação, onde os SUV se tornaram quase sinónimos de estilo de vida urbano e as marcas tendem a seguir caminhos cada vez mais convergentes, a Toyota optou por reafirmar aquilo que sempre distinguiu o Land Cruiser. Mais do que um SUV, é um verdadeiro jipe: robusto, versátil e de uma fiabilidade lendária. Pensado para resistir às décadas e a centenas de milhares de quilómetros, em qualquer canto do mundo. Tudo isto sem ignorar os avanços tecnológicos e as exigências de conforto contemporâneos que, tendo em conta o posicionamento premium do modelo, são hoje uma necessidade incontornável.
O resultado é uma proposta que encara o futuro mantendo intacto o espírito aventureiro que o viu nascer há mais de 70 anos.
Desde 1951 que o Land Cruiser é sinónimo de resistência e fiabilidade em qualquer parte do globo. Nascido com um propósito militar e sob o lema de “chegar a qualquer lado — e regressar em segurança”, cedo conquistou a confiança de profissionais exigentes e, mais tarde, de famílias e aventureiros que viam neste modelo o parceiro ideal.
A nova geração — Série 250 — recupera com clareza essa identidade, não apenas na sua base técnica, mas também no desenho: mesmo parado, o novo Land Cruiser impõe respeito. A silhueta marcada por linhas direitas e ângulos pronunciados é uma homenagem à funcionalidade, temperada com elementos modernos como os faróis LED, a grelha dominante e as jantes de 20 polegadas com pneus de alto perfil, conferindo-lhe uma presença quase blindada. Trata-se, sem dúvida, de um automóvel que não tenta esconder o que é: um puro todo-o-terreno, agora enriquecido com uma nota de sofisticação.
O interior surpreende, sobretudo para quem associa a Toyota a modelos de grande volume e produção racional. A estética utilitária do exterior dá lugar a um habitáculo que, em termos de qualidade, rivaliza com algumas propostas premium do mercado. A construção é sólida, os materiais agradáveis ao toque e a lógica de disposição dos elementos revela um equilíbrio notável entre digital e analógico — este último com a vantagem da perenidade. Tudo está no lugar certo e nada parece supérfluo.
Um dos trunfos mais distintos do novo Land Cruiser é a configuração de sete lugares — incluída de série — algo ainda raro neste segmento com reais aptidões off-road. Mesmo os passageiros da terceira fila viajam com um nível de conforto superior. As funcionalidades incluem bancos dianteiros, traseiros e até da terceira fila aquecidos e ventilados — um luxo raro, mesmo em segmentos acima. E mesmo com todos os lugares ocupados, a bagageira mantém espaço útil, acessível por diferentes configurações. Rebatendo a última fila, o volume disponível é expressivo e prático (130?L com sete lugares, 556?L com cinco).
Ao volante
Ao volante, o novo Toyota Land Cruiser revela-se um automóvel multifacetado, com camadas que vão sendo descobertas à medida que se acumula quilometragem. Apesar da sua herança de veículo utilitário e resistente, adapta-se de forma surpreendente ao quotidiano moderno. Em estrada, transmite uma sensação de imponência e controle. A posição de condução elevada e o volante robusto acentuam essa autoridade. A insonorização do habitáculo é eficaz — mesmo a ritmos de autoestrada, o ruído do vento e do motor mantém-se sob controlo, mérito também da aerodinâmica bem trabalhada, dentro dos limites naturais do seu perfil.
A caixa automática de oito velocidades tem um papel essencial nesta sensação de refinamento. As últimas relações entram apenas em velocidades superiores a 100 km/h, permitindo ao motor 2.8 turbodiesel (204 cv e 500 Nm de binário) operar a menos de 2.000 rpm em cruzeiro, garantindo baixos níveis de ruído e consumos mais contidos. O escalonamento das mudanças é suave e lógico, revelando-se eficaz tanto em autoestrada como fora dela.
É, contudo, fora do alcatrão que o Land Cruiser atinge o seu expoente. A suspensão foi concebida para domar terrenos exigentes: elevada, com grande curso, integra o sistema SDM (Stabilizer Disconnect Mechanism), que permite desligar a barra estabilizadora dianteira para melhorar a articulação. Em situações de cruzamento de eixos ou inclinações acentuadas, garante tração e segurança. A tração integral permanente, combinada com a caixa redutora e os modos de condução Multi Terrain Select (MTS), adapta o comportamento do veículo a diferentes superfícies — de pedras a neve. (Ângulos de aproximação: 32º; de saída: 17º)
As primeiras relações da caixa são curtas, pensadas para garantir força em subidas ou situações de aderência limitada. Esta configuração, embora penalize ligeiramente os consumos em ambiente urbano (entre 12 e 13?L/100?km), permite em contrapartida médias surpreendentemente contidas em autoestrada — na ordem dos 10?L/100?km a 120?km/h. A capacidade de reboque chega aos 3.500?kg, reforçando o seu potencial como veículo de trabalho ou aventura de longo curso.
Em termos tecnológicos, o Land Cruiser está dotado de um pacote completo de assistências à condução. Destacam-se as câmaras: a do espelho retrovisor, que oferece visibilidade constante mesmo com a bagageira cheia, e o sistema 360º, que mostra em tempo real o terreno circundante — útil tanto em manobras urbanas como em trilhos apertados. Entre os sistemas incluídos, encontram-se:
- Manutenção ativa na faixa
- Cruise control adaptativo
- Reconhecimento de sinais de trânsito
- Travagem automática de emergência
- Monitorização do ângulo morto e tráfego traseiro cruzado
Estes elementos reforçam não só a segurança como também o grau de sofisticação — atributos outrora reservados a SUVs de luxo, agora presentes num modelo com capacidades de jipe puro.
A sensação ao volante é a de um automóvel sólido, com reações previsíveis e presença inegável. A direção, agora assistida eletricamente, oferece o equilíbrio certo entre leveza nas manobras e resposta ao toque. Em estradas sinuosas, o Land Cruiser não é feito para pressas, mas permite alguma diversão. A carroçaria adorna, mas o controlo é notável, fruto de uma suspensão que privilegia o fora de estrada. Ainda assim, em lombas ou buracos a ritmos elevados, há impactos que lembram que o foco deste jipe é a robustez, não o luxo absoluto (suspensão dianteira duplo braço oscilante, traseira com quatro elos e molas helicoidais).
Os bancos contribuem de forma decisiva para o conforto. Acolhem com firmeza e conforto em partes iguais, tornando o Land Cruiser num dos automóveis mais confortáveis atualmente disponíveis. O depósito de 80 litros garante uma autonomia generosa — ideal tanto para viagens longas como para expedições em zonas remotas.
Preço
E é precisamente este conjunto de atributos que justifica o investimento. Apesar da etiqueta de preço premium, o Land Cruiser oferece garantias únicas: ao fim de 15 ou 20 anos, continua a ser uma referência. Exemplo disso são modelos anteriores ao ano 2000 que hoje se vendem por mais de 30.000 euros, fruto da reputação que o acompanha.
Em Portugal, o Land Cruiser Série 250 só está disponível com o motor 2.8 diesel, e é fortemente penalizado pela fiscalidade. Dos mais de 154.000?€ de preço de venda ao público, cerca de 60.000?€ correspondem a impostos. Em Espanha, o mesmo modelo custa menos 60.000?€. Ainda assim, pelo que oferece em fiabilidade, tecnologia, capacidades e valor de revenda, continua a ser uma das melhores propostas do mercado.
Resta agradecer à Caetano Auto o convite para uma semana de descoberta com o novo Toyota Land Cruiser 250. A maior rede de concessionários Toyota em Portugal, presente de norte a sul, tem sido também um pilar no sucesso contínuo da marca e na manutenção dos Land Cruiser, geração após geração, há mais de sete décadas.