Não há símbolo que melhor represente a sorte. O trevo verde de quatro folhas da Alfa Romeo, aplicado nas versões mais desportivas, remonta à década de 1920, depois de o piloto italiano Ugo Sivocci se ter juntado à equipa de fábrica com Enzo Ferrari, Giuseppe Campari e Antonio Ascari.
Ugo Sivocci era um piloto talentoso, mas nunca havia conseguido chegar ao primeiro lugar numa corrida, tendo terminado, por diversas vezes, em segundo. Em 1923, num esforço para afastar o azar, pintou um trevo de quatro folhas dentro de um quadrado na secção lateral do seu carro.
Reza a história que, na primeira corrida após a colocação do “Quadrifoglio”, Ugo Sivocci triunfou. Semanas depois de vencer a Targa Florio, o piloto encontrava-se a testar o novo Alfa Romeo P1 no circuito de Monza e não teve tempo de pintar o trevo da sorte antes de entrar em pista.
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Tragicamente, nesse dia teve um acidente e perdeu a vida. A partir daí, nasceu uma lenda. Todos os carros de corrida da Alfa Romeo e modelos de elevado desempenho passaram a ostentar o “Quadrifoglio Verde”, ainda que com uma pequena mudança: o emblema passou a estar inserido, não numa forma de diamante branco, mas num triângulo, com o ponto de união em falta a simbolizar a perda de Ugo Sivocci.
Os modelos P2, Alfetta 159, Giulia TI Super, Giulia Sprint GTA e 8C Competizione passaram a dispor do emblema “Quadrifoglio”. A Alfa Romeo é uma marca que tem uma história incrivelmente rica, repleta de triunfos e tragédias de corridas lendárias, personalidades coloridas e superstições notáveis.
Verde, dourado, verde novamente
Embora o trevo verde de quatro folhas fosse uma presença constante nos carros de corrida da Alfa Romeo, só a partir da década de 1960 é que começou a ser utilizado para distinguir as versões mais desportivas dos Alfa Romeo de estrada. Primeiro no Giulia Ti Super de 1963, depois nos GTA e GTA Júnior, de 1965 e 1968, respetivamente.
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No entanto, de uma forma tipicamente italiana, à semelhança da moda, a Alfa Romeo não foi muito consistente quanto à utilização do trevo verde, que desapareceu dos veículos de produção em série até à década de 1980, tendo sido substituído pelo trevo dourado.
Mesmo coabitando com o tradicional trevo verde, o novo emblema dourado representava luxo em vez de desempenho, continuando esta última área a ser representada pelo icónico emblema de cor verde.
Mas o trevo dourado teve vida curta, desaparecendo praticamente a partir do momento em que a Alfa Romeo passou a integrar a esfera da Fiat, no final de 1986. Já o trevo verde de quatro folhas, continua a prosperar e faz parte do património genético da marca transalpina.
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