Foram muito quilómetros felizes, mas, por um motivo ou outro, precisa de vender o seu carro e prefere fazê-lo a um particular, com o qual terá hipótese de conseguir um valor mais simpático do que se o entregar como retoma ou o despachar a um comerciante que, claro, quererá lucrar com o seu carro.
A primeira coisa que deverá fazer é olhar para o seu veículo, parceiro de tantas aventuras, com a devida distância: comprá-lo-ia hoje, tal e qual está? Se a resposta for um torcer de nariz, está na altura de lhe dar uma atenção extra e transformar a viatura num objeto de desejo.
Prepare o seu carro para a venda
Comece por identificar os problemas e arranje uma solução para cada um deles – poderá optar até por deixá-lo partir sem estar a 100% mas, lembre-se, na honestidade está o segredo do negócio e não deverá assinar qualquer venda sem antes informar com exatidão as questões pendentes.
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Depois de resolver os problemas, dedique-se ao embrulho e não se fique por uma lavagem rápida. Um carro limpo e sem odores será muito mais fácil de despachar. Esvazie todo o habitáculo e, recorrendo a um compressor de ar (ou a um pincel), percorra todas as pequenas saliências do tablier, portas, chão… Só após esta operação pegue no aspirador, de preferência num profissional (há vários à disposição junto às estações de lavagem auto).
Já sem pó à vista, passe à limpeza mais a fundo, com uma solução de água tépida e qualquer detergente lava tudo (ou até mesmo com um pouco de sabão azul e branco diluído). Use uma escova bem macia e esfregue todas as zonas de tecido. Para os plásticos, borrachas e zonas forradas a pele, há produtos específicos à venda nas lojas especializadas. Tenha, porém, o cuidado de usar apenas panos de microfibras que, além de muito absorventes, não causam riscos nas superfícies.
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Do lado de fora, elimine os riscos superficiais com um pouco de “polish”. Basta aplicar o produto, que se encontra facilmente em qualquer loja de produtos dedicados aos automóveis, diretamente sobre os riscos e puxar o lustro com um pano de camurça. Só depois passe à lavagem, sem esquecer o brilho das jantes.
Encontre interessados
De que vale ter algo para vender se quem quer comprar não sabe? Esqueça o número de telefone no vidro do carro e dedique algum tempo a criar o anúncio perfeito no espaço onde mais negócios se concretizam: na internet.
Tire fotografias gerais, mas também de todos os pormenores. Se tiver dúvidas, compre uma revista especializada no setor automóvel e tente copiar o trabalho dos profissionais, captando imagens com os mesmos ângulos.
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Depois, dedique algum tempo ao texto apresentado: seja direto e não poupe nos pormenores. Se é verdade que há quem não queira saber se o carro tem ou não controlo de tração, há quem só dê atenção a anúncios completos.
Enalteça as qualidades que reconhece ao veículo e sublinhe todos os equipamentos de segurança e conforto – se o carro foi adquirido com extras, fale sobre os mesmos à parte. No entanto, não se esqueça de referir os defeitos: um usado sem defeitos dará origem a alguma desconfiança.
Por fim, aposte em colocar um preço justo e não desfasado do mercado: acima de modelos similares irá ser posto de parte; abaixo, irá criar mais uma vez uma desconfiança em quem anda numa espécie de caça ao tesouro. E se não pretender mesmo vender a profissionais, deixe isso claro no anúncio.
Tem um interessado no seu carro usado?
Antes de colocar o automóvel à venda, certifique-se de que tem toda a documentação em ordem, juntando aos documentos do carro os comprovativos das revisões efetuadas — quanto mais completo, melhor. Se o negócio for mesmo em frente, precisará de uma declaração de compra e venda.
A declaração de venda automóvel, cuja terminologia oficial é Requerimento de Registo Automóvel, é um documento que tem por finalidade indicar os sujeitos intervenientes num processo de registo de um veículo. Perante as duas partes do acordo (comprador e vendedor), o ato de venda de um automóvel pode apresentar um termo de responsabilidade automóvel, mas apenas com o documento de venda automóvel em mãos é possível recorrer às autoridades caso exista algum problema indicando quem faz parte do processo de registo do carro.
O registo desta declaração, no caso de um usado com a mudança de proprietário, tem um custo de 65 euros, a ser suportado pelo comprador.
E a garantia?
Um particular não tem qualquer obrigação legal de assegurar as reparações em caso de avaria futura, pois a chamada Lei das Garantias (Decreto-lei nº 84/2008, de 21 de maio) apenas impõe tal obrigação sempre que o negócio seja celebrado entre quem exerce a profissão de vendedor e um consumidor final (cfr. artigo 1º-A, nº 1, do mencionado diploma).
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No entanto, se o carro ainda estiver no prazo da garantia legal, esta pode ser transferida e ficará válida até perfazer o prazo da oferta desde a data da primeira compra. E o mesmo pode acontecer com as extensões das garantias de fábrica e a garantia voluntária, salvo quando esta hipótese está expressamente excluída pelo vendedor.
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