O Rover SD1, também conhecido como Rover 2300, 2600 ou 3500, conforme o motor utilizado, deveu o seu nome “SD” à abreviatura de “Specialist Division” e “1” como o 1º carro a ser desenhado pela equipa de design interna da marca. O SD1 foi o último Rover a ser produzido em Solihull. Os futuros modelos viriam a ser fabricados nas fábricas da antiga “British Motor Corporation” em Longbridge e Cowley. Em 1971, a Rover, á época parte do grupo “British Leyland”, começou a desenvolver um novo carro para substituir tanto o P6 como o Triumph 2000/2500. Os designers tanto da Rover como da Triumph submeteram propostas para o novo carro, denominado como Rover P10 e Triumph Puma respectivamente, e seria o Rover a ser o escolhido. David Bache era o líder da equipa de design, inspirado por máquinas exóticas como o Ferrari Daytona e 365 GTC/4 e pelo estudo de finais dos anos 60, feito pela Pininfarina, para o BMC 1800, que também inspirou o design do Citroën CX. Spen King foi o responsável pela engenharia, os dois já tinham colaborado antes no desenvolvimento do Range Rover. O projecto foi inicialmente designado por RT1 (abreviatura de “Rover Triumph Number 1”) mas cedo mudou para SD1, pois a Rover e a Triumph foram integradas na nova “Specialist Division” da ”British Leyland”. O novo carro foi desenhado com a simplicidade de construção em mente, ao contrário do seu antecessor cujo design era demasiado complicado em áreas como a suspensão traseira, por exemplo. O tablier do Rover SD1 vinha com uma conduta de ventilação direccionada para o passageiro da frente, algo pouco usual para a época. O quadrante encontra-se colocado literalmente em cima do tablier, em frente ao condutor, para ajudar na produção de veículos com condução à esquerda evitando assim a produção de dois tabliers diferentes consoante os mercados. O Rover SD1, juntamente com o Triumph TR7, foi produzido numa extensão de última geração da histórica fábrica de Solihull e foi largamente financiado pelo governo Britânico que já havia salvo a “British Leyland” da bancarrota em 1975. O carro foi lançado no mercado interno em Junho de 1976 com um motor 3500 V8 e em Novembro de 1977 com os motores SOHC 2.3 e 2.6 de 6 cilindros em linha. Seria entusiasticamente recebido pela imprensa e viria a receber o prémio de “Carro do Ano” em 1977. O lançamento coincidiria com o seu aparecimento no “Geneva Motor Show” em Março de 1977, três meses após o anúncio do prémio de “Carro do Ano”. Na competição o carro viria a ter um considerável sucesso no “Group A Touring Car Racing” em meados da década de 80. Rovers SD1 equipados com motores V8 foram muito usados por diversas forças policiais no Reino Unido, sobretudo para controlo do trânsito em auto-estradas. Na televisão, John Steed na série “The New Avengers” e George Cowley em “The Professionals” usaram ambos Rovers 3500 de côr amarela. Entre 1976 e 1981 o carro foi alvo de pequenos “facelifts” incluindo a colocação de um novo logotipo da marca á frente e atrás e espelhos retrovisores cromados nas portas. O SD1 continuou a ser produzido até 1986, altura do lançamento do seu sucessor, o Rover série 800. Os poucos kms desta unidade são reais e justificados pelo facto do 1º proprietário o ter adquirido novo e o ter entregue ao 2º proprietário para um “encontro de contas” financeiras. O 2º dono, uma pessoa de idade sénior, durante 25 anos limitou-se a fazer a manutenção anual para o automóvel ir passando nas inspecções e praticamente não circulou com ele. Quando veio parar às nossas mãos esta viatura foi alvo de uma revisão profunda e é entregue com um dossier onde constam as facturas/comprovativos das despesas efectuadas, assim como o histórico das inspecções efectuadas fornecido pelo IMT.