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Review Renault Captur (2018)

Este pequeno Crossover da Renault é um caso de evidente sucesso no nosso mercado, muito por mérito da tipologia mais versátil e descontraída de carroçaria, que tem sido capaz de conquistar milhares de corações. A versão em análise, o 0.9TCe de 90cv, a par com o 1.5dCi de igual potência, foram as motorizações presentes desde o seu lançamento, algures no final de 2013.

Este género de Clio com ‘calças arregaçadas’ é bastante feliz do ponto de vista estético e, graças a uma frente redesenhada em 2017, ficou ainda mais atraente!

Interior

renault captur

No que toca ao habitáculo, o sentimento é um pouco agridoce…
A generalidade do interior desilude um pouco no que toca à escolha de materiais sendo difícil encontrar superfícies macias. Existem plásticos rijos em abundância, alguns demasiado próximos de um conceito ‘low cost’ e muito propensos a danos e/ou riscos. O desenho geral do tablier também não impressiona e a colocação de alguns comandos é pouco ergonómica. Casos mais flagrantes são: o botão que activa o sistema de cruise control, colocado de forma bizarra junto ao travão de mão, ao qual se junta o botão que activa a função ‘ECO’. Mas nem tudo é mau… Contamos com um excelente ‘porta-luvas’ com 11 litros de capacidade em forma de gaveta e a montagem geral parece ser sólida, evidenciando ausência de ruídos de maior.

Nos lugares dianteiros desfrutamos de uma boa visibilidade para todos os cantos, graças a uma posição de condução relativamente alta que, apesar de não ser a ideal, propicia um razoável espaço para os ocupantes dos lugares da frente. Os bancos fornecem um bom apoio mas parecem-me um pouco moles, correndo o risco de se tornarem cansativos em viagens mais longas.

Os ocupantes dos lugares traseiros, contam com um espaço adequado para dois adultos, quer ao nível de espaço para as pernas, quer em altura para a cabeça. O assento pode deslizar 12cm para trás ou para a frente, dependendo se necessitamos de mais espaço para ocupantes ou bagagem. No entanto, na posição mais avançada e a não ser que os passageiros dianteiros tenham 1,50m de altura, não me parece que um indivíduo com mais de 1.70m se consiga sequer sentar de forma confortável, dadas as limitações no que toca ao espaço para as pernas.

A bagageira é multi-configurável e, dependendo da posição do banco e fundo amovível, pode albergar de 377 a 450 litros ou, se rebatermos os encostos do banco traseiro, chegar aos 1.235litros de capacidade.

Renault Captur à venda no Standvirtual

Motorização e Condução

renault captur

Com uma afinação de suspensão de difícil equilíbrio, pois pretende conciliar conforto com uma carroçaria alta em que é importante controlar movimentos excessivos em traçados mais sinuosos, é notória a sensação de que este Captur está bem desenhado para bons pisos, onde consegue ser deveras suave, revelando-se no entanto algo ‘seco’ no pisar, caso o percurso se degrade.

Com 90cv extraídos de um pequeníssimo 898cc de 3 cilindros turbo, que tem por missão puxar quase 1.300kg de peso e enfrentar uma generosa superfície frontal em termos aerodinâmicos, as prestações sofrem um pouco, logrando atingir 170kph de velocidade máxima e tomando mais de 13 segundos para cumprir os primeiros 100kph desde parado. Onde se torna evidente que haveria espaço para melhorias é no campo da insonorização, dado que a presença do 3 cilindros é algo excessiva no habitáculo com particular destaque acima das 4.000rpms. Nessa gama de rotações ou acima, existem algumas vibrações que passam para o condutor através do volante e pedais, recomendando-se que se tome partido do binário máximo de 140Nm, disponível logo a partir das 2.250rpms. A caixa manual de 5 velocidades tem um bom tacto, revelando-se suave e precisa, pecando no entanto pela colocação demasiado baixa do selector.

Tratando-se de um motor tão pequeno e dado que o turbo não dá mostras do seu vigor senão acima das 1500/1800 rpm, o captur revela-se por vezes, hipersensível a manobras em baixa velocidade, sendo relativamente fácil ‘ir abaixo’, pelo tacto sensível do binómio acelerador/embraiagem, em particular com o ar condicionado ligado.

Infelizmente, a miniaturização dos motores, com o óbvio recurso à sobrealimentação, nem sempre é um sinónimo de baixos consumos. Se por um lado, a velocidades comedidas é possível registar valores inferiores a 6.0ltrs, é por outro lado fácil de rubricar números acima de 9.0ltrs/100, se decidirmos subir de andamento com alguma convicção.

Todavia, e por essa mesma característica, cumpre com a norma Euro 6 e emite 124g/km, representando assim um custo anual em termos de iuc de apenas 102.81€.

Através da plataforma do Standvirtual é possível constatar que se trata de um modelo com elevada procura no mercado do 2ª mão. Os preços pedidos para um Captur 0.9TCe de 2013 podem começar abaixo de 10.000€ e subir até aos 18.000€ pedidos por uma unidade já de finais de 2018.

Seja em modalidade diesel ou gasolina, o Renault Captur apresenta-se como uma solução muito válida, sendo um dos modelos percussores do conceito ‘Crossover’ no mercado automóvel.

Renault Captur 2018

Renault Captur 2017

Renault Captur 2016

Renault Captur 2015

Renault Captur 2014

Renault Captur 2013

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