Ao volante do BMW i7: Asas sobre rodas

O BMW Série 7 sempre foi uma referência no segmento executivo, tendo ultrapassado os 2 milhões de unidades vendidas desde a sua estreia. No entanto, apesar do sucesso, nunca chegou ao topo das vendas. A 7.ª geração quer mudar isso — e fá-lo com arrojo. Sobretudo nesta nova versão 100% elétrica, o BMW i7.
Se a estética exterior levanta discussões — com uma dianteira marcante e uma grelha iluminada que divide opiniões — há um consenso que se impõe assim que se entra a bordo: o i7 representa um novo patamar de sofisticação, conforto e inovação tecnológica. E sim, é legítimo perguntar: estamos perante o melhor BMW de sempre?
Design arrojado, presença imponente
Com 5,39 metros de comprimento e mais de 3,2 metros de distância entre eixos, o i7 impressiona à primeira vista. A silhueta combina linhas clássicas com um toque futurista, onde a grelha iluminada e os faróis minimalistas impõem presença. Esta geração não procura agradar a todos — procura liderar.
Luxo à frente e atrás
Se a dianteira é dominada por bancos ventilados, aquecidos e com massagem, é nos lugares traseiros que o i7 mais se aproxima de um jato privado sobre rodas. As portas abrem-se eletricamente ao toque de um botão, com sensores que evitam obstáculos. E cada passageiro traseiro conta com um ecrã de 5,5’’ para controlar funções individuais.
Para quem quer o luxo total, a BMW oferece o opcional Theatre Screen: um ecrã de 31,3’’ com resolução 8K que transforma o banco traseiro numa verdadeira sala de cinema. E mesmo sem este extra, a envolvência e qualidade dos materiais no habitáculo são irrepreensíveis.
O BMW Curved Display domina o tablier, unindo dois ecrãs (12,3” e 14,9”) com o novo sistema operativo iDrive 8.5 — intuitivo, rápido e totalmente compatível com smartphone. Uma barra iluminada percorre o tablier, com animações adaptativas que reforçam a segurança e o ambiente interior.
Ao volante: suavidade, poder e silêncio
Este i7 eDrive50 debita 455 cv exclusivamente às rodas traseiras, e acelera dos 0 aos 100 km/h em 5,5 segundos. Mas não se trata de um BMW nervoso. Este é um carro que convida à tranquilidade, onde o silêncio absoluto, a ausência de vibrações e a estabilidade constante fazem esquecer o peso de 2,8 toneladas.
A bateria útil de 101 kWh oferece uma autonomia real próxima dos 400 km, suficientes para ligar Porto e Lisboa sem paragens. A travagem regenerativa é sempre ativa e pode ser ajustada em quatro níveis, maximizando a eficiência. No entanto, não é possível desativá-la por completo para usufruir de um modo “vela”, o que seria útil em autoestrada.
Carregamento e performance
O carregamento rápido dos 10 aos 80% faz-se em 34 minutos, o que está dentro dos padrões do segmento, embora abaixo de rivais como a Audi e a Porsche, que usam arquitetura de 800V. A boa notícia é que o i7 já aceita carregamento AC a 22kW, permitindo carregamentos completos em cerca de 4,5 horas numa wallbox.
Além do eDrive50, estão disponíveis as versões xDrive60 (mais autonomia e tração integral) e o M70 xDrive, com 659 cv, mais performance e equipamentos de topo.
Mesmo com foco no conforto, o i7 surpreende pela agilidade. A suspensão pneumática de série é exímia a isolar o habitáculo e mantém a carroçaria estável em curva. Opcionalmente, pode ser equipada com barras estabilizadoras ativas e eixo traseiro direcional, que reduz o raio de viragem em quase um metro — ideal para manobrar em cidade.
O trabalho dinâmico da BMW é notável: a condução do i7 é natural, intuitiva e envolvente, mesmo para um automóvel deste porte.
Preços
O BMW i7 está disponível em Portugal a partir dos 122.000 € na versão eDrive50, subindo para os 146.850 € na xDrive60. O topo de gama M70 xDrive arranca nos 188.000 €, justificados por potência, luxo e um nível de equipamento elevado — a unidade ensaiada ultrapassava os 145.000 €, com mais de 23.500 € em extras.
Apesar da etiqueta premium, o i7 surge mais competitivo face ao seu principal rival, o Mercedes EQS, que apresenta preços mais altos, menor potência e uma tecnologia menos atualizada.
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