Embora sejam relativamente novos, muitos carros elétricos estão a ser enviados para a sucata depois de terem sido considerados “perda total” pelo seguro, mesmo em colisões menores
Esta prática pode impactar negativamente o mercado de várias formas. Por um lado, pode aumentar os prémios do seguro para proprietários de carros elétricos, já que a reparação ou substituição destes veículos pode ser mais cara do que os convencionais.
Por outro lado, o descarte prematuro de carros elétricos contribui para um ciclo insustentável de produção e consumo, que pode ser prejudicial tanto para a saúde, como para o meio ambiente. Para garantir um futuro sustentável para a mobilidade elétrica, é necessário encontrar formas de prolongar a vida útil dos carros elétricos, promover a manutenção preventiva e reduzir o impacto ambiental das baterias descartadas.
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Carros elétricos e a sustentabilidade
Para muitos carros elétricos, não há possibilidade de reparar ou avaliar os seus packs de bateria após sofrer um acidente, mesmo que ligeiro, o que força as seguradoras a enviarem estes carros para abate, mesmo que tenham uma baixa quilometragem.
Esta situação leva ao aumento de prémios de seguro e à diminuição de ganhos com a passagem à eletricidade.
Como resultado, em países onde há maior adoção de elétricos, já existem sucatas onde os carros elétricos são os mais comuns, com conjuntos de baterias acumuladas.
Este cenário, que ninguém previu, não só questiona a sustentabilidade de optar por um elétrico como coloca em causa a viabilidade económica da utilização de veículos elétricos no dia a dia.
Matthew Avery, diretor da Thatcham Researh, uma empresa de análise de mercado para a indústria dos seguros afirma “Estamos a comprar carros elétricos por razões de sustentabilidade. Mas um V.E. não é muito sustentável se tivermos de deitar fora a bateria após uma pequena colisão.”
As baterias são o componente mais caro de um carro elétrico, representando até 50% do preço total do veículo. Isto torna a substituição da bateria um processo caro e complexo, o que pode inviabilizar a manutenção ou reparação de um carro elétrico. Como resultado, muitos proprietários de carros elétricos enfrentam uma escolha difícil quando as suas baterias começam a perder a capacidade. Esta situação pode desencorajar as pessoas de comprar carros elétricos e dificultar a adoção em massa desta tecnologia.
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Reparação da bateria
A reparação da bateria de um carro elétrico não é uma tarefa simples nem barata, e cada fabricante segue a sua própria política. Não existe uma fórmula genérica que possa ser aplicada a todos os fabricantes. Por exemplo, empresas como a Ford e a General Motors possuem políticas que facilitam a substituição e a reparação das baterias. Já no caso da Tesla, o caminho é o oposto e pode ser mais difícil e caro realizar reparações e substituições de baterias.
Uma investigação da Reuters (a maior agência internacional de notícias do mundo) sobre vendas de carros elétricos nos Estados Unidos e na Europa revelou que várias marcas, incluindo a Tesla, a Nissan, a Hyundai, a Stellantis, a BMW e a Renault, enfrentam o mesmo problema. Muitos desses carros são relativamente novos e possuem poucos quilómetros, mas são sinalizados para abate.
Por exemplo, o Model Y da Tesla é equipado com um novo conjunto de baterias estruturais que foi descrito por especialistas como tendo “capacidade de reparação zero”.
Ao tornar os pacotes de baterias “estruturais” a Tesla conseguiu reduzir custos de produção, no entanto corre o risco de passar estes custos de volta para os seus clientes e para as seguradoras.
O próprio Elon Musk, CEO da Tesla já afirmou que os prémios das seguradoras de terceiros “em alguns casos eram extremamente elevados”. Consequentemente estes custos terão de ser passados aos proprietários dos veículos pelo que iremos encontrar cada vez mais carros elétricos, praticamente novos, em sucatas.
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