Ponta-tacão quando e como fazer

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Ponta-tacão: quando e como fazer

Se trata a estrada como se fosse um amigo afastado ou uma prima que prefere nem ver, é melhor passar ao próximo tema, já que o ponta-tacão não deve ser realizado por quem não se sente à vontade atrás do volante.

Se o seu caso não for esse, e acha que é capaz de dominar o seu automóvel como poucos, então a técnica ponta-tacão, utilizada em condução desportiva, poderá dar-lhe aquele friozinho na barriga extra. Mas afinal de que se trata?

O que é o ponta-tacão?

A técnica ponta-tacão é usada, sobretudo, em reduções de marcha quando a intenção não passar por baixar o regime do motor. Isto permite segurar o carro e, simultaneamente, ganhar tempo no contorno de curvas bem apertadas.

Para tal, é necessário um absoluto controlo do motor, já que cada mão e pé estará concentrado em ações distintas. Durante o ponta-tacão, a mão esquerda deverá controlar o volante para desenhar a curva perfeita, a direita terá a missão de trocar a marcha para uma abaixo (para logo a seguir voltar a subir uma relação), ao mesmo tempo que o pé esquerdo controla a embraiagem e o direito tem a função dupla de travar, mantendo a aceleração de forma a não deixar cair as rotações por minuto. Confuso? Será ainda mais quando o tentar, já que todas estas operações são realizadas em simultâneo! Por isso, a primeira coisa a fazer é: treinar.

Como testar?

Ainda antes de fazer a sua primeira tentativa, tente, com o carro estacionado e o travão de mão ativo, usar o pé direito para travar e acelerar em simultâneo. Dependerá do tamanho do pé e da distância entre pedais, mas há quem prefira fazer o truque usando o calcanhar no acelerador e o restante membro no travão (ponta-tacão), quem escolha usar o calcanhar no travão e a ponta do pé no acelerador (tacão-ponta) e até quem opte por dividir o pé, travando com a parte interna e acelerando com a zona externa.

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Seja qual for a sua situação, não o faça com calçado rígido, descalço nem de chinelos. Opte por uns sapatos com alguma flexibilidade e sola de borracha, idealmente ténis.

Depois de algumas tentativas, escolha uma estrada com pouco ou nenhum movimento para pôr as suas habilidades à prova, tendo noção de que não precisará de realizar a operação a grandes velocidades: comece devagar, sabendo que chegará longe.

Até porque vai levar algum tempo a habituar-se e mais ainda até que todos os passos sejam quase mecânicos. Mas de uma coisa não pode abdicar: de uma enorme concentração. Mesmo depois de ser versado no ponta-tacão a regra é manter os níveis de atenção concentrado no processo e não se permitir quaisquer distrações. Afinal, o seu cérebro terá de se desmultiplicar em várias tarefas ao mesmo tempo e, além de ter atenção aos movimentos que executa, terá ainda que avaliar a aderência dos pneus durante a travagem, procurar pontos de referência na curva (em que ponto travar, reduzir, acelerar, voltar a escalar a caixa) e ainda estar de olho se aparece algum outro automobilista, caso opte por fazer a experiência em estrada – o melhor será usar uma pista sem trânsito para testar e aperfeiçoar a técnica…

Desenhar curvas perfeitas

Quando teve as aulas de condução, provavelmente recebeu a lição de que uma curva perfeita é desenhada travando um pouco antes da mesma e, aproveitando as rodas ainda a direito, engrenar uma mudança abaixo; após o meio da curva, a saída realiza-se com alguma aceleração, seguida de uma passagem de caixa para uma acima.

No entanto, em pista, este processo não é o mais rentável. E, recorde-se, numa pista não tem de se preocupar com quem circula em sentido oposto, logo toda a largura da faixa pode ser usada.

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Assim, na pista, ao nos aproximarmos de uma curva, devemos ter atenção para que o regime não baixe, mesmo que tenhamos de passar de uma 5.ª para uma 3.ª, sob pena até de se perder o controlo do carro. Para tal, é preciso subir a rotação antes de soltar a embraiagem, o que se consegue dando golpes de calcanhar no acelerador sem deixar o travão.

Depois, basta ir aperfeiçoando a intensidade do golpe assim como o momento de largar a embraiagem, ao mesmo tempo que se vai subindo a velocidade. A dada altura, conseguirá a transição perfeita, numa curva segura e sem perder o embalo, capaz de apanhar a aceleração assim que recomeçar a carregar no pedal com mais vigor.

Siga os 5 passos do ponta-tacão, mas lembre-se: tudo isto não deverá demorar mais meio segundo…

  1. Tire o pé direito do acelerador e trave;
  2. Carregue na embraiagem e, com a mão direita, engate uma mudança abaixo, ao mesmo tempo que a mão esquerda começa a virar o volante;
  3. Gire o calcanhar e coloque-o sobre o acelerador;
  4. Golpeie o acelerador com o calcanhar, mantendo a pressão sobre a embraiagem e sobre o travão;
  5. Liberte a embraiagem ao mesmo tempo que trava o necessário para depois retomar a aceleração contínua na primeira parte da curva e mais firme para sair da mesma.

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